Beija-Flor é a grande campeã do Grupo Especial do Carnaval do Rio

Completando 70 anos neste 2018, a Beija-Flor, que a cada ano se supera nos quesitos luxo e imponência, foi a grande vencedora do Grupo Especial do desfile das escolas de Samba do Rio de Janeiro. Com  um desfile atípico, em que criticou as mazelas brasileiras, a escola garantiu o título com 269,6 pontos – apenas um décimo atrás da segunda colocara, a Paraíso do Tuiuti, que também fez um desfile com um tema crítico. A apurtação aconteceu na tarde desta quinta-feira (14), na Marquês de Sapucaí.

Com o samba-enredo Monstro É Aquele que Não Sabe Amar – Os Filhos Abandonados da Pátria, a escola fez um paralelo entre o romance Frankenstein, de Mary Shelley, personagem que está completando 200 anos, e os "monstros nacionais" (a corrupção, as agressões à natureza, o uso indevido de impostos, as disparidades sociais). A teatralização excessiva cansou. O carro da favela tinha traficantes "armados", briga de casal e até uma mãe velando um filho policial morto. A chamada "farra dos guardanapos", episódio do esquema criminoso do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), foi encenada. A apresentação em alguns momentos remeteu o público que acompanha carnaval ao histórico Ratos e urubus, larguem minha fantasia (1989), do carnavalesco Joãosinho Trinta (1933-2011), que até hoje é um dos mais lembrados da história do sambódromo.

Componentes vestidos de pastores evangélicos, católicos e muçulmanos se juntaram contra a intolerância religiosa. Pabllo Vittar foi destaque no carro anti-LGBTfobia. No geral, a plateia comprou o discurso de indignação da escola de Nilópolis, na Baixada Fluminense, que encerrou sua passagem com a simulação de uma passeata popular, seguida pelo público saído de frisas e camarotes.

As escolas Grande Rio (266,8) e Império Serrano (265,6) foram rebaixadas para o Grupo de Acesso. Veja o resultado final da apuração:

Com reportagem do Estadão Conteúdo e da Agência Brasil.