Em uma sessão que durou 19 horas, a Câmara de Vereadores de Montenegro cassou, na madrugada desta quinta-feira (14), o mandato do prefeito Luiz Américo Aldana (PSB), alvo de um processo de impeachment. Dos dez parlamentares, nove votaram pela cassação. Apenas Valdeci de Castro (PSB) votou a favor do prefeito.
Aldana foi julgado pela denúncia apresentada por Renato Antonio Kranz e Eliane da Rosa, que apontaram quatro infrações cometidas pelo chefe do Executivo: irregularidades em uma obra de recapeamento asfáltico, direcionamento e superfaturamento na prestação de serviço do transporte escolar, prorrogação indevida do contrato do transporte público e ausência do município sem a devida comunicação à Câmara.
O relator da Comissão Processante, vereador Cristiano Braatz (PMDB), deu parecer favorável ao impeachment. Em seu relatório, ele apontou que o prefeito “perdeu totalmente a capacidade de administrar”, por não ter sustentação política e pela desconfiança pública contra suas atitudes.
Luiz Aldana é o segundo prefeito a ser cassado em Montenegro num período de pouco mais de dois anos. Em 2015, Paulo Azeredo (PDT) foi afastado pela Câmara devido a irregularidades na implantação de uma ciclofaixa na cidade. Na ocasião, Aldana, que era seu vice, assumiu a prefeitura, sendo posteriormente reeleito nas eleições de 2016.
Novo prefeito prega diálogo
Com o impeachment consumado, quem assume o Executivo é o atual vice-prefeito, Kadu Müller (SD), que já administrava o município interinamente após o afastamento do titular pelo Ministério Público. Sua cerimônia de posse ocorreu ainda ontem, após o final da sessão de julgamento. O novo mandatário garantiu que vai “dialogar com a Câmara” durante seu governo.
Nesta tarde, em entrevista coletiva, Müller pregou um "esforço conjunto" para o crescimento do município. "Vamos trabalhar muito próximos ao Legislativo. Sabemos que divergências vão ocorrer, mas isso é positivo para chegarmos no melhor resultado", afirmou. Ele garantiu ainda que deve administrar com "transparência e respeito ao dinheiro público".