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Cultura

- Publicada em 10 de Abril de 2018 às 08:35

O novo guardião: Antonio Hohlfeldt assume grandes desafios à frente do Theatro São Pedro

Novo presidente quer fortalecer a instituição e deve abrir espaço para grupos locais

Novo presidente quer fortalecer a instituição e deve abrir espaço para grupos locais


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Cristiano Vieira
“Estou tomando pé da situação ainda”, avisa Antonio Hohlfeldt, logo no início da entrevista. Há menos de 15 dias empossado, oficialmente, na presidência da Fundação do Theatro São Pedro, o jornalista, professor, político e pesquisador tem pela frente a tarefa de administrar a instituição (e seu irmão mais novo, o Multipalco) após a morte de dona Eva Sopher em fevereiro – ela personificava, como ninguém, a figura de guardiã do mais tradicional palco das artes cênicas do Rio Grande do Sul.
“Estou tomando pé da situação ainda”, avisa Antonio Hohlfeldt, logo no início da entrevista. Há menos de 15 dias empossado, oficialmente, na presidência da Fundação do Theatro São Pedro, o jornalista, professor, político e pesquisador tem pela frente a tarefa de administrar a instituição (e seu irmão mais novo, o Multipalco) após a morte de dona Eva Sopher em fevereiro – ela personificava, como ninguém, a figura de guardiã do mais tradicional palco das artes cênicas do Rio Grande do Sul.
Há desafios gigantes pela frente, como levar adiantar as obras do Multipalco (rebatizado como Eva Sopher), um portento cultural que já conta com estacionamento, sala da música, e espaços para reuniões – faltam, ainda, finalizar o teatro oficina, a sala para dança e o teatro italiano, com mais de 600 lugares.
Para o Theatro São Pedro, Hohlfeldt salienta que há dois desafios imediatos e que não devem ser adiados. O primeiro é trocar o sistema de refrigeração – o ar-condicionado atual é dos anos 1980, época em que o São Pedro foi reinaugurado. “O ar-condicionado está no limite de sua vida útil, precisamos atualizá-lo, mas é uma obra que exige muito esforço”, avisa.
Para isso, ele programa uma parada nas atividades do teatro após o fim da temporada deste ano – a partir de 15 de dezembro. Com isso, seria possível realizar a obra até o fim de janeiro, no máximo, adentrando em fevereiro. “Não posso parar a programação durante o ano, então teremos que fazer assim”, avisa.
A segunda grande obra, conforme explica, é a implementação das medidas práticas do PPCI do Theatro São Pedro, uma exigência dos bombeiros. Isso significa, por exemplo, trocar o tecido de todas as mais de 600 poltronas por um material não inflamável. “Virá uma empresa especializada, de Curitiba, para realizar esse serviço. Também precisaremos retirar todo aquele enorme tapete vermelho, que forra o chão sob os assentos. Não é pouca coisa”, destaca Hohlfeldt.
Ele também estuda alternativas para aumentar a renda do Theatro São Pedro como, por exemplo, ocupar os espaços em horários diferentes, reduzindo a ociosidade. “Podem ser palestras, eventos, por exemplo, no meio da tarde. E ocupar o teatro não significa, necessariamente, usar o palco, há diversos outros espaços do Multipalco, do foyer, etc.”, conta ele.
Hohlfeldt concorda que é preciso abrir espaço, na agenda da instituição, para grupos locais – é inegável o sucesso que atrações como Tangos e Tragédias, por exemplo, ou de Jair Kobe e seu Guri de Uruguaiana, em cartaz no local até 15 de abril e sempre lotado. São atrações que aproximam o público gaúcho do São Pedro. “Mas, evidentemente, que precisamos levar em consideração a administração do teatro. Apenas para funcionar uma noite o teatro gasta R$ 5 mil. São custos com luz, ar-condicionado, pessoal que fica desde a recepção até a desmontagem de cenários. Não é pouca coisa”, alerta.
Entre outras metas está a de dobrar o número de sócios da Associação de Amigos do Theatro São Pedro, hoje em pouco mais de mil pessoas – a mensalidade é de R$ 65,00. Também o estacionamento do Multipalco garante uma renda mensal para ajudar na manutenção do espaço. “O público nem imagina que o trabalho continua após o fim de uma peça. Isso em qualquer teatro do mundo. Tem pessoas que ficam até de madrugada aqui carregando cenário em caminhão, porque de dia não pode. E tudo isso é custo”, explica Hohlfeldt.
Implementando o PPCI e a atualização do sistema de ar-condicionado, ele projeta que o teatro “fique funcionando bem por mais 15 anos. Essa é minha meta até 31 de dezembro, quando termina meu trabalho aqui”, conta ele, referindo-se ao fim (teoricamente) do governo Sartori.
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