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Empresas & Negócios

- Publicada em 11 de Março de 2018 às 22:36

Elas comandam a ThoughtWorks

ThoughtWorks Brasil 
na foto: Caroline Cintra e a Gabriela Guerra

ThoughtWorks Brasil na foto: Caroline Cintra e a Gabriela Guerra


CLAITON DORNELLES/JC
Patricia Knebel
Não são raras as vezes em que Caroline Cintra e Gabriela Guerra, que compartilham a presidência da ThoughtWorks no Brasil, terminam uma reunião e percebem que possuem opiniões diferentes sobre um determinado tema. Isso poderia ser um problema - já que as duas têm o poder da palavra final na operação no País -, mas não é. Nesses momentos, elas param, reconhecem que pensam diferente e passam a construir uma saída juntas. "Isso é o bonito do pareamento. Não dividimos trabalho, e sim temos um olhar mais profundo e perspectivas múltiplas sobre um tema. Assim, tomamos decisões mais sólidas", comenta Caroline. A TW tem construído uma trajetória bonita no Brasil.
Não são raras as vezes em que Caroline Cintra e Gabriela Guerra, que compartilham a presidência da ThoughtWorks no Brasil, terminam uma reunião e percebem que possuem opiniões diferentes sobre um determinado tema. Isso poderia ser um problema - já que as duas têm o poder da palavra final na operação no País -, mas não é. Nesses momentos, elas param, reconhecem que pensam diferente e passam a construir uma saída juntas. "Isso é o bonito do pareamento. Não dividimos trabalho, e sim temos um olhar mais profundo e perspectivas múltiplas sobre um tema. Assim, tomamos decisões mais sólidas", comenta Caroline. A TW tem construído uma trajetória bonita no Brasil.
Além do crescimento da operação, possui um engajamento genuíno, que perpassa a filosofia global da companhia, com os temas relacionados à diversidade. No País, são 552 funcionários, sendo 236 mulheres. Do total de pessoas, 196 ficam no Tecnopuc, a sua sede em Porto Alegre e o primeiro destino quando decidiu apostar no mercado brasileiro. Em 2017, o faturamento da ThoughtWorks Brasil foi de R$ 202 milhões, sendo R$ 23 milhões só de clientes brasileiros. Gabriela comenta que a previsão para este ano é crescer 30% a receita e dobrar o faturamento com clientes locais. "O que nós duas queremos para o futuro da TW é muito parecido, e isso é o mais importante nessa gestão compartilhada. Quando se juntam os dois perfis e se tem uma boa construção disso, o resultado acaba sendo muito rico", destaca.
Empresas & Negócios - Como essa gestão compartilhada entre duas mulheres reflete a postura da empresa em relação ao tema da diversidade e impacta a relação dos colaboradores?
Caroline Cintra - Os pilares da operação da TW são manter o negócio sustentável, estar na vanguarda tecnológica e advogar apaixonadamente por justiça social - tema que está no DNA da empresa. Temos essa preocupação de estimular a diversidade de gênero, étnica e sexual, por exemplo. Dentro dessa perspectiva, cada região tem nuances específicas. Para nós, ter uma boa representação da população brasileira, que é onde atuamos, tem a ver com aumentar a presença de negros em todos os níveis. Por isso, em 2018, o nosso foco, dentro do pilar da justiça social, é enegrecer a TW Brasil.
Gabriela Guerra - Um ponto-chave para as pessoas quererem trabalhar em uma empresa é elas perceberem que a companhia tem um propósito que se conecta a elas (no início deste ano, a TW ficou em primeiro lugar na lista das empresas de grande porte mais amadas do Brasil, em um ranking divulgado pela Love Mondays). Ficamos muito felizes com esse resultado, pois é um ranking baseado nas avaliações dos funcionários. Vemos o quanto cada pessoa que está aqui ajuda a construir o que é a TW hoje, e digo isso sem clichê. Recentemente, modificamos o processo de como reconhecer as pessoas, a partir de uma construção conjunta. As pessoas se sentem felizes na TW, porque, de fato, o são.
Empresas & Negócios - Como é o dia a dia de uma gestão compartilhada?
