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Cultura

- Publicada em 12 de Novembro de 2017 às 14:00

Eles brilharam para os fãs

Chris Martin, em uma desenvoltura invejável, manteve o pique em mais de duas horas de show

Chris Martin, em uma desenvoltura invejável, manteve o pique em mais de duas horas de show


MARIANA CARLESSO/JC
Caroline da Silva
Os balões amarelos (referência à canção Yellow ou ao patrocinador do evento) que ora apareciam voando ainda no final de tarde do sábado (11) já anunciavam que a ideia era descaracterizar a tríade azul, branca e preta da Arena do Grêmio, em Porto Alegre. A produção do quarteto da banda Coldplay (Chris Martin - vocal, guitarra, teclados, piano e violão; Guy Berryman - baixo, sintetizadores; Jonny Buckland - guitarra, violão; e Will Champion - bateria, percussão, piano) trouxe muitas cores para a Capital dos gaúchos (nos adereços dos figurinos e instrumentos, fogos de artifícios, luzes piscantes em pulseiras distribuídas à plateia, balões gigantes, chuva de papel picado recortado em formato de estrelas, pássaros e borboletas e jato de serpentinas; além do próprio espetáculo nos telões), transformando o estádio em um grande e vibrante caleidoscópio - o EP Kaleidoscope, foi lançado no meio deste ano com cinco músicas inéditas.
Os balões amarelos (referência à canção Yellow ou ao patrocinador do evento) que ora apareciam voando ainda no final de tarde do sábado (11) já anunciavam que a ideia era descaracterizar a tríade azul, branca e preta da Arena do Grêmio, em Porto Alegre. A produção do quarteto da banda Coldplay (Chris Martin - vocal, guitarra, teclados, piano e violão; Guy Berryman - baixo, sintetizadores; Jonny Buckland - guitarra, violão; e Will Champion - bateria, percussão, piano) trouxe muitas cores para a Capital dos gaúchos (nos adereços dos figurinos e instrumentos, fogos de artifícios, luzes piscantes em pulseiras distribuídas à plateia, balões gigantes, chuva de papel picado recortado em formato de estrelas, pássaros e borboletas e jato de serpentinas; além do próprio espetáculo nos telões), transformando o estádio em um grande e vibrante caleidoscópio - o EP Kaleidoscope, foi lançado no meio deste ano com cinco músicas inéditas.
O show da turnê A head full of dreams (do sétimo e mais recente álbum do grupo, do final de 2015) é uma atração pensada e arquitetada nos mínimos detalhes para encantar e se tornar uma experiência completa para ficar na memória dos fãs. Cheia de efeitos, com muita energia, a megaprodução brinda àqueles que investiram um preço alto para estar ali, e isso o vocalista reconhece e agradece em diversos momentos ao microfone.
A banda divide o espetáculo em cinco momentos distintos, inclusive geograficamente no local. O palco principal tem uma passarela que atravessa a pista premium e culmina em um círculo chamado de palco B (onde seria o meio do gramado), ali os músicos interpretam algumas canções para estar mais perto de outra parcela do público presente. Há ainda um outro espaço, o palco C, um pouco menor, em meio à pista comum, para contemplar quem está na outra metade do estádio, no lado oposto à grande estrutura onde estão os telões – que contam com câmeras que proporcionam diferentes pontos de vista e ainda registro dos fãs.
A apresentação seguiu quase o mesmo formato e repertório dos shows ocorridos em São Paulo no meio da semana. A surpresa foi a antiga Don’t panic (2000). No meio do espetáculo, antes de interpretarem Charlie Brown, Chris Martin pede que ao menos em uma canção os espectadores não filmem ou tirem fotos com o celular, para curtirem o som ao máximo, com o coração e guardando aquilo na lembrança.
Considerando o “bom-mocismo” da banda, a carreira consolidada e o som consagrado e modernizado, era de se esperar – normalmente – um grande show para o Estado. A produção do evento aguardava 59 mil pessoas na Arena. Mas se os próprios admiradores do grupo choravam, sorriam largamente e se diziam sem palavras para falar sobre a noite, fica difícil aqui comentar o espetáculo em uma resenha, a não ser se valer do relato e das descrições.
O concerto já começa com um ritmo frenético em que se questiona qual será seu ponto alto – justamente porque é difícil eleger um somente. Assim, a apresentação não tem “bis”, e, realmente, ele não é necessário. Chris Martin, em uma desenvoltura invejável e impressionante, mantém o pique durante as pouco mais de duas horas em cena. Ele é carismático, catalisa as atenções, dança, corre, gira, cai no chão, canta deitado, ajoelhado, troca de camisa, carrega a bandeira do Brasil, a beija, fala português, agradece e elogia muito a plateia. É um líder, um frontman propriamente dito, um maestro da multidão.
O vocalista saúda os “gaúchos”, diz estar feliz pela primeira vez em Porto Alegre e espera não ser a última: “É um maravilhoso lugar para estar”. Grudado ao palco, estava um espectador fantasiado de elefante, com um papelão escrito Paradise, um dos hits da banda. No momento da canção A sky full of stars, Martin chama a figura para subir ao palco e dançar com ele. Em seguida, pede para ele tirar a “cabeça” da fantasia. É um sósia do cantor, inclusive vestido com um traje que imita o figurino do britânico.
Ao final, em idioma local, diz: “Muito obrigado, amigos!”. Em seguida: “Beautiful, Porto Alegre. We’ll see next time”. O frontleader afirma ser um belo país e uma bela cidade, prometendo voltar. O show termina e aparece uma imagem no telão: “Believe in love, Brazil” (Acredite no amor, Brasil!).
O design deste “love” é o mesmo do botton regalado aos espectadores na entrada do estádio, com um V em formato de ave, as mesmas que caíram sobre o público em papel de seda verde, azul e rosa. Detalhes mínimos, como versos de uma poesia, para serem mais um brinde ao fã. São diversos pontos, que interligados, formam uma mensagem maior.
“Olhe as estrelas/ Veja como elas brilham para você/ E para tudo que você faz”, na letra de Yellow. Martin, Berryman, Buckland e Champion são astros que brilham para quem quer prestigiar a música deles. O desenho desta constelação a ser contemplada na América do Sul será fechado em Buenos Aires, na terça-feira.
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