Será lançada hoje, em Porto Alegre, a pedra fundamental de uma obra que promete melhorar o atendimento aos pacientes de câncer no Rio Grande do Sul. O Centro de Hematologia e Oncologia - ou Hospital do Câncer, como vem sendo tratado nas esferas governamentais - será administrado pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e oferecerá 50 leitos para internação clínica, além de 30 vagas para internação hematológica e outros 14 leitos para transplante de medula óssea.
A cerimônia terá a presença do ministro da Saúde, Ricardo Barros, e do titular da pasta de Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra. De acordo com a diretora-superintendente do GHC, Adriana Denise Acker, as obras começam no dia 18 de fevereiro, e a previsão de entrega é de 24 meses.
Em dezembro do ano passado, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou projeto de lei complementar que modifica o regime urbanístico do terreno no qual, hoje, estão os hospitais Nossa Senhora da Conceição e da Criança Conceição, permitindo a construção de novas edificações no complexo, entre elas, o Hospital do Câncer. O prédio terá sete andares e 14 mil metros de área construída, ao custo previsto de R$ 75 milhões. Outros R$ 50 milhões serão investidos na aquisição e na instalação de equipamentos.
A superintendente do GHC afirma que o esforço para viabilizar o novo centro vem pelo menos desde 2008, mas ganhou impulso a partir da formação de uma frente parlamentar, liderada pelo deputado federal Jones Martins (MDB-RS). A partir da atuação da bancada gaúcha,
R$ 33 milhões já estão garantidos para o começo da construção. O restante será pleiteado junto à União. A licitação para as obras já está concluída, e a empreitada será tocada pela empresa Sial Engenharia, com sede no Paraná.
Segundo Adriana Denise, o GHC realiza 27 mil consultas referentes a câncer por ano, com atendimento concentrado na área de quimioterapia. Com a nova unidade, será possível aumentar em 30% o número de consultas, chegando a 35 mil procedimentos do tipo ao ano - o que terá, garante, efeito proporcional no atendimento. "Teremos estrutura para transplantes de medula óssea e tratamento por radioterapia. Nossa meta é agilizar o atendimento e cumprir os prazos necessários para que o tratamento seja bem sucedido", diz ela.
Além do pontapé inicial para as obras do novo centro, será inaugurada a nova ala de neurocirurgia do Hospital Cristo Redentor, com 30 leitos voltados exclusivamente ao atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A obra custou R$ 4,2 milhões, entre construção e aquisição de equipamentos. Também ocorrerá a entrega oficial da subestação compacta de energia do GHC, a primeira na América Latina a serviço de um grupo hospitalar. O custo da nova estrutura é de R$ 32,9 milhões.
"Já não havia mais capacidade elétrica para instalação de novos equipamentos ou de climatização dos blocos e leitos existentes", explica Adriana Denise. "Com essa subestação, conseguiremos cobrir as necessidades do complexo, com sobras, pelos próximos 25 anos, já levando em conta as futuras expansões", comemora.