"Como vocês devem saber, essa disciplina causou um certo alvoroço", disse o professor Luiz Felipe Miguel logo ao início da primeira aula da disciplina sobre "o golpe de 2016", na Universidade de Brasília (UnB). Alvo de polêmica, a disciplina optativa do curso de graduação em Ciências Políticas foi cercada de medidas extras de segurança.
A sala inicialmente separada para as atividades, que fica no Pavilhão João Calmon, foi trocada por outra em um prédio ao lado, no Instituto de Ciência Política, em uma área menos movimentada.
Logo ao início das aulas, o professor também informou que a participação de alunos ouvintes - ou seja, aqueles que não estivessem formalmente matriculados na disciplina - também seria vetada, conforme decisão tomada em reunião na reitoria.
Segundo a universidade, a mudança de sala ocorreu devido ao receio de tumultos que pudessem afetar alunos e professores.
A discussão em torno da disciplina ganhou destaque há cerca de duas semanas, depois que o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), afirmou ter encaminhado à Advocacia-Geral da União (AGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério Público Federal (MPF) um pedido para avaliar se a universidade pode alocar professores "para promover uma disciplina que não tem nenhuma base na ciência, é apenas a promoção de uma tese de um partido político".