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Internacional

- Publicada em 23 de Janeiro de 2018 às 22:17

Venezuela terá eleições presidenciais antecipadas

Em discurso, presidente afirmou ter disposição para nova candidatura

Em discurso, presidente afirmou ter disposição para nova candidatura


JUAN BARRETO / AFP/JC
A Assembleia Constituinte da Venezuela, composta integralmente por aliados do regime de Nicolás Maduro, anunciou ontem que as eleições presidenciais serão realizadas até 30 de abril. A data exata não foi revelada. Com a decisão, o presidente cumpre a expectativa de antecipar a votação, prevista inicialmente para o quarto trimestre deste ano, para facilitar sua permanência no poder até 2025.
A Assembleia Constituinte da Venezuela, composta integralmente por aliados do regime de Nicolás Maduro, anunciou ontem que as eleições presidenciais serão realizadas até 30 de abril. A data exata não foi revelada. Com a decisão, o presidente cumpre a expectativa de antecipar a votação, prevista inicialmente para o quarto trimestre deste ano, para facilitar sua permanência no poder até 2025.
Maduro, que está no poder desde 2013, se aproveita da união de seus aliados após as vitórias nos pleitos para prefeitos, em dezembro, e governadores, em outubro, e da implosão da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) depois deles. O decreto foi proposto pelo número 2 do chavismo, Diosdado Cabello. Ele confirmou que o candidato do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) será Maduro.
Horas depois, na celebração dos 60 anos da queda da ditadura de Marcos Pérez Jiménez (1952-1958), Maduro disse que "estava às ordens" para concorrer ao segundo mandato. "Eu sou só um humilde trabalhador, um humilde homem do povo. Se o PSUV, [...], se meus irmãos trabalhadores acham que eu deva ser o candidato presidencial, da pátria, dos setores revolucionários, dos que amamos este país, estou às ordens."
Cabello disse ter lançado o decreto como resposta às sanções dos EUA e da União Europeia (UE). "Se o mundo quiser aplicar sanções, nós aplicaremos eleições", avisou o parlamentar, um dos alvos das punições aprovadas na segunda-feira. O regime as considerou um golpe às negociações com seus adversários, no âmbito das quais a convocação das eleições era tópico central.
Para o Grupo de Lima, composto pelo Brasil e mais 11 países das Américas que não reconhecem a Constituinte, a decisão "torna impossível a realização de eleições presidenciais democráticas, transparentes e confiáveis". "(Os países) exigem que as eleições sejam convocadas com antecipação adequada, com a participação de todos os atores políticos com todas as garantias correspondentes, inclusive a participação de observadores internacionais independentes. Eleições que não atendam a essas condições não terão legitimidade", disse a associação, em nota.
Já a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Heather Nauert, afirmou não ser uma boa ideia que Maduro concorra à reeleição. A decisão de antecipar a votação foi condenada pela oposição, que exigia nas negociações a reforma do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o que ficou indefinido com a decisão de ontem.
O deputado Henry Ramos Allup, líder da Ação Democrática (de centro), viu a convocação das eleições como uma represália à UE. "Cabello fala das sanções como se a oposição tivesse o poder de aplicá-las ou levantá-las, criticou.
O ex-presidenciável Henrique Capriles, principal líder do Primeiro Justiça (centro-direita) e que está inelegível, se mostrou cético. "Se liberam o direito do nosso povo de decidir, eles (o governo) vão embora", criticou. Já María Corina Machado, líder do Venha Venezuela (direita liberal), foi mais incisiva. "Não são eleições, é uma ocupação militar com uma comissão eleitoral fraudulenta."
 
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