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Economia

- Publicada em 02 de Outubro de 2017 às 19:46

Opinião econômica: Bom senso

Steinbruch tem fama de desistir de negócios na última hora

Steinbruch tem fama de desistir de negócios na última hora


/Folhapress/Arquivo/JC
Em algum lugar, em algum momento, com medo de que o inimigo atacasse primeiro, uma autoridade civil ou militar apertou o botão e detonou uma bomba nuclear. O inimigo revidou com outro artefato atômico, e a guerra acabou, mas os efeitos letais da radiação se espalharam pelo mundo.
Em algum lugar, em algum momento, com medo de que o inimigo atacasse primeiro, uma autoridade civil ou militar apertou o botão e detonou uma bomba nuclear. O inimigo revidou com outro artefato atômico, e a guerra acabou, mas os efeitos letais da radiação se espalharam pelo mundo.
As grandes cidades, embora intactas, ficaram desertas, em uma enorme cadeia de autodestruição humana. Sobraram apenas os habitantes da Austrália e a tripulação de um submarino americano.
Aterrorizados, os australianos e os sobreviventes do submarino começaram o viver o drama da espera da chegada da nuvem radioativa, que, segundo os cientistas, viria mais cedo ou mais tarde ao continente.
O capitão do submarino foi encarregado de uma missão para averiguar se a nuvem teria se dissipado. Foi aos Estados Unidos e, sem aportar na costa Oeste, viu pelo periscópio uma São Francisco deserta, sem seres vivos, mas intacta.
Os cientistas não tinham certeza sobre o tempo que demoraria para a nuvem chegar à Austrália.
Gregory Peck é o capitão do submarino desse filme de 1959 ("A Hora Final"), o primeiro a mostrar o planeta Terra depois de uma guerra nuclear. Não é um filme brilhante, mas faz pensar. Com participação de Ava Gardner, então com 37 anos, foi feito em uma época em que os humanos viviam aterrorizados com a Guerra Fria e a possibilidade de um conflito nuclear entre Estados Unidos e União Soviética. Depois desse, muitos outros filmes abordaram o tema, como "O Planeta dos Macacos" e "O Dia Seguinte".
A paranoia dos anos 1960 foi amainando com o declínio e a extinção da União Soviética. Os arsenais nucleares, porém, mesmo reduzidos, continuam guardados e com capacidade para extinguir a vida na Terra dezenas de vezes.
Mais grave, o poderio nuclear se espalhou para vários países do mundo, e as bombas atômicas estão agora também em mãos de lideranças nada confiáveis. Quem garante que elas não apertarão o botão?
No atual conflito entre Coreia do Norte e Estados Unidos, com ameaças de ambos os lados, pouco se alerta a respeito dos possíveis efeitos de detonações de bombas nucleares, hoje muito mais modernas e ameaçadoras do que as que destruíram Hiroshima e Nagasaki em 1945. Quais seriam as consequências de uma explosão na Ásia? Quantas pessoas morreriam imediatamente? A nuvem radiativa letal se espalharia por quantos milhares de quilômetros?
No filme produzido e dirigido por Stanley Kramer, um cientista divaga sobre as razões da guerra que levaram à detonação das bombas nucleares. A principal causa seria a sensação de segurança dos países nuclearizados de que, por serem detentores dessas armas poderosas, jamais seriam atacados. Ou seja, a velha teoria de que o armamentismo garante a paz.
Nas últimas semanas, enquanto no Brasil discutíamos nossos problemas econômicos e políticos, a Coreia do Norte disparou mais um míssil que passou sobre o Japão e caiu a 2.000 quilômetros da ilha de Hokkaido. Pelo trajeto percorrido, o míssil poderia alcançar o território americano de Guam.
O fato de que nenhuma bomba tenha sido lançada desde as duas de 1945 não garante a correção da teoria do armamentismo cruzado. A paz só é possível quando há diálogo, respeito, civilização e tolerância entre as partes. Pouco disso se vê no mundo radicalizado e violento de hoje.
Diretor-presidente da CSN e presidente do conselho de administração da empresa
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