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Política Monetária

- Publicada em 08 de Fevereiro de 2018 às 01:21

Copom reduz taxa Selic para 6,75% ao ano

Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), decidiram, por unanimidade, reduzir a Selic (a taxa básica de juros) em 0,25 ponto percentual, de 7,00% para 6,75% ao ano. O corte, anunciado ontem pela instituição, foi o 11º consecutivo. O movimento colocou a Selic no nível mais baixo da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.
Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), decidiram, por unanimidade, reduzir a Selic (a taxa básica de juros) em 0,25 ponto percentual, de 7,00% para 6,75% ao ano. O corte, anunciado ontem pela instituição, foi o 11º consecutivo. O movimento colocou a Selic no nível mais baixo da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.
Com o corte de 0,25 ponto da Selic, o BC deu continuidade ao processo de desaceleração do ritmo do atual ciclo monetário, como vinha sinalizando em suas comunicações. A decisão desta quarta era largamente esperada pelos economistas do mercado financeiro. De um total de 72 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 69 esperavam corte de 0,25 ponto percentual da Selic, para 6,75% ao ano. Uma casa projetava corte de 0,50 ponto percentual, para 6,50% ao ano, e duas instituições esperavam pela manutenção da Selic em 7,00% ao ano.
A instituição afirmou que a evolução do cenário básico, em linha com o esperado, e o estágio do ciclo de flexibilização tornaram adequada a redução da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual. O BC sinalizou ainda que, para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, o Copom deve interromper o ciclo de cortes na Selic. "Essa visão para a próxima reunião pode se alterar e levar a uma flexibilização monetária moderada adicional, caso haja mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos", ponderou a autoridade monetária.
"O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação", completou o colegiado.
No documento, o BC também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário de mercado - que utiliza expectativas para câmbio e juros do mercado financeiro -, o BC manteve suas projeções para o IPCA em 2018 e 2019, ambas em 4,2%. A autoridade monetária não divulgou projeção para a inflação de 2020.

Rendimento da poupança bate maioria dos fundos

A queda da taxa básica de juros para 6,75% ao ano deixou a poupança mais atrativa que a maioria dos fundos de investimento de renda fixa, em especial aqueles com taxa de administração salgadas, de acordo com simulações feitas pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
A Anefac estima o rendimento mensal da poupança em 0,39% com a Selic a 6,75% ao ano. Pelas contas da associação, fundos com taxa de até 0,5% ao ano batem a rentabilidade da poupança, independentemente do prazo de resgate considerado. A caderneta perde para fundos com taxa de 1% ao ano em caso de resgate em até seis meses, empata se o período de saque for entre seis meses e um ano, e ganha acima de um ano.
A poupança perde também para fundos com taxa de administração de 1,5% se o resgate for feito em mais de dois anos e empata se o dinheiro for sacado entre um e dois anos. Em prazos menores, a caderneta ganha. Já fundos com taxas iguais ou superiores a 2% ao ano perdem para a caderneta independentemente do prazo considerado. 

Analista vê espaço para retomar altas

Apesar da queda, especialistas veem espaço para que o Banco Central volte a elevar a taxa básica. "O mercado observa o cenário internacional. Se os EUA subirem juros mais rápido do que esperávamos, a atratividade dos países em desenvolvimento cai bastante e isso afasta investimentos no país", afirma Patrícia Pereira, gestora de Renda Fixa da Mongeral Aegon Investimentos. "A longo prazo, isso pode ocasionar uma volta do aumento da taxa básica de juros por parte do Banco Central", ressalta.

Redução pode impulsionar economia

A queda dos juros também deve impulsionar a economia brasileira. Em janeiro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou as perspectivas para o crescimento do País. O aumento foi de 0,4 ponto neste ano (quando é esperado crescimento de 1,9%) e de 0,1 ponto em 2019, quando muda o governo e o País deve avançar 2,1%.
A mudança, segundo o FMI, é amparada em um avanço acima do esperado no último trimestre e na perspectiva "mais firme" de implementação das reformas -embora o pacote em discussão fique aquém dos planos iniciais do governo de Michel Temer.
No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,1% entre julho e setembro, e ficou praticamente estável em relação aos três meses imediatamente anteriores. Foi o terceiro trimestre seguido de resultado positivo. O resultado veio um pouco abaixo do previsto pelos analistas, que esperavam uma alta de 0,3%. No entanto o IBGE revisou o desempenho do PIB em trimestres anteriores, puxando para cima o resultado da economia no acumulado do ano.
Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o PIB cresceu 1,4% entre julho e setembro de 2017. No ano passado, até setembro, a expansão é de 0,6%. Antes da divulgação deste resultado, a expectativa dos analistas era de um crescimento do PIB de 0,7% em 2017. Em 2018, segundo o Focus, a economia brasileira deve crescer 2,7%. 

Entidades defendem ajuste fiscal

O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry, avalia que a lenta expansão da atividade econômica e a elevada ociosidade contribuíram para o corte de 0,25 pontos percentuais na Selic "A redução na taxa de juros é importante e fundamental para o processo de recuperação do País. Mas, para que possamos entrar definitivamente no mundo de taxas de juros mais baixas, é imprescindível que se estabeleça um ajuste fiscal", disse Petry.
O destino da Selic depende da manutenção do ajuste fiscal, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em comunicado, a entidade defendeu a aprovação de reformas, principalmente a da Previdência, para reequilibrar as contas públicas e manter a taxa em 6,75% ao ano.
Na avaliação do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a inflação em baixa e a lentidão na retomada do crescimento da economia permitiram ao Banco Central reduzir mais uma vez a taxa Selic. A entidade, no entanto, adverte para a interrupção do ciclo de queda por causa das incertezas provocadas pelas eleições. 

Temer diz que governo fez dever de casa

O presidente Michel Temer usou as redes sociais para comentar a redução da taxa Selic para 6,75%. Segundo o presidente, a queda nos juros é fruto de ações de seu governo. "O governo fez o dever de casa e criou as condições para o Banco Central cortar os juros. Para o País, isso é um incentivo para mais investimentos, um incentivo à geração de empregos", escreveu o presidente no Twitter. Temer destacou ainda que a redução da Selic é uma "ótima notícia para o Brasil". "A taxa básica de juros caiu para o menor nível da história, para 6,75% ao ano. Isso é motivo para comemorar", destacou.