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- Publicada em 05 de Março de 2018 às 18:35

BM fará reintegração de residencial ocupado por famílias em Porto Alegre

Famílias que serão retiradas de residencial na zona norte protestaram no Centro de Porto Alegre

Famílias que serão retiradas de residencial na zona norte protestaram no Centro de Porto Alegre


PATRÍCIA COMUNELLO /ESPECIAL/JC
A Brigada Militar confirmou que vai executar, a partir das 6h desta terça-feira, a reintegração de posse de um residencial do programa Minha Casa Minha Vida, localizado na zona norte de Porto Alegre e ocupado há mais de um ano e meio por 364 famílias – são cerca de 1,8 mil pessoas, sendo quase 400 crianças. O grupo protestou na sexta-feira (2), em manifestações no Centro de Porto Alegre, contra a reintegração de posse.
A Brigada Militar confirmou que vai executar, a partir das 6h desta terça-feira, a reintegração de posse de um residencial do programa Minha Casa Minha Vida, localizado na zona norte de Porto Alegre e ocupado há mais de um ano e meio por 364 famílias – são cerca de 1,8 mil pessoas, sendo quase 400 crianças. O grupo protestou na sexta-feira (2), em manifestações no Centro de Porto Alegre, contra a reintegração de posse.
A ação judicial foi movida pela Caixa Econômica Federal (Caixa) por se tratar de projeto com financiamento pelo Sistema Federal de Habitação e Tesouro e se arrasta desde outubro de 2016. As unidades ainda inacabadas devem ser destinadas a moradores da Vila Nazaré, que precisam ser removidas da área onde terá a ampliação da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho.   
Cerca de cem caminhões serão deslocados à rua Senhor do Bom Fim, 55, no bairro Sarandi, onde ficam os blocos ocupados. O transporte, segundo a BM, foi fornecido pela Caixa, informou a assessoria do 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM), que é responsável pela área. O Batalhão de Operação Especiais (BOE) estará no local e entrará em ação em caso de resistência à desocupação, diz a BM. A expectativa é de que não haja dificuldades.
Os policiais chegaram nesta segunda ao local, onde montaram um QG em um dos espaços físicos do residencial. A situação gerou sentimento de revolta em famílias, diz Adriano da Silva, um dos líderes da ocupação. "Ninguém aqui é marginal", afirma Silva, indicando ainda que muitos não têm para onde ir.  
As famílias chegaram a protestar, na sexta-feira (2) passada, na área do Paço Municipal, onde fica o gabinete do prefeito Nelson Marchezan Júnior, no Centro Histórico, cobrando solução para conseguir moradia e para alertar para a reintegração. Eles dizem que entraram nos blocos saindo de áreas de risco, de moradias com familiares e aluguel que não conseguiam pagar. Na praça Montevidéu, onde fica o Paço, os manifestantes ficaram todo o dia, levando cadeiras e faixas e revezando-se em atos na rua para chamara a atenção da população. 
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Residencial erguido na zona norte foi alvo de ação da Caixa. Foto: Street View/ Reprodução/JC  
Os ocupantes dos blocos já sabiam da reintegração determinada pelo juiz Marcos Reolon, da 24ª Vara especializada em Sistema Financeiro de Habitação, em Porto Alegre. O juiz negou pedido de reconsideração do cumprimento da retirada feito pela Federação Riograndense de Associações Comunitárias e Moradores de Bairros (Fracab). Nesta segunda (5), a desembargadora do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) Vivian Caminha negou novo recurso da Fracab.   
Na tarde desta segunda, nova tentativa foi feita para tentar adiar a retirada. os deputados estaduais Jeferson Fernandes (PT) e Manuela D'Ávila (PCdoB) e representantes dos Ministérios Públicos Federal (MPF) e Estadual (MPE) e Defensoria Pública Federal se reuniram com o juiz. A proposta era de adiar em uma semana ou dez dias. Fernandes, que preside a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, diz que Reolon aceitou que os ocupantes fossem priorizados caso sobrem vagas no residencial.
"O juiz pedirá a lista à prefeitura para que sejam avaliados possíveis beneficiários", diz o deputado, que espera uma desocupação pacífica. "As pessoas estão buscando ajuda, mas 30% não têm mesmo para onde ir, a maioria de mulheres e crianças", preocupa-se Fernandes.   
Em nota, a Caixa esclareceu que o processo judicial para reintegração de posse está em pauta desde julho de 2017. No processo, houve tentativas de conciliação. A prefeitura também foi incluída na ação por fazer a seleção e análise de cadastros de pessoas para receber as moradias. Sobre a retirada e destino das famílias, o Departamento Municipal de Habitação (Demhab), por meio de sua assessoria de imprensa, alegou que não tem responsabilidade, pois é projeto da Caixa. 
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