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Empresas & Negócios

- Publicada em 27 de Dezembro de 2017 às 14:30

ATP Suplementos é referência

Loja de Caxias do Sul fechou o ano passado com crescimento de 25% sobre 2016, diz Palavro

Loja de Caxias do Sul fechou o ano passado com crescimento de 25% sobre 2016, diz Palavro


GREICE TEDESCO/DIVULGAÇÃO/JC
Roberto Hunoff
A indústria brasileira de suplementos nutricionais alcançou crescimento de 10% em sua produção em 2016, com faturamento estimado de quase R$ 1,5 bilhão. Os dados são da Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais e Alimentos para Fins Especiais. A ATP Suplementos, de Caxias do Sul, é um exemplo. Com seis anos de atuação no mercado, já se posiciona entre as cinco maiores do Estado, tendo a sua operação megastore como referência conceitual para o Brasil. Comandada por Arnold Tedesco Palavro, filho e neto de empresários que por décadas trabalharam no varejo, a loja teve expansão acima do previsto, fez ajustes em função da crise, mas fechou o ano passado com crescimento de 25% sobre 2016.
A indústria brasileira de suplementos nutricionais alcançou crescimento de 10% em sua produção em 2016, com faturamento estimado de quase R$ 1,5 bilhão. Os dados são da Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais e Alimentos para Fins Especiais. A ATP Suplementos, de Caxias do Sul, é um exemplo. Com seis anos de atuação no mercado, já se posiciona entre as cinco maiores do Estado, tendo a sua operação megastore como referência conceitual para o Brasil. Comandada por Arnold Tedesco Palavro, filho e neto de empresários que por décadas trabalharam no varejo, a loja teve expansão acima do previsto, fez ajustes em função da crise, mas fechou o ano passado com crescimento de 25% sobre 2016.
Empresas & Negócios - O que te levou a investir em uma loja de suplementos alimentares em Caxias do Sul?
Arnold Tedesco Palavro - Em 2008, com 18 anos, fiz um intercâmbio de seis meses nos Estados Unidos. Como sempre gostei da área de saúde, alimentação e musculação, me interessei pelo mercado de suplementos, que nos Estados Unidos é muito avançado. Por lá se encontra estes produtos em farmácias, supermercados e lojas especializadas, dentre outros pontos de venda. Quando voltei ao Brasil, meu pai me questionou sobre o que eu estava pensando para o futuro. Falei que gostava de musculação, mas que não me interessava abrir uma academia, porque a concorrência já era grande. Surgiu a ideia de uma loja na área de suplemento alimentar e meu pai, que foi varejista durante décadas, como meu avó, sugeriu começar logo, porque havia poucas opções na cidade. Levamos três anos para consolidar o projeto. Em 2011, com 20 anos, firmei sociedade com amigo e abrimos uma loja de 50 metros quadrados.
Empresas & Negócios - Como se deu a expansão do negócio?
Palavro - Muito rápida. Não demorou e já tínhamos mais duas filiais, além da matriz. Os anos que se seguiram à abertura da loja foram de economia aquecida. Imaginava que este negócio serviria como experiência para depois entrar em outra área do varejo, já que minha família, durante décadas, atuou no ramo de móveis e eletrodomésticos. Mas o negócio deu certo, que resolvi ficar e investir. Outro fator determinante foi termos decidido trabalhar com produtos importados, até então sem muita presença no mercado local. Com eles, atingimos o público considerado classe A, que viajava ao exterior e comprava os produtos lá fora.
Empresas & Negócios - A ATP começou num momento de economia aquecida. Como a crise, desencadeada a partir de 2014, impactou a empresa?
Palavro - Sentimos bastante, fechamos, inclusive, a matriz para não fechar a rede. Os anos de 2014 e 2015 foram complicados. O mercado todo sentiu, os clientes continuam consumindo, mas trocaram marcas importadas por nacionais, de menor valor, o que impacta nas margens. Este ano, ao contrário, está sendo positivo desde o mês de janeiro, algo no que eu não acreditava no final de 2016, outro período difícil. A evolução foi significativa a cada mês. Mas janeiro foi surpreendente, com recorde de faturamento.
Empresas & Negócios - Como a empresa fecha o ano e qual a visão para 2018?
Palavro - A meta deste ano era atingir faturamento de R$ 4 milhões. Chegamos muito perto disto, crescemos em torno de 25% sobre 2016. Os projetos para 2018 são ainda mais ambiciosos, porque abriremos novos nichos de mercado. Se depender só de suplementos, não vamos conseguir repetir o índice. Estamos trabalhando em estratégias, que vamos adotar a partir do segundo semestre, que elevará a empresa a outros patamares. O objetivo é migrar para outros segmentos de saúde e alimentação, mas preservando o negócio de suplementos.
Empresas & Negócios - Esta variação de mix deve-se a algum receio de estagnação no mercado de suplementos?
Palavro - Ao contrário. O mercado de suplementos tem ainda muito espaço para evoluir. Pesquisas mostram que no Brasil só 2% das pessoas que fazem atividade física consomem suplemento alimentar. Isto é praticamente nada, quando comparado aos Estados Unidos, onde o índice é de 70%. Este mercado tem muito espaço para crescer no Brasil, estamos só engatinhando. Acredito, inclusive, que surgirão novas lojas, porque muita gente ainda não se deu conta da importância da suplementação alimentar. Com a rotina diária corrida que se tem fica difícil fazer a alimentação correta. Por isso, o suplemento melhora a qualidade de vida. Muitas lojas fecharam com a crise. Mas quem passou vai crescer. As unidades aumentarão de tamanho e haverá especialização em áreas específicas.
Empresas & Negócios - Dá para perceber que suplemento alimentar não é algo somente para buscar o corpo perfeito?
Palavro - Exatamente, o mercado mudou muito desde quando começamos a loja. No início, era praticamente só produto para aumento de massa muscular. Atualmente, ainda é o principal, mas não o único. Os clientes buscam sais minerais, proteínas e vitaminas, dentre outros suplementos, visando melhorar a qualidade de vida. Está aumentando o público menos interessado em performance. Esta é a tendência para o futuro. A performance ainda é forte, a busca do corpo perfeito é mais para o público jovem. Quem está acima dos 40 anos busca mais qualidade de vida, mais energia, quer aumentar sua autoestima. É um mercado que eu não esperava atender. Eles vêm com indicação de médico ou educadores físicos em busca de suplementação, porque não conseguem mais suprir as necessidades diárias só com a alimentação tradicional.
Empresas & Negócios - Isto fez a empresa alterar seus conceitos iniciais?
Palavro - Hoje temos mais de 20 mil itens na loja, de mais de 100 marcas nacionais e importadas, sendo 15 comercializadas de forma exclusiva na cidade. Os importados ainda são os preferidos do público. Para os consumidores de menor condição financeira existem opções muito boas de marcas nacionais para cumprir com os propósitos da ingestão dos suplementos.
Empresas & Negócios - Recentemente, a empresa ingressou no segmento e-commerce...
Palavro - A loja virtual terá funcionamento efetivo a partir de janeiro. Projetamos que esta operação trará incremento de 20% já em 2018. Hoje são poucas as lojas virtuais no stado, a maioria está sediada em São Paulo. Nosso foco será atender ao público gaúcho. Vamos buscar ter como diferencial a entrega do produto com a maior rapidez possível. Nos Estados Unidos, a entrega é em até 12 horas. No Brasil demora um pouco mais. Por isso, vamos investir muito forte em logística para reduzir os prazos.
Empresas & Negócios- Quando se fala em suplementação, logo se associa com corpos sarados e, por decorrência, lembra anabolizantes. Como mudar esta vinculação?
Palavro - A suplementação ainda carrega este estigma. Estamos trabalhando para mudar esta ideia de que não faz bem. De forma geral, a população acha que suplemento é só para quem quer ganhar músculos, é preciso desmistificar isto, leva tempo, mas profissionais estão trabalhando para mudar isto. Na ATP, por exemplo, já mudamos as vitrines. Tiramos os corpos perfeitos e investimos em imagens de atividades esportivas, valorizando a qualidade de vida. A verdade é que para o crescimento sustentável do negócio precisamos mudar esta ideia associada com anabolizantes. O principal cliente no futuro será o que busca qualidade de vida. Já é bem interessante o número de pessoas de mais idade frequentando a loja por orientação médica na busca de suplementos para amenizar os impactos do envelhecimento. Teremos, no futuro, lojas focadas em públicos específicos. Ainda não existem, porque não são sustentáveis.
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