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Economia

- Publicada em 21 de Dezembro de 2017 às 22:36

Temer descarta venda da Embraer

Fundada como estatal em 1969, Embraer foi privatizada em 1994 e superou estado de quase falência

Fundada como estatal em 1969, Embraer foi privatizada em 1994 e superou estado de quase falência


/EMBRAER/DIVULGAÇÃO/JC
Informado, na tarde desta quinta-feira, sobre a intenção da norte-americana Boeing de associar-se à Embraer na área de aviação comercial, o presidente Michel Temer negou a possibilidade de transacionar o controle acionário da empresa brasileira de aviação. "No meu governo, a Embraer jamais será vendida", disse, em reunião com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o comandante da Força Aérea, brigadeiro Nivaldo Rossato. Eles haviam recolhido informações sobre o caso após o jornal norte-americano The Wall Street Journal publicar que a Embraer poderia ser comprada pela Boeing.
Informado, na tarde desta quinta-feira, sobre a intenção da norte-americana Boeing de associar-se à Embraer na área de aviação comercial, o presidente Michel Temer negou a possibilidade de transacionar o controle acionário da empresa brasileira de aviação. "No meu governo, a Embraer jamais será vendida", disse, em reunião com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o comandante da Força Aérea, brigadeiro Nivaldo Rossato. Eles haviam recolhido informações sobre o caso após o jornal norte-americano The Wall Street Journal publicar que a Embraer poderia ser comprada pela Boeing.
O governo brasileiro foi pego de surpresa pela informação. A área militar havia notado uma movimentação de executivos e lobistas ligados aos norte-americanos em reuniões recentes em Brasília, mas não tinha clareza do que estava em curso. Na realidade, a Boeing negocia uma associação, até por saber que o governo brasileiro não autorizaria a venda.
O poder de veto do Planalto se deve a uma golden share, mecanismo que lhe permite voz em qualquer decisão estratégica da empresa - que foi fundada como estatal em 1969 e acabou privatizada em 1994. De lá para cá, a Embraer saiu do estado de quase falência para assumir o posto de terceiro maior fabricante de aviões do mundo.
Parte desse sucesso se deve à associação estratégica com o governo brasileiro. Seu novo cargueiro militar, por exemplo, só existe porque a Força Aérea bancou R$ 5 bilhões de seu desenvolvimento e garantiu uma encomenda de 28 aeronaves. Na quarta-feira (20), o modelo KC-390 recebeu a sua homologação operacional inicial, e deverá ter a primeira unidade entregue à FAB em 2018.
Segundo o The Wall Street Journal, com o negócio, a Embraer ganharia um ágio substancial além dos US$ 3,7 bilhões de valor de mercado. Com esse movimento, as ações da Embraer listadas na bolsa norte-americana tiveram alta de até 26%, para US$ 24,44. Na bolsa brasileira, as ações da Embraer subiam 2,54% às 15h14, cotadas a R$ 16,91.
Neste ano, até setembro, a fabricante de aviões entregou 137 aeronaves, sendo 78 comerciais e 59 executivas. Nos últimos quatro anos, o Phenom 300, fabricado pela empresa, tem sido o jato de maior vendagem no mundo em termos de unidades entregues, de acordo com o analista do setor Richard Aboulafia.
A Embraer teve uma receita liquida de R$ 21,436 bilhões em 2016. No terceiro trimestre deste ano, registrou lucro líquido de R$ 351 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 111,4 milhões do mesmo período do ano passado.
À época do balanço, a empresa destacou a perspectiva desafiadora para 2018, pelo quanto a Embraer dependeria da sua nova linha de jatos de 70 a 130 passageiros, com a qual irá competir, com o modelo maior, com as aeronaves CSeries, da joint venture entre a Airbus e a Bombardier. "A Embraer espera que 2018 seja um ano de transição, com a entrada em operação do primeiro modelo E2, o E190-E2, aliada a um mercado ainda estável nos segmentos de aviação executiva e de defesa e segurança", disse a empresa.
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