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Geral

- Publicada em 27 de Setembro de 2017 às 22:32

Resistência de familiares prejudica doação de órgãos no Brasil

Igor Natusch
Fundamental para garantir uma melhor qualidade de vida para milhares de pessoas, o aumento do número de transplantes enfrenta, tanto no Rio Grande do Sul quanto em escala nacional, uma barreira difícil de transpor: a recusa de familiares em autorizar a retirada de órgãos para doação. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), uma média de quatro entre dez famílias opta por não permitir a doação - um percentual dentro da média nacional, que fica em 43%, segundo o Ministério da Saúde. Em agosto, o índice foi ainda mais alto no Estado, com 55% de negativa, o pior percentual do ano até aqui.
Fundamental para garantir uma melhor qualidade de vida para milhares de pessoas, o aumento do número de transplantes enfrenta, tanto no Rio Grande do Sul quanto em escala nacional, uma barreira difícil de transpor: a recusa de familiares em autorizar a retirada de órgãos para doação. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), uma média de quatro entre dez famílias opta por não permitir a doação - um percentual dentro da média nacional, que fica em 43%, segundo o Ministério da Saúde. Em agosto, o índice foi ainda mais alto no Estado, com 55% de negativa, o pior percentual do ano até aqui.
Como consequência dessa situação, a fila para transplantes segue grande entre os gaúchos. Até o final de agosto, 872 pessoas aguardavam a chance de receber um novo rim, enquanto 170 esperavam por doadores de medula óssea, e outros 145 viviam a angústia de aguardar por um fígado compatível. Ao todo, 1.318 pacientes estão na lista de espera. Até o dia 30, a Semana Nacional de Doação de Órgãos tenta conscientizar a população para o problema, incentivando as pessoas a se declararem doadoras e pedirem que esse desejo seja respeitado pelos familiares.
Foram registrados 191 doadores efetivos no Estado entre os meses de janeiro e agosto deste ano - número ligeiramente inferior ao de 2016, quando, no mesmo período, houve 197 doadores. Ainda assim, números colocam o Rio Grande do Sul como o terceiro melhor na média nacional, atrás apenas de São Paulo e Paraná. No ano passado, foram doados 786 órgãos no Estado, entre doadores vivos e com diagnóstico de morte cerebral. Em média, três órgãos são retirados de cada vítima cujos familiares autorizam a doação.
Entre as cirurgias realizadas nos primeiros oito meses de 2017, 374 foram de transplante de rins, enquanto outras 92 envolveram doações de fígado e, em outros 30 casos, transplante de pulmão. Quando a necessidade é por novos tecidos, a doação de córneas é a mais significativa, com 488 pessoas recebendo intervenções nesse sentido no decorrer deste ano.
Em evento promovido no Palácio Piratini no início da semana, o coordenador da Central de Transplantes do Estado, Cristiano Franke, comemorou o aumento significativo na doação de órgãos nos últimos anos, mas reforçou a necessidade de dar mais subsídios aos profissionais que estimulam o ato junto às famílias. "Oferecemos capacitações e educação continuada para mais de 800 profissionais de instituições de saúde, sobre a importância, o cuidado e o trabalho que se deve ter (para encorajar a doação)", diz Franke. Ao todo, 24 equipes trabalham na sensibilização de famílias no Estado.
O governo federal lançou ontem a campanha "Família, quem você ama pode salvar vidas". Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de transplantes realizados no País aumentou em 15,7% no primeiro semestre de 2017, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2016, ocorreram 22.489 transplantes no Brasil. O número, porém, ainda está abaixo da necessidade dos pacientes: segundo dados de junho deste ano, 32.952 estavam na longa lista de espera por um doador. 
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