Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Empresas & Negócios

- Publicada em 08 de Janeiro de 2018 às 14:12

Centenária, IBM quer se reinventar

Marcelo Porto, presidente da IBM Brasil

Marcelo Porto, presidente da IBM Brasil


IBM/DIVULGAÇÃO/JC
Patricia Knebel
Sair da zona de conforto, quebrar o compromisso com passado e se reinventar constantemente. Na cartilha de Marcelo Porto, que foi anunciado na semana passada como vice-presidente da unidade de Cloud da IBM América Latina, não há espaço para comodismos. E nem mesmo para tirar o pé do acelerador diante dos contextos macropolíticos nos quais a empresa está envolvida. "O que nos trouxe até aqui não garante o nosso futuro. Temos que buscar incansavelmente o conhecimento", alerta. Porto gosta de instigar a mudança nas pessoas, e sabe que o maior desafio para um player se manter à frente do mercado não é tecnológico, e sim, de mudança do mindset. "Precisamos de pessoas que queiram crescer e buscar um novo futuro", diz. O executivo esteve nos últimos três anos na presidência da multinacional no Brasil, cargo que agora será ocupado por Tonny Martins. Antes disso, Porto foi vice-presidente de vendas. Em 2012, passou um ano na sede da IBM, em Armonk, Nova Iorque, apoiando a CEO Ginni Rometti no desenvolvimento de projetos com clientes de todo o mundo.
Sair da zona de conforto, quebrar o compromisso com passado e se reinventar constantemente. Na cartilha de Marcelo Porto, que foi anunciado na semana passada como vice-presidente da unidade de Cloud da IBM América Latina, não há espaço para comodismos. E nem mesmo para tirar o pé do acelerador diante dos contextos macropolíticos nos quais a empresa está envolvida. "O que nos trouxe até aqui não garante o nosso futuro. Temos que buscar incansavelmente o conhecimento", alerta. Porto gosta de instigar a mudança nas pessoas, e sabe que o maior desafio para um player se manter à frente do mercado não é tecnológico, e sim, de mudança do mindset. "Precisamos de pessoas que queiram crescer e buscar um novo futuro", diz. O executivo esteve nos últimos três anos na presidência da multinacional no Brasil, cargo que agora será ocupado por Tonny Martins. Antes disso, Porto foi vice-presidente de vendas. Em 2012, passou um ano na sede da IBM, em Armonk, Nova Iorque, apoiando a CEO Ginni Rometti no desenvolvimento de projetos com clientes de todo o mundo.
JC Empresas & Negócios - Como foi estar à frente de uma empresa centenária em um mercado como o de tecnologia, que exige transformação constante?
Marcelo Porto - Eu cobro muito alta performance dos nossos times, pois acho que isso impacta a cultura de uma organização. Temos que ter um objetivo próximo do inatingível para as pessoas saírem do ano de conforto. Zona de conforto e crescimento não coexistem. É preciso ter coragem de quebrar o compromisso com o passado. Estamos comemorando 100 anos da nossa operação sempre com uma visão de longo prazo. A IBM não veio para o Brasil pensando no curto prazo. Apesar destes últimos anos terem sido difíceis para todo mundo, foram bons para a nossa companhia. Vamos entregar 2017 dentro do que a gente tinha se comprometido e vislumbramos um 2018 melhor do que nos últimos anos. Estamos apostando em áreas chaves dentro da nossa estratégia, cada vez mais focada em soluções cognitivas, Inteligência Artificial (IA) e blockchain. Outra área que estamos colocando muita atenção é a computação quântica. Também vamos ouvir mais em 2018 o IBM Cloud, pois consolidamos muita coisa dentro da nuvem da empresa. Tem muita coisa vindo no portfólio corporate. Esperamos um ano agitado, de mudanças e com a IBM construindo o seu futuro.
Empresas & Negócios - Um dos desafios da empresa é ampliar as vendas de soluções IBM para novos compradores de tecnologia. Como está esse trabalho?
Porto - As novas tecnologias vão impactar muito alguns segmentos da indústria. Muito se fala hoje na transformação do setor financeiro, que de fato está acontecendo. Mas apostamos muito nas áreas de saúde, agronegócios e educação, três segmentos que serão profundamente impactos pelo Blockchain e Inteligência Artificial. Quando combinamos Internet das Coisas (IoT), sensores, previsão climática e blockchain dentro de cadeia de distribuição complexa como a de agronegócios, podemos ter certeza que a produtividade desse setor se transformará profundamente. A partir de 2018, começaremos a colher frutos do que já estamos fazendo. A educação também está sendo transformada pela IA, especialmente quando se trata do ensino a distância. É uma forma de democratizar o acesso ao conhecimento. Em São Paulo, temos um cliente que usa as plataformas cognitivas para ensinar sobre negócios e criar comunidades. São embriões, empresas que têm a coragem de pensar diferente e explorar novos nichos.
