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Internacional

- Publicada em 21 de Março de 2018 às 16:44

Presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski oferece renúncia, diz imprensa

PPK sofreu dois pedidos de destituição no Congresso e deve ser substituído por vice-presidente

PPK sofreu dois pedidos de destituição no Congresso e deve ser substituído por vice-presidente


ERNESTO BENAVIDES/AFP/JC
O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, teria renunciado ao cargo nesta quarta-feira (21), segundo a apuração de jornais locais que presenciaram bastidores da reunião entre ele e seus ministros, realizada pela manhã. Um pronunciamento oficial está sendo esperado para as próximas horas.
O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, teria renunciado ao cargo nesta quarta-feira (21), segundo a apuração de jornais locais que presenciaram bastidores da reunião entre ele e seus ministros, realizada pela manhã. Um pronunciamento oficial está sendo esperado para as próximas horas.
A renúncia teria sido precipitada por conta da divulgação de uma série de vídeos que mostram o congressista Kenji Fujimori e seus aliados -um grupo dissidente do partido fujimorista (Força Popular), dirigido por sua irmã, Keiko, de quem é inimigo político-tentando comprar o apoio de congressistas para que votassem contra a moção de vacância do presidente Pedro Pablo Kuczynski, numa sessão que estava marcada para esta quinta-feira (22).
As gravações estão sendo comparadas aos famosos "vladivideos", do ex-homem-forte do então presidente Alberto Fujimori (1990-2000), e que mostravam Vladimiro Montesinos exercendo pressão e oferendo subornos. Os "vladivideos" foram o início da crise que acabou com a gestão do autocrata.
Até a divulgação dos "kenjivideos", como estão sendo chamados os atuais, o placar da votação dava uma vantagem apertada, de apenas dois votos, em favor de que PPK permanecesse no cargo, ainda que com mais de 30 votos em aberto (entre indecisos e abstenções).
As imagens de Kenji negociando dinheiro público em troca de apoio ao mandatário, porém, fizeram com que vários congressistas e líderes políticos mudassem de postura. Pela manhã, já se falava em 100 parlamentares aderindo à moção. "Ou ele renuncia hoje (nesta quarta-feira), ou votaremos sua vacância amanhã", disse o ex-presidente Alan García, líder do Apra (Aliança Popular Revolucionária Americana).
Três dos 18 parlamentares do partido de PPK (Peruanos por el Kambio) também defenderam a renúncia, por meio de um comunicado. "Diante dos graves fatos recém-conhecidos (a divulgação dos vídeos), nos vemos na obrigação de mudar nossa posição institucionalista. O presidente deve renunciar e dar espaço para a sucessão constitucional", diz o texto.
PPK num primeiro momento se defendeu, tentando descolar sua imagem das ações de Kenji Fujimori, que anseia ser candidato a presidente, caso sejam convocadas eleições. A primeira-ministra Mercedes Araóz declarou que "o governo não compra congressistas. Não há nenhum alto funcionário que possa fazer esse tipo de ofertas".
A sessão marcada para quinta-feira (22) seria a segunda em três meses em que PPK teria de entregar seu destino às mãos do Congresso. Em dezembro, por meio de uma barganha com Kenji, que incluía um indulto a seu pai, o ex-presidente Alberto Fujimori, então preso, PPK conseguiu os votos de que precisava para seguir no cargo.
A ação, porém, causou repúdio entre os partidos de centro-esquerda e de esquerda, que tiveram a iniciativa de reabrir, também por conta do que consideraram ser uma "traição política", o processo de moção de vacância por "incapacidade moral permanente", iniciado após as acusações sobre supostos privilégios e propinas relacionados ao escândalo de corrupção da Odebrecht, ocorridos na época em que PPK era ministro da gestão de Alejandro Toledo (2001-2006).
"A corrupção ficou para um segundo plano. Não é tirando um homem que o país deixará de ser corrupto. Mas PPK mentiu para nós. Votamos nele porque afirmou que nunca liberaria Fujimori. Ele não tem mais nenhuma moral para governar", diz Enrique Armero que, no início da tarde de quarta-feira (21), protestava na praça diante do Palácio de Governo.
Também ali havia agrupações anti e pró-PPK. "Nós viemos de Arequipa para apoiar o presidente. Não queremos esse ataque às instituições do Peru, que custaram tanto para ser reerguidas após o fujimorismo", disse o estudante Héctor Araóz.
Por conta da aglomeração, que ia crescendo desde o fim da manhã, a polícia reforçou a segurança, cercando a praça e mantendo os manifestantes longe do Palácio de Governo e do Congresso. Caso a renúncia se confirme,o primeiro na linha de sucessão é o vice-presidente Martín Vizcarra. Também embaixador no Canadá, Vizcarra vinha se mantendo longe dos holofotes e não deu declarações nos últimos dias. Porém, teria tomado um avião na última madrugada para chegar nas próximas horas ao Peru.
Depois dele, a sucessora constitucional seria Araóz, que é também a segunda vice-presidente. Se nenhum dos dois aceitar assumir, o cargo ficaria com Luis Galarreta, que é o atual líder do Congresso e pertence ao Força Popular.
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