Gabriela - Antes de sermos convidadas para assumir esse posto, já trabalhávamos muito próximas. A Carol era a gerente do escritório de Porto Alegre, e eu atuava na área relacionada à Justiça Social e Econômica no Brasil e globalmente. O Ronaldo Ferraz, que era o presidente, tinha vontade de ter um par na gestão. Em outros países, já tínhamos essa liderança compartilhada - como na China e na Índia -, e resolvemos testar. Fomos convidadas juntas para assumir, e a primeira reação das duas foi: se ela topar, eu topo. Entramos no cargo juntas, em 2015, o que significa que o aprendizado de ser presidente de uma operação - que, além de ser grande, é extremante complexo, já que lida com diversos mercados - aconteceu ao mesmo tempo para as duas. Quando começamos, conversamos com outras pessoas e vimos que o modelo adotado pelos pares que trabalham em gestão compartilhada é muito diferente. Por isso, decidimos criar o nosso jeito. Não são duas pessoas tomando decisões que uma poderia tomar. É a possibilidade de conseguir ter mais conversas e diferentes pontos de vista antes de decidir algo.
Caroline - Nesses dois anos, fomos construindo um saber de como usamos nossas diferenças a nosso favor. É um alinhamento dos valores do que queremos ter aqui, do desenvolvimento das pessoas e como fazer as coisas da forma mais justa.
Empresas & Negócios - De que forma vocês trabalham a personalidade da dupla para evitar turbulências e buscar uma sinergia nas decisões da gestão?
Caroline - A Gabi tem uma formação eclética, uma visão generalista e questionadora. Eu me sinto conciliadora, e ela, provocadora, no sentido de buscar outras possibilidades. Isso é muito importante quando a gente discute o que precisa melhorar, o nosso papel como empresa, e as estratégias para empurrar o time para atender a algum desafio vêm. Essa visão dela traz muita riqueza para a dupla.
Gabriela - A Carol tem um background muito diferente do meu. Ela traz muito forte a parte técnica e tem uma longa jornada de entrega de projetos a clientes, como consultora. Sem falar que ela me ajuda muito com o conhecimento que tem no desenvolvimento de pessoas, no sentido de colaborar e acompanhar os profissionais dentro da nossa jornada de liderança.
Empresas & Negócios - Quais são as tecnologias emergentes que a empresa olha com mais atenção?
Caroline - Temos paixão por tecnologia e estamos envolvidos com praticamente todas elas em maior ou menor grau, como Internet das Coisas (IoT), Big Data e Machine Learning, entre outras. Tudo que surge relacionado a esse tema atiça o nosso interesse. Globalmente, temos o foco de Intelligent Empowerment, que é entender o que, de fato, ter negócios guiados por dados vai representar na prática. Tem muita experimentação. Aqui, em Porto Alegre, por exemplo, tem uma paixão grande do time da empresa por IoT. Criamos um laboratório, e as equipes já estão realizando alguns protótipos e executando projetos em alguns clientes. É uma construção de todos.
Gabriela - Uma parte que me chama atenção nisso é que, quando pensamos nas novas tecnologias, logo vem a questão sobre se isso vai levar à substituição do trabalho humano pelas máquinas. Aqui, na TW, tratamos isso como Humanidade Aumentada. Ao invés de ter uma substituição, estamos tentando ver como as máquinas poderão nos ajudar, nos dar suporte para fazer o nosso trabalho.
Empresas & Negócios - A TW sempre teve uma relação próxima com os parques tecnológicos. Que sinergia esse tipo de ambiente proporciona para a operação?
Gabriela - Nosso foco na escolha foi ter pessoas qualificadas para realizar os projetos. Quando viemos para Porto Alegre, os nossos clientes não estavam no Brasil (a empresa desenvolvia projetos apenas para o mercado norte-americano), então, estar em São Paulo ou em outra cidade, não fazia muita diferença. Com o tempo, fomos começando a prospectar mais o mercado brasileiro, e isso nos levou a avançar para São Paulo. Hoje, temos muitos projetos para players latino-americanos, e essa evolução dos escritórios reflete isso.
Caroline - A ideia sempre foi aliar a oportunidade de negócios à presença de pessoas-chave para realizar esse trabalho. No Brasil, nascemos no Tecnopuc, em 2008. Começamos com 13 pessoas, e, hoje, essa é a nossa maior operação, com 196 profissionais. O segundo escritório que criamos foi o de Recife, em 2012, com mais de 100 pessoas. Nasceu no Porto Digital e, pelas demandas, saiu de lá. Mas há mais expansões para acontecer, e voltar a antigas possibilidades é uma opção. Sempre tivemos representação em São Paulo e, há três anos, inauguramos em Belo Horizonte.
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