O novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Rogério Galloro, decidiu trocar todos os diretores setoriais indicados para os cargos pelo ex-diretor Fernando Segovia.
O superintendente da PF no Distrito Federal, delegado Élzio Vicente da Silva, foi convidado para ser o novo diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado na gestão Galloro.
A diretoria é a terceira mais importante na hierarquia da instituição e é a área responsável por coordenar todas as operações e inquéritos envolvendo políticos com prerrogativa de foro privilegiado. Silva é um dos delegados mais experientes e respeitados dentro da instituição. Ex-promotor que fez concurso para delegado por gosto pelo ofício, Silva foi parte da equipe do ex-diretor Paulo Lacerda, que inaugurou o período das grandes operações de combate à corrupção.
Silva, aliás, esteve à frente de algumas das mais impactantes ofensivas da polícia contra o crime de colarinho branco, entre elas as operações Anaconda, Furacão e Navalha. Deflagrada em 2003, a Anaconda quebrou um tabu ao botar na cadeia um dos mais poderosos juízes federais de São Paulo, Rocha Mattos, condenado por corrupção. A Furacão (ou Hurricane) resultou na prisão de quase todos os grandes bicheiros do Rio em 2007 e deixou em delicada situação desembargadores e até um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), suspeitos de favorecer os criminosos.
A delegada Silvana Helena Vieira Borges foi escolhida para ocupar o cargo de diretora executiva da PF e ser a "número 2" da corporação. Para comandar a Diretoria de Inteligência Policial, Galloro convidou o delegado Umberto Rodrigues.
Galloro escolheu ainda o delegado Delano Bunn para ocupar a Diretoria de Gestão de Pessoal. Na Diretoria de Administração e Logística Policial, o delegado Fabrício Kelmer foi o escolhido pelo novo diretor-geral da PF. A definição da equipe de Galloro foi antecipada pelo blog da Coluna do Estadão.
Nesta quarta, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann (PSD), afirmou que analisaria as indicações de Galloro "em conjunto" com o diretor-geral. "O diretor-geral vai analisar (as indicações) e nos trazer. Acredito que devo ter o conhecimento e comigo ele deve discutir a respeito do que ele deseja, do que ele pretende fazer. Aí serão tomadas as decisões", disse o ministro.