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Geral

- Publicada em 27 de Março de 2018 às 22:41

Violência no entorno de postos afeta atendimento à população de bairros de Porto Alegre

Segundo o Simers, assaltos a funcionários e pacientes se tornaram comuns

Segundo o Simers, assaltos a funcionários e pacientes se tornaram comuns


MARCO QUINTANA/JC
Igor Natusch
A sensação de insegurança tem sido uma constante para usuários e trabalhadores da Unidade Básica de Saúde (UBS) Aparício Borges, em Porto Alegre. Após várias denúncias, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) resolveu pressionar o poder municipal, na busca de soluções para o problema. Uma reunião, marcada para amanhã, deve analisar uma estratégia, proposta pela prefeitura de Porto Alegre, para melhorar as condições no entorno.
A sensação de insegurança tem sido uma constante para usuários e trabalhadores da Unidade Básica de Saúde (UBS) Aparício Borges, em Porto Alegre. Após várias denúncias, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) resolveu pressionar o poder municipal, na busca de soluções para o problema. Uma reunião, marcada para amanhã, deve analisar uma estratégia, proposta pela prefeitura de Porto Alegre, para melhorar as condições no entorno.
De acordo com a diretora do Simers Clarissa Bassin, a região tem se mostrado "bastante conflituada", e a frequência dos atos criminosos aumentou nos últimos dois anos. "Temos relatos de que praticamente toda a equipe do posto já foi assaltada. Alguns profissionais denunciam tentativas de sequestro, e é comum ataques a pacientes e familiares quando estão chegando ou saindo da unidade", enumera.
Segundo o Simers, a UBS Aparício Borges contava apenas com um porteiro, que acumula tarefas administrativas, e não dispunha de equipamentos de segurança, como câmeras de vigilância. Além disso, a unidade está localizada no mesmo terreno da Escola Estadual de Ensino Fundamental Jerônimo de Ornelas - que, na visão de Clarissa, fica igualmente vulnerável a ataques, na medida em que não há presença de guardas no local.
A insegurança no entorno parece estar refletindo diretamente nos atendimentos. Um levantamento do Simers aponta que, somente em fevereiro, 116 consultas agendadas acabaram não acontecendo pela ausência de pacientes. "O tempo de espera já é longo, e as pessoas acabam não indo? Acreditamos que essa quantidade de desistências tenha a ver com a falta de segurança", diz a diretora do Simers.
O comandante da Guarda Municipal, Roben Martins, admite parte dos problemas apontados, mas frisa que há apenas duas ocorrências registradas no local, ambas fora dos limites do posto. "Há um registro de assalto e de roubo de veículo, mas as pessoas sentem-se inseguras, isso é compreensível, e estamos atuando nisso", assegura. Após reunião, na semana passada, uma guarnição da Guarda está presente na entrada e na saída dos funcionários, e Martins garante que articulações com secretarias municipais estão em andamento para melhorias, como a instalação de grades e a realização de podas na área.
A orientação do secretário municipal de Segurança, Kleber Senisse, é adotar, na UBS Aparício Borges, um trabalho semelhante ao feito nos postos da Bom Jesus, da Cruzeiro e da Lomba do Pinheiro, onde a presença constante de vigilância teria conseguido reduzir os índices de violência. "A unidade da Bom Jesus é o melhor exemplo. Era uma área de conflito constante, e estamos conseguindo reverter esse quadro, com um trabalho integrado em diferentes níveis e com a parceria da Brigada Militar."
De qualquer forma, situações semelhantes à verificada na UBS Aparício Borges são realidade em diferentes postos da Capital. Na Unidade de Saúde da Família da Vila Jardim, por exemplo, há relatos de ataques contra veículos, quando os pacientes estão desembarcando ou se preparando para voltar para casa. Conforme levantamento do Simers, 73% dos postos não contam com apoio da Guarda Municipal, enquanto 65% não têm linha direta com a Brigada Militar e 64% não possuem sistema de alarme. Em hospitais como o Cristo Redentor e o de Pronto Socorro, por sua vez, há registros de troca de tiros. No caso mais recente, em março, um homem morreu e duas pessoas ficaram feridas em frente ao Cristo Redentor.
"Algumas situações extrapolam nossas atribuições", justifica Martins, citando, como exemplo, a unidade de saúde da Vila dos Sargentos, na Zona Sul da Capital, que encerrou atividades de forma definitiva. "O problema naquele local é de violência no entorno, algo que extrapolou, e muito, os limites e que afeta toda a região", acentua. Ainda assim, Martins admite que é preciso "evoluir bastante", em especial na presença do poder público dando segurança aos que vão aos postos em busca de tratamento.
 
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