O cenário internacional adverso em uma semana de agenda carregada pesou sobre o mercado de câmbio brasileiro e o dólar fechou em alta de 0,36% ontem, cotado a R$ 3,3151 no mercado à vista. Os atritos comerciais entre Estados Unidos e China, a crise das empresas de tecnologia americanas e a forte queda dos preços do petróleo foram os principais catalisadores da alta do dólar ante o real e outras moedas de países emergentes e exportadores de commodities. No cenário doméstico, a proximidade do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ajudou a aumentar a busca por posições defensivas.
A divisa americana chegou a operar em baixa no período da manhã, mas o aumento da aversão ao risco, com forte queda das bolsas de Nova Iorque, sobretudo do S&P-500, que operou abaixo do importante suporte dos 2.600 pontos. As ações de tecnologia voltaram a registrar fortes quedas, com destaque para os papéis da Amazon, depois que o presidente Donald Trump foi ao Twitter dizer que a empresa não paga todos os impostos que deveria e prejudica os Correios americanos.
Muito embora siga o mau humor externo, espelhando a forte queda dos índices acionários em Nova Iorque, a bolsa brasileira teve motivos domésticos para ter um dia de perdas ontem. O Ibovespa encerrou o pregão em baixa de 0,82%, aos 84.666,43 pontos. O giro financeiro de R$ 8 bilhões, abaixo da média do ano, é um dos fatores que indicam esse acautelamento.
Entre as blue chips, Petrobras ON e PN lideraram as perdas (-2,65%) e (-2,38%) em linha com a forte queda na cotação dos contratos futuros de petróleo. No bloco financeiro, Banco do Brasil caiu 1,90%, Itaú Unibanco PN recuou 0,49%, Bradesco PN perdeu 0,92% e Santander, 1%.
Vale ON encerrou o pregão em alta de 1,87%, fazendo o contrapeso aos demais, ao seguir a alta de mais de 1% na cotação do minério de ferro no porto de Qingdao, na China.