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Especiais#Cenário Digital

Tendências

- Publicada em 12 de Fevereiro de 2018 às 15:10

Big Data impulsiona competitividade e eficiência

Cardoso reforça que o Big Data, além de ser uma tendência de mercado, é utilizado para gerar ideias e mostrar gaps de oportunidade

Cardoso reforça que o Big Data, além de ser uma tendência de mercado, é utilizado para gerar ideias e mostrar gaps de oportunidade


LUIZA PRADO/JC
Transações financeiras, compras on-line, formulários digitais e mesmo interações em redes sociais: um imenso volume de informações circula diariamente por computadores, smartphones, sites e bancos de dados. A interpretação dessa massa de dados tornou-se um dos principais desafios do mundo corporativo, no sentido de identificar comportamentos e mapear tendências do mercado, em diferentes setores. É a esse universo que se refere o termo Big Data, a cada ano mais presente na rotina e no planejamento das organizações.
Transações financeiras, compras on-line, formulários digitais e mesmo interações em redes sociais: um imenso volume de informações circula diariamente por computadores, smartphones, sites e bancos de dados. A interpretação dessa massa de dados tornou-se um dos principais desafios do mundo corporativo, no sentido de identificar comportamentos e mapear tendências do mercado, em diferentes setores. É a esse universo que se refere o termo Big Data, a cada ano mais presente na rotina e no planejamento das organizações.
O aspecto "grande" da expressão Big Data não se refere apenas à quantidade, mas à profundidade e à variedade dos dados disponíveis. No universo do e-commerce, por exemplo, pode-se imaginar milhares de produtos à venda, em diferentes sites, com variada oferta de modelos e preços. Conhecer em detalhes esse emaranhado de informação pode ser decisivo para quem já está ou pretende entrar nesse mercado em boas condições de competitividade.
É justamente esse um dos serviços prestados por uma das principais empresas brasileiras do setor, a gaúcha WebGlobal. Em 2011, a startup criou um sistema robô capaz de capturar e classificar as informações dos itens à venda na internet. Variáveis como evolução de preço, características dos produtos e pontos de venda podem ser combinadas para gerar informações específicas. "Quanto mais diferente é um produto, mais o Big Data pode dar ideias e mostrar gaps de oportunidade do mercado", comenta Maurício Cardoso, cofundador e CEO da companhia.
O uso desse recurso promete ser cada vez mais intenso. Em 2017, por exemplo, a WebGlobal viu o número de clientes - em geral, fabricantes e lojistas - crescer em mais de 100%. A meta para este ano é novamente dobrar o número de clientes. "O Big Data ainda é algo novo. Só têm outras duas empresas no Brasil no mesmo nível do nosso. É outra possível tendência para o mercado", diz o CEO. "Temos muitos clientes que foram querendo cada vez mais informações, até saber de coisas que eles eventualmente não vendem, mas pretendem vender. Alguns clientes nem têm e-commerce, mas querem saber como está o mercado on-line", acrescenta.
Além da iniciativa privada, também o poder público pode se servir do Big Data para reduzir custos - ou mesmo para monitorar melhor os próprios gastos. Esse é o foco da Operação Serenata de Amor, idealizada pelo programador gaúcho Irio Musskopf e lançada em 2016. A equipe da Serenata - com 10 pessoas ao todo, mais 600 voluntários - criou um robô, chamado Rosie, capaz de analisar os gastos de deputados federais e senadores, a partir dos reembolsos efetuados pela Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), verba que custeia alimentação, transporte e hospedagem dos parlamentares.
"Enquanto grupo, nós devemos ter feito umas 700 denúncias (de gastos suspeitos). Mas perdemos o controle do número de casos reportados depois que a Rosie ganhou um Twitter (em janeiro de 2017). A partir daí, demos a ferramenta na mão da população para que qualquer pessoa pudesse denunciar também. As pessoas entram pelas redes sociais e interagem, cobram e entendem o que está ali", conta um dos integrantes da operação, Pedro Vilanova.
É um caso em que a Inteligência Artificial ajuda a organizar informações dispersas em diferentes páginas de internet, nem sempre bem organizadas ou de fácil acesso. "A Câmara produz muitos dados, e é muito difícil auditar tudo manualmente, sem contar que é impossível fazer os cruzamentos com qualidade e precisão. A gente puxa dados da Receita (Federal), da localização das empresas, dos parlamentares. E, pelo conceito, também é Big Data, pois são muitos dados com uma taxa de atualização alta e rápida", explica Vilanova.

Segurança com computação em nuvem

Com cada vez mais organizações recorrendo a sistemas informatizados, um mercado que tende a ganhar espaço em um futuro próximo é o de serviços de computação em nuvem - nos quais as informações das empresas ficam armazenadas em computadores e servidores terceirizados, acessíveis instantaneamente. A empresa gaúcha 2Cloud, por exemplo, com cerca de 200 clientes, cresceu 55% em 2017, e projeta para este ano um índice ainda maior.
"A computação em nuvem nada mais é que a terceirização da infraestrutura de TI (Tecnologia da Informação) das empresas", explica o diretor comercial da 2Cloud, Gabriel Goltz. Ele estima que 60% das empresas do País já tenham algum serviço em nuvem, proporção que pode aumentar em 2018.
"A nuvem é cada vez mais importante para as empresas. Existe a onda dos ataques virtuais, e o lugar mais seguro para guardar a informação é o data center, e a nuvem é um grande data center", diz Goltz, que arrisca uma previsão. "Daqui a 10 anos, ter data center próprio soará tão absurdo quanto ter um cofre no quarto (para guardar dinheiro)", afirma.