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Internacional

- Publicada em 20 de Fevereiro de 2018 às 17:42

Ataque contra enclave rebelde deixa mais de 300 mortos na Síria

Crianças escapam pelas mãos de quem tenta não virar vítima de ataques sangrentos

Crianças escapam pelas mãos de quem tenta não virar vítima de ataques sangrentos


ABDULMONAM EASSA/AFP/JC
Ataques feitos por tropas do governo sírio contra um enclave rebelde próximo da capital Damasco já deixou centenas de mortos entre segunda (19) e terça (20), em um dos dias mais sangrentos da região em três anos. Grupos de defesa dos direitos humanos que se opõe ao ditador Bashar al-Assad afirmaram que a região foi alvo de uma série de bombardeios feito por aviões e helicópteros, além do uso de mísseis terrestres.
Ataques feitos por tropas do governo sírio contra um enclave rebelde próximo da capital Damasco já deixou centenas de mortos entre segunda (19) e terça (20), em um dos dias mais sangrentos da região em três anos. Grupos de defesa dos direitos humanos que se opõe ao ditador Bashar al-Assad afirmaram que a região foi alvo de uma série de bombardeios feito por aviões e helicópteros, além do uso de mísseis terrestres.
Segundo a Defesa Civil Síria, grupo oposicionista mais conhecido como White Helmets (capacetes brancos), pelo menos 98 pessoas morreram na segunda e mais pessoas ainda podem estar presas nos escombros. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, ONG com sede em Londres, disse que desde domingo (18) já são mais de 300 mortos. Segundo a organização, nos três meses anteriores, 700 pessoas tinham sido mortos na região. Imagens mostram equipes de resgate trabalhando nos escombros em busca de sobreviventes.
A União de Assistência Médica e Organizações de Socorro, entidade internacional que financia serviços de saúde na Síria, afirmou que cinco hospitais foram destruídos nos bombardeios. Os ataques aconteceram em uma área conhecida como Ghouta Oriental, um conjunto de cidades satélites e fazendas a leste de Damasco. O local, onde vivem cerca de 400 mil pessoas, é o último reduto rebelde próximo da capital e está sob cerco do Exército desde 2013.
Os rebeldes temem que o bombardeio seja o prenuncio de um ataque terrestre contra o local, já que o Exército sírio enviou um grande contingente de soldados para a região nos últimos dias. Desde 2015, quando passaram a receber ajuda da Rússia, as forças leais a Assad tem ganhado território na guerra civil que já dura sete anos. 
"A situação em Ghouta é semelhante ao dia do julgamento final", afirmou ao jornal britânico The Guardian o vice-diretor dos White Helmets, Mounir Mustafa. Um médico que não quis se identificar classificou o  ataque como um massacre contra a população civil. Representante do Exército do Islã, principal grupo rebelde em Ghouta, Mohammed Alloush comparou a ação do regime sírio à Alemanha nazista. "Um novo holocausto está sendo feito pelo pior regime da terra", disse.
Ele criticou ainda a falta de ação da ONU e os governos de Rússia e Irã, que apoiam Assad. O governo sírio nega ter atacado civis e afirmou que o bombardeio tem como alvo terroristas islâmicos que agem na região. Em resposta ao bombardeiro, os rebeldes usaram morteiros para atacar Damasco, deixando pelo menos duas pessoas mortas e seis feridas na cidade.
"A situação humanitária dos civis em Ghouta Oriental é um espiral fora de controle", disse na segunda Panos Moumtzis, coordenador dos esforços humanitários da ONU no país. "É imperativo acabar com esse sofrimento humano desnecessário imediatamente. Ataques contra civis inocentes e infraestruturas devem parar imediatamente", afirmou ele em nota.
O Unicef, fundo das Nações Unidas para a infância, decidiu emitir um comunicado em branco para manifestar sua oposição a situação no país. "Nós não temos mais palavras para descrever o sofrimento das crianças e nossa indignação", afirmou uma nota de rodapé ao final da nota.
Folhapress
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