O empreiteiro Marcelo Odebrecht apresentou à Polícia Federal (PF), na Operação Lava Jato, quatro recibos com doações de R$ 1 milhão cada ao Instituto Lula. O executivo, delator da Operação Lava Jato, vincula os repasses à planilha de propinas "italiano" - codinome usado por empreiteiros do grupo para o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda/Casa Civil - governos de Luiz Inácio Lula da Silva, PT, e Dilma Rousseff, PT).
As notas têm as datas de 16 de dezembro de 2013, 31 de janeiro de 2014, 5 de março de 2014 e 31 de março de 2014. São numeradas - 0094, 108, 119 e 0129, respectivamente. Três estão carimbadas.
"Recebemos de Construtora Norberto Odebrecht S.A. a importância de R$ 1 milhão", diz o recibo. "Correspondentes à doação depositada na conta-corrente do Banco do Brasil." Em depoimento à PF, Marcelo Odebrecht afirmou que "as cópias desses recibos foram extraídas do computador de Fernando Migliaccio". "O que corrobora que os valores foram efetivamente descontados da planilha italiano, senão não haveria razão para estar de posse dele (Migliaccio)", relatou o executivo.
Além das notas fiscais, o empreiteiro apresentou à Lava Jato uma troca de e-mails entre ele e executivos do grupo sobre a doação de R$ 4 milhões.
A primeira mensagem foi enviada por Marcelo Odebrecht em 26 de novembro de 2013, às 12h32min, para os executivos Alexandrino Alencar e Hilberto Silva - chefe do Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propinas da empreiteira. Todos são delatores da Lava Jato.