Os empréstimos em bancos para servidores públicos do Estado e da prefeitura de Porto Alegre podem ser um bom negócio para quem não precisar usar o dinheiro para quitar dívidas ou despesas que consomem todo o valor. O juro que as duas esferas do Executivo vão cobrir são muito maiores que opções de aplicações do mercado em modalidades de renda fixa. A previsão é de cobrir 1,42% ao mês. O alerta é feito justamente por uma das instituições que vai operar a modalidade, que é o Banrisul. "Onde vai encontrar esta oferta?", provoca o presidente do Banrisul, Luiz Gonzaga Veras Mota. A taxa deve ser mais que o dobro de outras modalidades de aplicação de renda fixa.
O banco estadual será o principal repassador para o quadro estadual, e poderá ser acionado por servidores do município, pois a prefeitura deixará a opção a critério de quem buscar os empréstimos. A contratação ainda depende de aval da Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores da Capital, o que é esperado para esta semana, pois o prazo final para pagamento da gratificação natalina é dia 20. Tanto o Estado como a prefeitura da Capital alegam dificuldades financeiras para não pagar o 13º. Quem não contrair a operação em bancos deve receber o valor em 10 parcelas.
O presidente do Banrisul, Luiz Gonzaga Veras Mota, diz que o banco já está com a operação pronta e só aguardava, na semana passada, os dados de valores da folha. "Vamos começar a aceitar pedidos na data (dia 20)", diz o presidente do banco. "Só precisa aprovar a lei para deixar as pessoas tranquilas", condiciona Gonzaga. Tanto no município como Estado ficará a critério do servidor escolher o banco que fará a operação. A Caixa Econômica Federal tem a folha da prefeitura.
O banco destaca a facilidade de contratar. O servidor com conta no Banrisul pode acessar em aplicativos e home banking da instituição. Apenas quem migrou para outros bancos terá de ir a agências para autorizar a portabilidade para conseguir contrair a operação. A devolução do empréstimo será em 12 parcelas, que serão pagas pelo Estado com a atualização monetária. O banco espera adesão de 70% dos servidores. Um detalhe que pesa ainda para elevar o atrativo da rentabilidade é que a taxa não sofre tributação, como ocorre com as modalidades de renda fixa, com exceção da poupança, que é isenta.
Melhores remunerações de aplicações podem alcançar 7% ao ano, como CDB e CDI, modalidades de renda fixa. Mas é preciso ainda debitar o imposto de renda de 15%. A poupança chega a 5,95%, ao ano, só não tem incidência de IR. "Para o servidor que tem um lastro, que não vai precisar do dinheiro e tem suas economia, é ótima opção e terá um bom rendimento", reforça Mota. No ano passado, o banco não chegou a fazer empréstimo, mas em 2015, primeiro ano do governo de José Ivo Sartori (PMDB), sim. Prefeituras também buscam as operações para enfrentar caixa em crise. Este ano, segundo o dirigente, apenas 10 das 250 administrações com folha no banco solicitaram até agora a modalidade.