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Economia

- Publicada em 08 de Novembro de 2017 às 12:31

China se prepara para banir pagamento com dinheiro

Pagamento com smartphone soma US$ 5 trilhões ao ano, 120 vezes mais que nos Estados Unidos

Pagamento com smartphone soma US$ 5 trilhões ao ano, 120 vezes mais que nos Estados Unidos


Janaína Câmara da Silveira/Radar China/JC
Em Beijing, Shanghai, Shenzhen ou qualquer outra grande metrópole chinesa, dinheiro em papel é artigo raro graças a uma revolução interessante no sistema financeiro do país: o pagamento via smartphone - que ao escanear códigos QR de quem paga ou de quem recebe, garante a transação. Para tanto, é preciso telefones ou maquininhas com leitores óticos conectados à rede e duas contas de banco integradas aos aplicativos de pagamento.
Em Beijing, Shanghai, Shenzhen ou qualquer outra grande metrópole chinesa, dinheiro em papel é artigo raro graças a uma revolução interessante no sistema financeiro do país: o pagamento via smartphone - que ao escanear códigos QR de quem paga ou de quem recebe, garante a transação. Para tanto, é preciso telefones ou maquininhas com leitores óticos conectados à rede e duas contas de banco integradas aos aplicativos de pagamento.
Os mais populares são o WeChatPay, do aplicativo WeChat (um super app que reúne as funções de WhatsApp, Facebook, Tinder, Instagram e por aí vai), e o AliPay, do gigante do e-commerce Alibaba, no Brasil conhecido pela subsidiária AliExpress. O primeiro reúne mais de 500 milhões de usuários, o segundo, mais de 450 milhões. Segundo a consultoria iResearch, este tipo de operação somou US$ 5,5 trilhões no ano passado, 120 vezes mais do que as realizadas nos Estados Unidos.
O sistema está baseado nos códigos QR, uma invenção japonesa dos anos 1990 que previa armazenar mais informação do que as dos códigos de barras. Foi no país que alguns celulares começaram a ter a capacidade de ler tais códigos e, assim, conectar informações online e offline. Nos anos 2000, a publicidade viu potencial na tecnologia, e era comum apresentar os códigos em peças como outdoors ou em revistas que conectassem o cliente a websites ou páginas com mais informações do produto. No início da década atual, essa era a tendência na China.
Em 2011, quando o WeChat começou a ser febre como aplicativo de mensagem instantânea na China, cada usuário recebia um código QR próprio, como uma espécie de identidade. Bastava que alguém escaneasse o seu ID para que você fosse adicionado à lista de contatos. Daí para usar esta identidade virtual como meio de pagamento foi um passo.
O sistema já é visto como tendência mundial. E, embora Suécia e Dinamarca utilizem bastante pagamento sem dinheiro, há apostas de que a China seja o primeiro país a efetivamente se ver livre do dinheiro em papel - ou mesmo em plástico, caso dos países escandinavos, que ainda usam bastante cartões de crédito e débito.
WeChatPay e AliPay estão já começando a operar em outros países, especialmente no Sudeste Asiático e em outros destinos turísticos para os chineses, como Europa e Estados Unidos, criando redes de adeptos no modelo das gigantes Visa e Master. Estas duas, aliás, junto à concorrente chinesa UnionPay (que opera, esta sim, cartões na China) anunciaram em maio uma operação conjunta via código QR na Tailândia.
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QR é interface para transações dos chineses com celular. Foto: Janaína Câmara Silveira/Especial/JC 
O processo é muito simples, embora seja confuso no início. Em alguns estabelecimentos, é o pagador que escaneia o código do vendedor. Isso ocorre principalmente nas lojinhas pequenas, pois é possível comprar até água na banca de revista escaneando o código QR do vendedor, que, muitas vezes, é um código individual e não de pessoa jurídica. Ele imprime o código e o comprador só precisa, depois de escanear, digitar quanto quer transferir. Leva alguns segundos.
Já em lojas ou restaurantes de redes maiores, é um código da sua carteira que é escaneado (não o seu pessoal, usado para adicionar amigos ao mesmo app, só que para mensagens). Aparece um aviso de transação em sua tela e é preciso apenas confirmar.
Na China, discute-se bastante sobre segurança destas transações e sobre privacidade, já que as gigantes de internet acabam por coletar uma quantidade incrível de dados sobre os usuários - e consumidores - que revelam de hábitos de consumo a quantidade de gastos por mês e em quais segmentos: lazer, alimentação, etc. Mas a julgar pela rapidez e popularidade dos pagamentos, tais preocupações não parecem estar presentes na vida dos usuários.
Um detalhe: para os não locais acessarem o sistema não é tão direto. É preciso ter uma conta bancária na China, o que não é possível com um simples visto de turista. Também ainda é limitada a conexão com cartões de crédito globais, algumas bandeiras já começam a aderir. O que é possível, no entanto, é pedir a um amigo que vive no país ou conhecido local para transferir o dinheiro da compra para a sua carteira virtual e, aí, sim, qualquer um pode se divertir pagando sem pegar em papel.
Texto de Janaína Câmara Silveira/radarchina.com
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