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Política

- Publicada em 04 de Janeiro de 2018 às 22:14

Pedido de Marchezan é 'inócuo', diz secretário de Segurança

Segundo secretário, Marchezan 'talvez não tenha escolhido o melhor mecanismo' para expressar preocupação

Segundo secretário, Marchezan 'talvez não tenha escolhido o melhor mecanismo' para expressar preocupação


FREDY VIEIRA/JC
Lívia Araújo
O secretário estadual de Segurança, Cezar Schirmer (PMDB), acredita que o ofício enviado à presidência da República, na quarta-feira, pelo prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), solicitando a presença das Forças Armadas na Capital no dia do julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é "inócuo, não tem consequência fática e concreta".
O secretário estadual de Segurança, Cezar Schirmer (PMDB), acredita que o ofício enviado à presidência da República, na quarta-feira, pelo prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), solicitando a presença das Forças Armadas na Capital no dia do julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é "inócuo, não tem consequência fática e concreta".
Em entrevista ao Jornal do Comércio, Schirmer disse que Marchezan "talvez não tenha escolhido o melhor mecanismo" para revelar "sua preocupação como prefeito da cidade", mas que o ocorrido é um "ponto fora da curva, já está resolvido", e que a reunião do gabinete integrado destinado a organizar as movimentações do dia 24 de janeiro visa garantir manifestações pró e contra o ex-presidente sem violência e incidentes. "Estimular esse clima reinante no País, de ódio, malquerença, raiva e hostilidade, isso é tudo o que tem de ruim na democracia", pontuou.
Jornal do Comércio - Cabe ao prefeito fazer esse tipo de solicitação à presidência da República?
Cezar Schirmer - O ministro da Defesa já até se manifestou sobre isso. Ele disse que não recebeu (o ofício) e que, quando chegar, vai devolver, porque esse assunto não é atribuição do município.
JC - Com isso, houve algum atropelamento da prerrogativa do governo do Estado em fazer essa solicitação?
Schirmer - Estamos tratando desse assunto há 15 dias, e, nesse período, falamos internamente sobre as ações. Ontem (quarta-feira), reunimos diferentes instituições - federais, estaduais e municipais, mais o Tribunal Regional Federal - para estabelecer uma ação integrada para o dia 24 de janeiro. Acho que Marchezan quis sinalizar sua preocupação como prefeito da cidade, talvez não tenha escolhido o melhor mecanismo para revelar essa preocupação, mas isso é um ponto fora da curva, já está resolvido.
JC - Mas, nessa reunião, ele aventou essa possibilidade?
Schirmer - Ele não estava presente. Quem estava presente era a Secretaria do Meio Ambiente, a Guarda Municipal e a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação).
JC - Independentemente da ação do prefeito, a presença dessas forças adicionais é necessária?
Schirmer - Nossa posição é tomar medidas cautelares, preventivas e de cuidado no sentido de serenar os ânimos e criar um ambiente de respeito à divergência e de espírito democrático, em respeito à lei, e que o tribunal possa decidir sem nenhum tipo de constrangimento de qualquer natureza. Mas isso é um processo. Vamos nos reunir na semana que vem, isso é um gabinete integrado.
JC - Mas não foi, então, batido o martelo sobre a necessidade da presença dessas forças?
Schirmer - Essa função do Exército e das Forças Armadas está explicitada na Constituição Federal. Isso independe da minha vontade, da do prefeito e da de quem quer que seja, exceto do presidente da República, do ministro da Defesa e dos comandantes das respectivas armas. Não é o meu pedido que vai motivar o Exército a tomar ação. Por isso, acho, com todo o respeito pelo prefeito, embora compartilhando sua preocupação, esse pedido inócuo, não tem consequência fática e concreta.
JC - Como o senhor avalia o tom que o prefeito usou no ofício e nas declarações que tem dado a respeito?
Schirmer - Não me cabe avaliar a declaração do prefeito. Ele é responsável pelo que diz, e como e quando diz. Acho que nós todos, homens públicos, com diferentes graus de responsabilidade, e isso vale para todos. A democracia tem limites, o limite da lei. Então, estimular esse clima reinante no País, de ódio, malquerença, raiva e hostilidade, isso é tudo o que tem de ruim na democracia. Não me refiro a ninguém especificamente, não estou respondendo sobre o prefeito, mas no geral. A maioria da população não está nos extremos, mas em um espectro ideológico e político, ou de abstenção, ou de querer a democracia, o respeito e o cumprimento da lei. Não me cabe avaliar a manifestação do prefeito, exceto como a revelação de uma preocupação com o evento. Minha maior preocupação é que cada um se manifeste dentro da lei, sem violência, respeitando a divergência, a lei e a democracia.
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