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Tecnologia

- Publicada em 19 de Março de 2018 às 22:10

Usuários estão desconfortáveis com os dados compartilhados

Ferreira diz que é preciso entregar soluções que garantam a segurança

Ferreira diz que é preciso entregar soluções que garantam a segurança


EVANDRO MONTEIRO/EMONTCAR/DIVULGAÇÃO/JC
Desconfiança, preocupação e incerteza são sentimentos constantes dos consumidores quando eles pensam na intensidade com que as empresas estão coletando e usando os seus dados de localização. O tema ganhou ainda maior relevância após revelações de que o Facebook, maior rede social do mundo, repassou dados de 50 milhões de contas à campanha de Donald Trump, nos Estados Unidos. 
Desconfiança, preocupação e incerteza são sentimentos constantes dos consumidores quando eles pensam na intensidade com que as empresas estão coletando e usando os seus dados de localização. O tema ganhou ainda maior relevância após revelações de que o Facebook, maior rede social do mundo, repassou dados de 50 milhões de contas à campanha de Donald Trump, nos Estados Unidos. 
Estudo realizado pela companhia europeia Here Technologies, uma das líderes globais em mapas digitais e localização na nuvem, mostra que 89% dos consumidores está preocupado com a privacidade digital e 87% não gosta das atuais práticas de privacidade dos coletores de dados.
Foram ouvidas oito mil pessoas em de oito países e, olhando especificamente para o Brasil, a pesquisa indicou que os consumidores brasileiros são mais propensos a compartilhar seus dados de localização com serviços de entretenimento, como redes sociais, serviços de vídeo e aplicativos de bate-papo. Apenas 20% das pessoas sente ter controle total sobre seus dados de localização pessoal, com 44% compartilhando dados de posicionamento com aplicativos e prestadores de serviços sem querer, apesar de tentar restringir o acesso. Além disso, 76% fica estressado ou vulnerável ao compartilhar seus dados de localização.
"O desafio da tecnologia é permitir a obtenção de dados que gerem uma análise inteligente das informações para, assim, entregar soluções que façam sentido para os consumidores e que garantam a sua segurança", analisa o head da operação da Here no Brasil, Vinícius Ferreira.
Para ele, as empresas precisam conseguir detectar até que ponto é possível ir com os dados dos usuários sem gerar maiores problemas a eles. Até porque, o futuro de muitos negócios depende disso. Um exemplo é o do segmento automotivo. Quanto mais carros conectados e mais dados de sensores puderem ser enviados de forma comunitária para gerar serviços, maior o nível de segurança e qualidade dos serviços alcançados.
Hoje em dia, alguns veículos já possuem sensores como do farol (que liga quando começa a escurecer) ou os que acionam o para-brisa, freios ABS e os de controle de tração. Em condições anormais, esses sensores são acionados e tomam determinada ação. "Você pode subir automaticamente esses dados para a nuvem, trabalhar rapidamente e distribuir para quem estiver na mesma região do carro", explica Ferreira.

Resultados por país

  • Os consumidores australianos são cautelosos sobre seus dados de localização e estão mais preocupados com a falta de transparência do que a média dos pesquisados
  • Os brasileiros são os mais entusiasmados em compartilhar, especialmente no contexto social
  • A França é o país onde o paradoxo da privacidade é mais evidente, com pessoas que expressam grande preocupação sobre sua privacidade, mas que são menos propensas a fazer algo a respeito
  • Na Alemanha, a segurança é fundamental quando se trata de compartilhar dados de localização, com os alemães sendo mais propensos a restringir o acesso e compartilhar dados de localização com menos aplicativos do que a média global
  • Os consumidores no Japão são os mais ansiosos e restringem fortemente o acesso hoje, mas eles estão dispostos a compartilhar para maior comodidade e economia de tempo
  • Os consumidores do Reino Unido são os menos restritivos em seu comportamento e menos ansiosos do que outros
  • Os americanos confiam mais nas empresas de transporte privado de passageiros do que no seu governo quando se trata de dados de localização

Here quer aumentar frota equipada, e vai incluir o Brasil na iniciativa

A Here atua em parceria com diversas montadoras - a frota total envolve mais de 400 mil carros mandando seus dados para a nuvem, que são processados pela empresa de tecnologia e enviados para as montadoras.
Ao contrário de outros aplicativos do mercado, como o Waze, a captura das informações é feita de forma automática, pelos sensores, e sem que as pessoas precisem se distrair para comunicar um buraco na pista, por exemplo.
Além disso, o head da operação da Here no Brasil, Vinícius Ferreira, assegura que as informações não são tratadas isoladamente, de acordo com o perfil da pessoa, de forma que o trajeto da pessoa no seu dia a dia fique tão exposto. "Usamos os dados dos sensores. Não importa quem é o dono do carro, mas sim a situação que está ocorrendo", relata.
A captação inteligente de dados deve tomar um impulso ainda maior com a chegada dos carros autônomos. "Esse tipo de tecnologia vai pavimentar a adoção de sistemas autônomos, pois eles dependem desse tipo de informação", projeta Ferreira.
A BMW Group anunciou no mês passado que equipará seus futuros modelos de carros, que apresentarão tecnologias de condução altamente automatizadas, com o HD Live Map, mapa pioneiro da Here para automóveis autônomos. O sistema estará presente nos modelos da BMW a partir do início da próxima década, Atualmente, a BMW Group tem cerca de dez milhões de veículos conectados, equipados com sensores têm coletado informações de mobilidade em tempo real desde 2015. Os veículos podem detectar riscos e restrições de velocidade e adicionar esta informação altamente relevante ao mapeamento a bordo.
A Here já está se preparando para receber o HD Live Map no Brasil - o serviço começou pela América do Norte e Europa porque são regiões com infraestrutura mais avançada. Nestes mercados, até o final deste ano, a expectativa é aumentar para 1 milhão de km de estradas mapeadas e traçadas com grande precisão. Isso inclui configurações com marcações de pistas, linhas centrais, limites de velocidade e faixas de aceleração e desaceleração, bem como uma camada completa de objetos na estrada e obstáculos 3D para a localização do veículo.