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Política

- Publicada em 18 de Janeiro de 2018 às 20:33

Imprensa internacional se mobiliza para a cobertura do julgamento de Lula

Condição eleitoral do ex-presidente é principal foco das atenções da mídia mundial

Condição eleitoral do ex-presidente é principal foco das atenções da mídia mundial


RICARDO STUCKERT/INSTITUTO LULA/ARQUIVO/JC
Paulo Egídio
As possíveis consequências eleitorais do resultado do julgamento da apelação criminal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, atraem as atenções da imprensa internacional para a cobertura da sessão da próxima quarta-feira. Se tiver a condenação confirmada em segunda instância, Lula, hoje líder nas pesquisas de intenção de voto para a presidência da República, pode ser enquadrado na lei da Ficha Limpa, o que o impediria de disputar as eleições de outubro.
As possíveis consequências eleitorais do resultado do julgamento da apelação criminal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, atraem as atenções da imprensa internacional para a cobertura da sessão da próxima quarta-feira. Se tiver a condenação confirmada em segunda instância, Lula, hoje líder nas pesquisas de intenção de voto para a presidência da República, pode ser enquadrado na lei da Ficha Limpa, o que o impediria de disputar as eleições de outubro.
O TRF-4 não informou quantos jornalistas da mídia internacional solicitaram credenciamento para acompanhar o julgamento, mas sabe-se que repórteres de veículos dos Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, Japão e Catar pleiteiam uma vaga para cobrir a sessão in loco. Ao todo, cerca de 400 profissionais do Brasil e do exterior estarão em Porto Alegre no dia 24.
Um dos responsáveis por levar as informações do que acontece no País para além das fronteiras nacionais, o correspondente da agência de notícias espanhola EFE, Carlos Meneses, diz que o julgamento de Lula reflete a atual polarização política do Brasil e que as atenções estarão voltadas principalmente para os votos dos desembargadores que julgarão o ex-presidente, já que a sentença do juiz federal Sérgio Moro, que o condenou a nove anos e seis meses de prisão, é criticada por alguns especialistas.
Apesar de atento aos protestos e ao clima no exterior do tribunal, o jornalista diz que, pelos "fortes dispositivos de segurança" mobilizados para a ocasião, não espera presenciar atos de violência. "Apesar das fortes declarações da presidente do PT (a senadora paranaense Gleisi Hoffmann), que faz parte desse show midiático, acho que tudo vai acontecer de maneira tranquila e pacífica", afirma.
Segundo Meneses, as atenções internacionais estarão voltadas ao julgamento também porque o ex-presidente continua sendo a figura mais representativa do Brasil no exterior, mesmo oito anos depois de deixar o Palácio do Planalto. "Na Espanha, as pessoas perguntam muito dele (Lula), enquanto (o presidente Michel) Temer (PMDB) ninguém conhece. Lula segue tendo peso político no cenário mundial."
Ao mesmo tempo, o correspondente reconhece que os processos afetaram a credibilidade do petista. "São sete processos abertos contra ele. Se, por um lado, há esse imaginário coletivo de Lula como um presidente popular, ele também é associado ao caso da Petrobras (Operação Lava Jato)."
Para o jornalista brasileiro Paulo Cabral, que representa no Brasil a CGTN America, divisão americana da televisão estatal da China, a possibilidade de o ex-presidente insistir no registro da candidatura mesmo com a confirmação da condenação reduz a repercussão do julgamento na mídia internacional.
"A expectativa é em relação a Lula ficar ou não inelegível. Se vier mais uma briga judicial, reduz o interesse imediato, mas se a decisão for por 3 a 0, que dificulta os recursos (unanimidade impede embargos infringentes), todos vão ficar mais atentos", diz o jornalista.
Conforme o correspondente da TV chinesa, a figura de Lula continua muito popular no exterior, "apesar de todo mundo saber que ele não é aquele herói de antes". "Ele é mais bem visto fora do Brasil do que aqui. Lembra um pouco o (Mikhail) Gorbachev (ex-presidente da União Soviética), que está muito queimado na Rússia, mas tem a imagem externa descolada da imagem interna", compara.
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