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Cultura

- Publicada em 11 de Dezembro de 2017 às 22:26

Um gigante adormecido: Centro Cultural Caixa tem obras novamente paralisadas

Contrato entre a Caixa e a empresa responsável pela obra foi rescindido em setembro

Contrato entre a Caixa e a empresa responsável pela obra foi rescindido em setembro


FREDY VIEIRA/JC
Cristiano Vieira
Quando se pensa em espaços culturais tradicionais em Porto Alegre, inevitavelmente a memória corre para o Centro Histórico: é lá que estão o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), o Memorial, o Santander Cultural, a Casa de Cultura Mario Quintana, o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo e o Theatro São Pedro, para citar os principais.
Quando se pensa em espaços culturais tradicionais em Porto Alegre, inevitavelmente a memória corre para o Centro Histórico: é lá que estão o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), o Memorial, o Santander Cultural, a Casa de Cultura Mario Quintana, o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo e o Theatro São Pedro, para citar os principais.
Essa lista poderia ser maior, caso o Centro Cultural Caixa já estivesse operando. Com a obra de revitalização mais uma vez paralisada, ninguém arrisca uma nova data para a inauguração do complexo. O contrato entre a Caixa e a Portonovo Empreendimentos, responsável pela obra desde 2015, foi rescindido em setembro último.
Desde que a prefeitura da Capital e o banco chegaram a um acordo para instalar no edifício do antigo Cine Imperial um centro cultural já se passaram quase 10 anos (2008). A primeira expectativa de conclusão era 2010 - desde então, os problemas se sucederam, sejam eles de origem burocrática/legal ou de engenharia.
O mais conhecido empecilho entrou para o folclore urbano (embora seja bem real): a famosa rocha descoberta repousando abaixo da construção demandou cuidados especiais para evitar o desabamento do prédio e preservar as estruturas vizinhas. Lidar com um problema desses exige paciência, técnica apurada e, claro, tempo.
A preocupação se justifica: encravado no calçadão da Praça da Alfândega, o edifício Imperial foi um dos primeiros arranha-céus da cidade, construído entre 1931 e 1933. Com design de Egon Weindorfer e Agnello Nilo de Lucca, é um dos exemplares mais sofisticados da arquitetura art déco no Brasil.
A construção foi pioneira no conceito mixed-use, hoje tão comum na arquitetura contemporânea: possuía uma área de entretenimento (cine-teatro) com residências, tendo introduzido em Porto Alegre outra novidade: os cobiçados duplex (apartamentos de dois andares).
A revitalização (com orçamento de R$ 38 milhões) é ambiciosa: finalizada, a Caixa Cultural Porto Alegre ocuparia cinco pavimentos (incluindo um teatro no térreo, museu, salas de exposições, cafeteria, livraria, espaço multiuso, salas de ensaio e miniauditório).
Para a prefeitura de Porto Alegre seriam destinados oito andares, nos quais boa parte da estrutura da Secretaria Municipal de Porto Alegre ficaria instalada (hoje, ocupando a acanhada Casa Torelly, outro belo exemplar arquitetônico do município, localizado na avenida Independência).
Questionado sobre o assunto, o secretário municipal da Cultura, Luciano Alabarse, mostrou-se surpreso. "Estou sabendo dessa situação por ti. A última informação que eu tinha é que poderíamos nos mudar em novembro do próximo ano. É uma pena", desabafa.
A reportagem do Jornal do Comércio solicitou entrevista com um porta-voz da Caixa à superintendência em Porto Alegre. Em resposta, a assessoria da instituição enviou uma nota, na qual o banco informa que "o contrato com a empresa executora da obra de reforma, restauração e construção do prédio para instalação da futura Caixa Cultural Porto Alegre foi rescindido em 25 de setembro de 2017, devido ao descumprimento de cláusulas contratuais".
"Os procedimentos para contratar a nova empresa que dará continuidade às obras da Caixa Cultural Porto Alegre já foram iniciados", encerra o e-mail enviado pelo banco. Procurada, a Portonovo Empreendimentos não atendeu ao telefone nem retornou contato por e-mail.
Por outro lado, outros casos emblemáticos de obras indefinidas têm perspectivas positivas. A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) readequou o modelo e terá, finalmente, uma sede própria - a Casa da Ospa, no Centro Administrativo, começa a funcionar em março de 2018 (para tanto, a orquestra colocou no ar um projeto de financiamento coletivo em seu site)
A Usina do Gasômetro, por sua vez, deve começar a ganhar uma cara nova também em 2018, quando a tão sonhada reforma - orçada em R$ 10 milhões - finalmente sair do papel. É uma obra importante que, conectada ao trecho revitalizado da orla e que está em fase final, promete aproximar o porto-alegrense do Guaíba.
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