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Cultura

- Publicada em 01 de Novembro de 2017 às 22:10

Cerimônia de abertura da Feira do Livro é marcada por protesto e esperança

Com a manifestação, os idealizadores ressaltaram o poder transformador da leitura

Com a manifestação, os idealizadores ressaltaram o poder transformador da leitura


MARIANA CARLESSO/JC
Bárbara Lima
A cerimônia de abertura da 63ª Feira do Livro de Porto Alegre foi marcada por protestos e palavras de esperança na noite desta quarta-feira (1º), no Teatro Carlos Urbim, no Centro Histórico da Capital. Esta edição, que tem o lema “Tempo para ler, todo mundo tem”, é inspirada na mitologia e nos países nórdicos.
A cerimônia de abertura da 63ª Feira do Livro de Porto Alegre foi marcada por protestos e palavras de esperança na noite desta quarta-feira (1º), no Teatro Carlos Urbim, no Centro Histórico da Capital. Esta edição, que tem o lema “Tempo para ler, todo mundo tem”, é inspirada na mitologia e nos países nórdicos.
Por volta das 19h, logo no início da abertura do evento, manifestantes portando cartazes com frases de protesto gritavam “Fora Temer” “Fora Sartori” e “Fora Marchezan”, em referência ao Poder Executivo, o que atrasou o início dos discursos da cerimônia. Em resposta ao ocorrido, o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Marco Antônio Cena Lopes, o primeiro a falar, afirmou que "independentemente de partido ou ideologia, ninguém tem o direito de estragar esse momento [a Feira]’’. Marco também homenageou em sua fala os países como Noruega e Dinamarca ao falar do deus Odin, principal deus nórdico e elogiar a educação nesses lugares.
Durante o evento, a escritora e patrona da edição passada, Cintia Moscovich, entregou, em gesto simbólico, a chave para a patrona deste ano, Valesca de Assis. “Sei que a Valesca se preocupa com as pessoas. É cristalinamente honesta, franca e lisa. Valesca junta gente ao seu redor”, elogiou Cintia.
Ao tomar a palavra, Valesca disse que “esta será uma feira de resistência”. A Feira do Livro, assim como outras atividades culturais, sofre cortes de verba com a crise, mas, para Valesca, o importante é manter a qualidade do evento. “Essa feira irá manter a grandeza de propósitos, e não os recordes de venda”, ponderou. Ela também afirmou que os programas de leitura nas escolas estão “desidratados” e que somente a educação pode mudar a situação atual do País. Sobre os episódios de protestos e revolta da população, Valesca concluiu que “precisamos aprender com a nossa revolta, transfigurando em combustível para nossa ação”.
Por fim, o embaixador da Noruega, Nils Gunneng, agradeceu a homenagem do evento à cultura nórdica e ressaltou que a liberdade de expressão é essencial. “Mesmo que em um ato não seja adequado a determinado lugar, ou não diga nada aos presentes, no Brasil, isso é permitido. Eu já servi em países em que isso não é permitido. Essa é a diferença”, refletiu.
Apesar do clima tenso da cerimônia, o primeiro dia de feira registrou bom movimento. A leitora Luci Fagundes, 63, contou que frequenta a feira todos os anos e que já comprou dois livros sobre política nesta quarta. Para ela, outra atração fundamental que promove conhecimento são as palestras com "figuras atuantes", como políticos ou escritores. A Feira do Livro deste ano vai até o dia 19 e acontece na Praça da Alfândega. 
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