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- Publicada em 19 de Setembro de 2017 às 12:18

Estado celebra os 500 anos da Reforma Luterana

Estado tem mais da metade dos devotos do País, com 630 mil pessoas

Estado tem mais da metade dos devotos do País, com 630 mil pessoas


/EDUARDO SEIDL/ARQUIVO/JC
Igor Natusch
No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero fixou, na porta do Castelo de Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses que mudariam profundamente o modo como os cristãos se relacionam com a fé. Nelas, o teólogo rechaçou a venda de indulgências promovida pela Igreja Católica da época, defendeu que somente a fé em Cristo pode salvar as pessoas, e deu início a uma cisão que não apenas abriu espaço para as religiões protestantes em geral, como também serviu de gatilho a uma ampla gama de transformações sociais. Quinhentos anos depois, igrejas luteranas de todo o mundo se preparam para celebrações, e uma série de atividades estão sendo organizadas em todo o Estado para lembrar a data.
No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero fixou, na porta do Castelo de Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses que mudariam profundamente o modo como os cristãos se relacionam com a fé. Nelas, o teólogo rechaçou a venda de indulgências promovida pela Igreja Católica da época, defendeu que somente a fé em Cristo pode salvar as pessoas, e deu início a uma cisão que não apenas abriu espaço para as religiões protestantes em geral, como também serviu de gatilho a uma ampla gama de transformações sociais. Quinhentos anos depois, igrejas luteranas de todo o mundo se preparam para celebrações, e uma série de atividades estão sendo organizadas em todo o Estado para lembrar a data.
O Rio Grande do Sul é o estado que abriga o maior número de luteranos no País. Segundo dados da própria igreja, são 630 mil pessoas devotas aos ensinamentos de Lutero no Estado - mais da metade do total brasileiro, de 1,2 milhão de seguidores. Essa distribuição é consequência direta da grande imigração de alemães ao solo gaúcho, muitos trazendo consigo as ideias que guiaram a Reforma. Em todo o mundo, são cerca de 70 milhões de pessoas que denominam a si mesmas como cristãos luteranos.
As atividades relacionadas ao jubileu começam no próximo dia 28, com uma celebração ecumênica na Catedral Metropolitana de Porto Alegre. Entre os demais eventos previstos, estão um concerto na Capela da Ulbra, em Canoas, no dia 4 de outubro; um Sarau do Rio dos Sinos (22/10), em São Leopoldo, um ponto fundamental na chegada dos imigrantes ao Estado; e sessões solenes na Assembleia Legislativa (5/10) e na Câmara de Vereadores da Capital (24/10).
Em 28 de outubro, ocorre o evento "Raízes e legado dos 500 anos da Reforma Luterana", no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre, com espetáculos musicais e cênicos e a presença especial do ator Werner Schünemann. Por fim, no dia 31 de outubro, quando se completam 500 anos da Reforma, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) fará um concerto, no Salão de Atos da Ufrgs, em Porto Alegre. Mais informações sobre os eventos podem ser obtidas em https://www.facebook.com/500AnosReformaLuterana/.
O grupo de trabalho responsável pelas comemorações vem se reunindo desde março de 2011, congregando diferentes núcleos ligados à Igreja Evangélica Luterana do Brasil (Ielb) e à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (Ieclb). Presidente da comissão de festividades dos 500 anos da Reforma no Estado, Zenar Eckert reforça que a celebração vai muito além de uma simples efeméride religiosa.
"A reforma de Lutero ultrapassou os muros da Igreja. A contribuição foi significativa em vários segmentos da sociedade, como na educação, na ética, no mundo do trabalho e na música, para citarmos apenas algumas. Ele ensinou que, se tenho fé, devo demonstrá-la prestando auxílio ao meu semelhante, e disso nasce um grande trabalho de assistência social. A partir da Reforma, a sociedade passou a ver e compreender muitas coisas de uma forma diferente", acentua.
Relembrar essa influência também é uma forma de preparar-se para os desafios futuros, reforça Eckert. "Acredito que esse trabalho de celebração, de resgate histórico, vai mexer com muitas pessoas. Muitas coisas estavam apagadas na memória das pessoas, até mesmo internamente, em alguns segmentos da Igreja, e isso vai se reavivando."
Ligada à Fundação Luterana de Diaconia, Cibele Kuss reforça o papel da Reforma em dar visibilidade à mulher - um papel que, segundo ela, muitas vezes não é levado em conta na análise do protestantismo em geral. "Foi a partir daquele momento que as mulheres começaram a ter reconhecido seu direito a buscar conhecimento, estudar. Essa celebração é uma oportunidade de pensar na atualização da mensagem da Reforma e em nosso compromisso com a igualdade", diz. Rubem Werner Goldmeyer, da Rede Sinodal de Educação, ligada à Ieclb, acrescenta que já existem vários eventos sendo preparados para dar continuidade posterior às comemorações - entre eles, um encontro de professores ligados a instituições luteranas, que ocorre no próximo ano, em Ijuí. 
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