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Opinião

- Publicada em 12 de Janeiro de 2018 às 15:20

Meritocracia é aristocracia

A crise de transição dos Estados-Nações diante da globalização provocou uma impotência do poder do Estado, dos partidos políticos e do sindicalismo. Diante destas condições históricas surgiu nas hostes sociais-democratas uma nova linha de pensamento: o liberalismo igualitário. Seu principal representante foi o jurista americano John Rawls (falecido em 2002). A novidade desta teoria está na tentativa de dar resposta ao dilema entre liberdade e igualdade, entre os direitos individuais e a equidade social. Em sua Teoria da Justiça de 1971, Rawls afirma que os valores sociais deverão ser repartidos de maneira igual, desde que as naturais desigualdades sejam vantajosas para os menos favorecidos. Baseado na teoria dos jogos de John Hersany que pressupunha a ignorância daqueles que intervêm numa situação de escolhas de preferências, as decisões tomadas nesses casos, sob o que Rawls chama de "véu da ignorância", seriam justas porque os jogadores tomariam uma conduta que, sem saber todos os dados, os levaria aos melhores lugares sociais e assim ser equitativos com os que ficariam nos piores lugares, pois os privilegiados saberiam que também poderiam ser os potenciais perdedores. Na distribuição às cegas das cartas de um baralho, ganha a partida quem recebe os melhores naipes e souber manejá-los. As teses de Rawls, aparentemente justas e bem intencionadas, escondem uma sutil maneira de defender a desigualdade sob o manto da justiça, esquecendo o sentido comum de que ninguém quer perder nada e de não levar em conta a vida prática onde os indivíduos raramente tomam decisões desconhecendo suas consequências. Outra condição para que os "jogadores" aceitem a desigualdade é que todos tenham as mesmas oportunidades não prejudicadas por privilégios socioeconômicos e de castas familiares ou corporativas. Para que esta igualdade de oportunidades seja efetiva, é preciso que sejam compensadas as desvantagens do ponto de partida.
A crise de transição dos Estados-Nações diante da globalização provocou uma impotência do poder do Estado, dos partidos políticos e do sindicalismo. Diante destas condições históricas surgiu nas hostes sociais-democratas uma nova linha de pensamento: o liberalismo igualitário. Seu principal representante foi o jurista americano John Rawls (falecido em 2002). A novidade desta teoria está na tentativa de dar resposta ao dilema entre liberdade e igualdade, entre os direitos individuais e a equidade social. Em sua Teoria da Justiça de 1971, Rawls afirma que os valores sociais deverão ser repartidos de maneira igual, desde que as naturais desigualdades sejam vantajosas para os menos favorecidos. Baseado na teoria dos jogos de John Hersany que pressupunha a ignorância daqueles que intervêm numa situação de escolhas de preferências, as decisões tomadas nesses casos, sob o que Rawls chama de "véu da ignorância", seriam justas porque os jogadores tomariam uma conduta que, sem saber todos os dados, os levaria aos melhores lugares sociais e assim ser equitativos com os que ficariam nos piores lugares, pois os privilegiados saberiam que também poderiam ser os potenciais perdedores. Na distribuição às cegas das cartas de um baralho, ganha a partida quem recebe os melhores naipes e souber manejá-los. As teses de Rawls, aparentemente justas e bem intencionadas, escondem uma sutil maneira de defender a desigualdade sob o manto da justiça, esquecendo o sentido comum de que ninguém quer perder nada e de não levar em conta a vida prática onde os indivíduos raramente tomam decisões desconhecendo suas consequências. Outra condição para que os "jogadores" aceitem a desigualdade é que todos tenham as mesmas oportunidades não prejudicadas por privilégios socioeconômicos e de castas familiares ou corporativas. Para que esta igualdade de oportunidades seja efetiva, é preciso que sejam compensadas as desvantagens do ponto de partida.
Condição que na atual conjuntura das políticas neoliberais é uma quimera expressa numa falsa meritocracia que na realidade elude o domínio da aristocracia atuante em todos os setores da selvagem e bulímica economia na qual vivemos e morremos.
Membro da Academia Rio-Grandense de Letras
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