Empresas & Negócios - A área da saúde é uma das mais evoluídas no uso do Watson. Quais os principais resultados esperados?
Porto - Investimos muito em dois braços do Watson neste segmento de saúde. Um deles relacionado ao genoma, tendo ao nosso lado como maior parceiro nesse sonho o Fleury Medicina e Saúde. Renovamos o contrato com eles por mais dois anos. Imagina a potência do uso de uma plataforma cognitiva para identificar mutações em um determinado indivíduo e alertando sobre as melhores drogas a serem aplicadas? É impossível um geneticista fazer isso sozinho. A beleza da plataforma passa por colocar ferramentas de IA a serviço do profissional e permitir que ele desempenhe melhor seu trabalho. Você melhora profissionais e a satisfação dos clientes. Outro exemplo forte em saúde é toda parte de oncologia - um dos nossos clientes é o Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre. Essas plataformas estão empoderando os profissionais para não perderem tempo com atividades repetitivas e investiram seu dom no que é importante.
Empresas & Negócios - A IBM tem aproveitado os ambientes brasileiros de inovação para impulsionar sua transformação?
Porto - Estamos olhando com atenção para os parques tecnológicos e as universidades, pois queremos estar mais próximos dos centros de inovação de empresas tradicionais. Temos parceira com Fundação Dom Cabral no Tree Lab, em que os alunos poderão vivenciar a experiência prática de uma plataforma cognitiva na sua capacitação profissional. Também trabalhamos perto de algumas empresas, como o Bradesco, em iniciativas como o inovaBra (programa de inovação aberta do banco). O Bradesco foi o nosso primeiro cliente de Watson e nos ajudou a ensinar o português para ele. Uma questão interessante é que, apesar de termos soluções robustas de IA, como do genoma, tomamos a decisão de colocar o Watson na nuvem, e ele se tornou uma plataforma de microsserviços cognitivos. São APIs que podem ser usadas por todo tipo de empresa, das startups as tradicionais. Uma das primeiras jovens operações a colocar essa camada de serviços dentro da sua aplicação foi a gaúcha Mecasei.com. Hoje, para onde a gente olha, vê startups usando as nossas APIs cognitivas. Estamos em contato com aceleradoras e realizamos diversos hackathons em 2017. Acredito muito na capacidade de contaminação positiva destes ecossistemas de inovação. Sou um apaixonado por esse tema.
Empresas & Negócios - Quais os diferenciais tecnológicos que as empresas devem buscar para não ficarem para trás?
Porto - Claramente, o próximo recurso natural é o dado. Se pensarmos nas empresas daqui para frente, o dado será a alavanca do próximo ciclo de desenvolvimento. Se as empresas conseguirem monetizar os seus dados e tirarem insights disso, vão se sobressair. Existem muitas questões que devem ser consideradas dentro dessa perspectiva. Quem são empresas que vão se alavancar com esses dados? Qual o maior ativo de uma player do segmento imobiliário, por exemplo? Vender uma casa ou conseguir responder sobre qual o tamanho e cor de sofá preferidos nos apartamentos de 100 m² em um bairro específico de São Paulo? Quanto vale essa informação para mercado de imóveis e para as lojas que vendem móveis? Que tipo de produto vai estar na prateleira porque sabermos que ali naquela cidade isso é importante? É preciso explorar os dados para monetizar novos negócios. O desafio é saber quem ganha, as incumbentes ou startups.
Empresas & Negócios - Que grandes desafios de gestão o gestor de uma gigante como a IBM deve ser capaz de atender?
Porto - O gestor de uma empresa como a IBM sempre vai ter que cuidar com especial atenção: linha de negócios, ser o embaixador da companhia para fora do país e os talentos. Os dois primeiros são mais tranquilos, especialmente porque, no meu caso, estou há 33 anos dentro da corporação. É no terceiro pilar que residente o grande desafio. Os talentos são o ativo mais valioso dentro da empresa. Eles que transformam a companhia. Recrutar, reter e desenvolver as pessoas é um trabalho constante. 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO