Otis adquire divisão de elevadores da Mitsubishi

A norte-americana Otis anunciou, nesta quinta-feira, a compra da divisão de elevadores e escadas rolantes da Mitsubishi Electric no Brasil. A fábrica da multinacional japonesa no País, adquirida em 2013 da LGTech, fica em Guaíba, e a Otis não se pronunciou sobre o destino da planta. A compradora possui sua fábrica brasileira em São Bernardo do Campo (SP), inaugurada em 2013. Os valores do negócio não foram divulgados.

Com a aquisição, a Otis passa a ser a autorizada exclusiva de serviços aos produtos tanto da marca Mitsubishi Electric quanto da marca LGTech no Brasil. A Otis também terá acesso a peças de reposição originais e soluções para manutenção contínua e modernização dos elevadores e escadas rolantes da Mitsubishi Electric no Brasil.

Em nota à imprensa, o diretor-geral da Otis para América do Sul, Julio Bellinassi, afirma apenas que a empresa está "ansiosa para se apresentar aos novos clientes e orgulhosa de poder oferecer a eles um serviço de referência no segmento". Já Iwao Oda, gerente-geral da Mitsubishi Electric Corporation, afirmou estar confiante de que a venda "garantirá que os clientes continuem a receber o melhor serviço em seus equipamentos".

Criada em 2006 ainda sob o nome LGTech, a empresa de elevadores foi vendida em setembro de 2013 à Mitsubishi Electric, um dos braços do conglomerado asiático, por R$ 52,7 milhões. Com o acordo, o negócio foi rebatizado como Melco Elevadores do Brasil S.A., e a fábrica passou por ampliações e melhorias. O anúncio do investimento nas reformas, em torno de R$ 20 milhões, foi feito com pompas no Palácio Piratini, em 2014.

Apesar dos aportes feitos pelos japoneses, a Otis, que se diz a maior companhia do mundo em fabricação e prestação de serviços para produtos do setor de elevadores, com 1,9 milhão de equipamentos em funcionamento em duas centenas de países, herdará um negócio com resultados ruins nos últimos anos. Segundo o último Balanço Patrimonial da Melco, a empresa teve prejuízo de R$ 28,1 milhões em 2016, e perdas ainda maiores, de R$ 39,2 milhões, no ano anterior.

O negócio representa mais uma saída de empresas ligadas à Mitsubishi do mercado gaúcho e brasileiro nos últimos dois anos, após a venda de parte das ações do estaleiro Ecovix, em Rio Grande, no início de 2016, e da venda da Brasil Kirin, que possuía uma fábrica em Igrejinha (repassada à Heineken), no primeiro semestre deste ano.