O movimento de aversão ao risco no mercado internacional levou a cotação do dólar a emplacar novo pico em 2018, atingindo ontem a maior cotação desde 22 de dezembro. A moeda já iniciou o dia em alta e consolidou a tendência com as tensões nos Estados Unidos, que levaram a uma expressiva queda das bolsas de Nova Iorque na última hora de negócios. As incertezas do cenário doméstico acabaram por ficar em segundo plano neste dia de maior estresse no exterior. Ao final dos negócios, o dólar à vista foi negociado por R$ 3,3285, em alta de 0,58%.
O período da tarde foi marcado por expressiva queda das bolsas de Nova Iorque, puxadas por ações do setor de tecnologia, com temores de agravamento da crise envolvendo o Facebook, que se vê envolvido num escândalo da mau uso de dados de usuários e diante da possibilidade de o diretor executivo da empresa, Mark Zuckerberg, ter de testemunhar ao Senado dos EUA. Em busca de maior proteção, investidores reduziram posições em ativos de risco, e buscaram a segurança dos Treasuries e do dólar.
O Ibovespa foi contaminado pelo mau humor externo e acompanhou de perto o movimento de baixa dos principais pares em Wall Street. O índice à vista largou o patamar dos 84 mil pontos e fechou em queda de 1,50%, aos 83.808 pontos, elevando as perdas no mês para 3,60%.
Nesse cenário mais recrudescido, os investidores estrangeiros seguem batendo em retirada da bolsa brasileira. Ontem a B3 informou que o saldo do ano, que vinha positivo há quase três meses, virou. Assim, esse volume que somava R$ 10 bilhões no início de fevereiro passou a ser negativo em R$ 152,554 milhões na última sexta-feira. Naquele dia, os não-residentes retiraram R$ 662,034 milhões. O giro financeiro do pregão de ontem seguiu abaixo da média do mês e foi de R$ 9,4 bilhões.