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Agronegócios

- Publicada em 03 de Abril de 2018 às 22:32

Receita com exportações de frango recua quase 12% no trimestre

Retração do mercado externo eleva os custos nos criatórios

Retração do mercado externo eleva os custos nos criatórios


/MPT-RS/DIVULGAÇÃO/JC
A suspensão das exportações de carne de frango por cerca de 10 plantas da BRF no mês passado, pelo Ministério da Agricultura, já se reflete em queda nos negócios e deve acarretar mudanças no mercado interno. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), no primeiro trimestre foram 1,017 milhão de toneladas exportadas, queda de 5,6% sobre o mesmo período do ano passado. Em receita, as vendas alcançaram US$ 1,605 bilhão, 11,9% inferior ao US$ 1,822 bilhão dos três primeiros meses de 2017.
A suspensão das exportações de carne de frango por cerca de 10 plantas da BRF no mês passado, pelo Ministério da Agricultura, já se reflete em queda nos negócios e deve acarretar mudanças no mercado interno. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), no primeiro trimestre foram 1,017 milhão de toneladas exportadas, queda de 5,6% sobre o mesmo período do ano passado. Em receita, as vendas alcançaram US$ 1,605 bilhão, 11,9% inferior ao US$ 1,822 bilhão dos três primeiros meses de 2017.
A retração, que leva produtores a manterem nos aviários um volume extra de animais (com mais custo de alimentação, por exemplo) pode levar o produto a ser "desovado" no mercado interno, reduzindo preços ao produtor e ao consumidor. Depois da suspensão das exportações em três fábricas no começo de março em Rio Verde (GO), Carambei (PR) e Mineiros (GO) o Ministério da Agricultura também adotou a mesma restrição a outras unidades, no dia 16 de março, incluindo duas no Rio Grande do Sul, em Serafina Corrêa e Marau.
No Estado, até o momento, os danos foram pequenos. Houve apenas uma parada em Serafina Corrêa, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação da cidade, por excesso de estoque e, consequentemente, falta de local para armazenamento. Ainda assim, o futuro da atividade e dos empregos traz apreensão. "Na sexta-feira, haverá reunião com a BRF em São Paulo, quando teremos mais informações sobre o caso. Até o momento, sabemos apenas de férias coletivas em Capinzal, em Santa Catarina", diz o presidente do sindicato, lembrando que os abates somados da duas unidades gaúchas chegam a 400 mil animais/dia.
O futuro de setor, caso a situação não seja resolvida em breve, preocupa a ABPA. A entidade, porém, acredita que se houver a rápida retomada das exportações de plantas suspensas para embarques à União Europeia ainda será possível reduzir os prejuízos. "O ano era promissor para o setor, mas a soma entre custos de produção em elevação e as suspensões de plantas pelo próprio Brasil para a União Europeia impactou negativamente o saldo do trimestre", lamenta o presidente da ABPA, Francisco Turra.
Ainda de acordo com a entidade, o impedimento se refere a critérios de classificação de produtos e não tem riscos ao consumidor. Turra, porém, destaca que os empregos do setor estão sendo colocados em risco em um momento fundamental para a retomada econômica do País. "Abrir um mercado toma anos de investimentos e é uma grande luta. Por este motivo, confiamos que o Ministério da Agricultura agilizará este processo de negociação com a Europa, tratando-o prioritariamente", defende Turra.
Vice-presidente da Sociedade Nacional da Agricultura (SNA), Hélio Sirimarco diz que até o momento os preços aos produtores estão estáveis, mas que a continuidade da suspensão pode reduzir os valores pagos a criadores e pelos consumidores. No horizonte dos custos ao produtor, a notícia positiva é a boa safrinha de milho, que pode ajudar a amenizar os gastos com alimentação das aves. "A situação não é crítica, mas claro que o cenário preocupa um pouco. De qualquer forma, esperamos pela reversão das suspensões, pela volta da normalidade e um bom segundo semestre."

Destaque mundial no setor

Liderança brasileira
O Brasil é apontado com maior exportador de frango do mundo, com mais de 6 bilhões de aves por ano. Deste total, 30% pelo menos vai para algum lugar no mundo, dentre os 160 países de destino.
Tradição exportadora
Os primeiros embarques do Brasil ocorreram em 1976, para a Arábia Saudita e Catar. A Sadia foi a primeira empresa brasileira e exportar carne de frango. Já ali se desenvolvia o potencial brasileiro de produzir carne de frango halal.
Logística complexa
A logística do produto (perecível e congelado) é bastante complexa. As exportações vão em contêineres refrigerados, com temperatura monitorada em todo o trajeto. Os custos variam muito de acordo com destino e produto, e também por empresa de transporte.
Curiosidades e mercados
A Arábia Saudita é nosso maior importador, destino de 14% das exportações. Para lá só exportamos produtos halal, que seguem os preceitos do islamismo. O Japão é o segundo maior importador. Mandamos para lá produtos variados, entre eles, o famoso Kakugiri, cubos de sobrecoxa ou coxa de frango desossados. Já China, terceiro maior destino, é a principal apreciadora de pés. Um grande volume de garras, junto com asas e outras extremidades das aves é embarcado para lá. 
Fonte: ABPA
 

Abilio Diniz vai renunciar à presidência da BRF

Após longa negociação com os fundos de pensão do Banco do Brasil (Previ) e da Petrobras (Petros), Abilio Diniz concordou em deixar o comando do conselho de administração da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, em troca de mudanças na composição do novo colegiado.
O empresário deve renunciar à presidência do conselho amanhã, aproveitando reunião já convocada do grupo, segundo três pessoas próximas aos fundos e ao empresário. Com isso, Luiz Fernando Furlan deve assumir o posto interinamente, conforme acordo feito com as duas entidades. Procurados, Abilio Diniz, Petros, Previ e Luiz Furlan não quiseram comentar.
Petros e Previ são os maiores acionistas individuais da BRF, que possui capital pulverizado em bolsa e não tem controle definido. No final de fevereiro, os dois fundos enviaram carta à companhia de alimentos pedindo a realização de uma assembleia extraordinária e a destituição do atual conselho de administração, liderado por Abilio Diniz.
Conhecido por não fugir de disputas societárias, Diniz optou então desta vez pela saída negociada. Escalou Eduardo Rossi, executivo da Península, para buscar com dirigentes de Petros e Previ uma solução para o conflito. O acordo em andamento com os fundos envolve a saída de Abilio Diniz do conselho de administração, mas a inclusão de dois nomes escolhidos por ele na chapa - sua sócia Flávia Almeida e um segundo executivo de mercado.