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Economia

- Publicada em 10 de Abril de 2018 às 22:27

Deirdre McCloskey defende liberalismo e ataca Trump

Para Deirdre, falta de políticas liberais atrasa o desenvolvimento

Para Deirdre, falta de políticas liberais atrasa o desenvolvimento


/MARIANA CARLESSO/JC
Carolina Hickmann
Na última palestra do 31º Fórum da Liberdade, a economista estadunidense Deirdre McCloskey abordou temas como a corrida entre os países do grupo dos Brics e as possibilidades de mudança na distribuição de renda a partir da inovação e do empreendedorismo. Ela ainda se desculpou, como eleitora norte-americana, pela alçada de Donald Trump ao poder. "Jamais poderia pensar em alguém mais hostil àquilo que vocês acreditam do que ele", disse, dirigindo-se à plateia.
Na última palestra do 31º Fórum da Liberdade, a economista estadunidense Deirdre McCloskey abordou temas como a corrida entre os países do grupo dos Brics e as possibilidades de mudança na distribuição de renda a partir da inovação e do empreendedorismo. Ela ainda se desculpou, como eleitora norte-americana, pela alçada de Donald Trump ao poder. "Jamais poderia pensar em alguém mais hostil àquilo que vocês acreditam do que ele", disse, dirigindo-se à plateia.
Com esse gancho, a economista discorreu sobre o que é ser um liberal, definido em uma pessoa que tem o direito de negar ou concordar com acordos sociais, ao revelar o seu caráter democrático. "Podemos fazer acordos como sociedade, inclusive ao dizer que não concordo com Trump, mas não podemos dizer não ao Estado", disse, ao lembrar que aqui todos são obrigados a pagar impostos, e, a política de Trump não vai ao encontro dos preceitos liberais. Em sua avaliação, o ideal seria uma sociedade na qual é possível optar por aquilo que gostaria de contribuir e quais acordos de governo se opta por aderir.
Além disso, Deirdre deixou claro que são as pessoas que tem poder de mudar a economia e a sociedade a partir da inovação e do empreendedorismo. "O que podemos fazer para que a massa das pessoas tenham um bom padrão de vida? Melhorias na distribuição de renda não vão vir do governo, mas das pessoas", disse. Para ela, há uma falácia propagada pela filosofia do economista britânico Adam Smith, expoente do liberalismo. "Ele achava que a forma de enriquecermos era pelo acumulo de capital, esse é um erro cientifico. Não é empilhando dinheiro que o Estado tirará o país da fome ao arrancar tributos da nação. É com boas ideias que poderemos fazer isso, e elas não vem do Estado", afirmou, favorável ao empreendedorismo.
Deirdre ainda enfatizou que, por estes motivos, China e Índia crescem exponencialmente mais rápido que o Brasil. "A China, em 20 anos, terá o tamanho dos Estados Unidos. Já o Brasil precisaria de uns 100 anos, umas quatro gerações com a economia aquecida", lamentou. A Índia, em sua projeção, demoraria 40 anos. Em face disso, os outros dois países do Bric, que no entendimento da economista estão à frente do Brasil, extinguirão a fome e a pobreza antes do Brasil. China e Índia conquistaram estas posições em razão da implementação do liberalismo econômico - mesmo com fortes críticas a maneira que estes países são governados no geral.
Sobre o panorama econômico brasileiro, Deirdre abordou o desemprego e as políticas assistencialistas. "Bolsa família não é a pior das políticas públicas. Eu estaria disposta a pagar dos meus impostos para ajudar aos pobres se soubesse que de fato eles seriam ajudados", revelou, ao ponderar que, mesmo assim, a melhor política econômica para os menos favorecidos é o emprego. "Assim ele e sua família pode progredir, e criar estas vagas não é uma possibilidade do Estado", disse. Em seu entendimento o salário-mínimo e a legislação trabalhista contribuem para a não abertura de vagas, uma vez que não há entendimento direto entre empregadores e empregados. A economista estadunidense é autora de 16 livros e reconhecida por sua atuação com o tema de livre mercado.
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