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Infraestrutura

- Publicada em 28 de Setembro de 2017 às 21:38

Siemens e Alstom se unem para ganhar força

Presidente da Simens, Joe Kaeser (e) anunciou acordo junto com CEO da Alstom, Henri Poupart-Lafarge

Presidente da Simens, Joe Kaeser (e) anunciou acordo junto com CEO da Alstom, Henri Poupart-Lafarge


/THOMAS SAMSON/AFP/JC
As gigantes industriais Alstom, da França, e Siemens, da Alemanha, anunciaram, na semana passada, um protocolo para a fusão de suas atividades ferroviárias, criando o que vem sendo chamado na Europa de Airbus dos trens de alta tecnologia. O objetivo da união é fundar uma grande companhia europeia capaz de enfrentar a competição internacional em áreas como a concepção e a construção de trens de alta velocidade e sinalização de ferrovias.
As gigantes industriais Alstom, da França, e Siemens, da Alemanha, anunciaram, na semana passada, um protocolo para a fusão de suas atividades ferroviárias, criando o que vem sendo chamado na Europa de Airbus dos trens de alta tecnologia. O objetivo da união é fundar uma grande companhia europeia capaz de enfrentar a competição internacional em áreas como a concepção e a construção de trens de alta velocidade e sinalização de ferrovias.
Para tanto, a Siemens vai ceder suas atividades do setor ferroviário à Alstom, que, em troca, lançará uma campanha de aumento de capital restrita à empresa alemã, que poderá deter até 50,5% do capital do novo negócio. A decisão foi informada ao término da reunião do conselho de administração da companhia francesa e do conselho de supervisão da alemã.
A Siemens-Alstom terá sede na cidade de Saint-Ouen, na Região Metropolitana de Paris, e será dirigida pelo diretor-presidente da Alstom, Henri Poupart-Lafarge. Juntas, as empresas movimentam 15 bilhões. A nova organização acionária ainda será definida, mas é provável que o Estado francês - que participa da gestão por meio de ações do grupo Bouygues - não interfira na condução dos negócios a partir de 17 de outubro. O governo da França também não exercerá opções de compra de 20% das ações, segundo o comunicado.
A transação provocou críticas de sindicatos franceses e do meio político, que temem a perda do controle acionário da Alstom, uma empresa histórica, criadora e fabricante dos famosos trens de grande velocidade que fazem a fama do sistema ferroviário francês.
A manutenção dos empregos por quatro anos - 32,8 mil no caso da Alstom e 27,1 mil no caso da Siemens Mobility - foi garantida no contrato. A Siemens também não poderá exceder 50,5% do capital da nova companhia, cujas decisões estratégicas serão tomadas por maioria de dois terços. Com a fusão, a direção da nova gigante espera economizar 470 milhões em quatro anos.
Além disso, a Siemens-Alstom se recolocará no topo da concorrência mundial, como número dois em fabricação de trens e materiais, e como o líder em sinalização - área particularmente rentável na indústria ferroviária, por causa da busca por ferramentas inteligentes de gestão de tráfego.
O casamento entre as empresas francesa e alemã evita a fusão da Siemens com a canadense Bombardier, que teria isolado a Alstom, fragilizando sua posição no mercado mundial. Ao marcar uma nova aproximação econômica entre França e Alemanha, o negócio lembrou a analistas a criação da Airbus, a gigante europeia da indústria aeronáutica e única empresa do mundo capaz de rivalizar no setor da aeronáutica com a norte-americana Boeing.

De olho em concessões, Vinci Partners quer dobrar a aposta

A gestora brasileira Vinci Partners planeja dobrar os investimentos na área de infraestrutura, de R$ 2 bilhões para R$ 4 bilhões, nos próximos dois anos. A empresa, que administra R$ 20 bilhões em ativos de vários setores no Brasil, vai focar os esforços em quatro segmentos na área de infraestrutura: transmissão e geração de energia elétrica; aeroportos; e saneamento básico. Os investimentos podem ocorrer por meio de leilão de concessão, como o da Cemig, ou por aquisição de ativos.
Fundada em 2009 pelo banqueiro Gilberto Sayão, a empresa tem participações em companhias como Burger King, Cecrisa, a seguradora Austral e a locadora de veículos Unidas. No setor de infraestrutura, tem investimentos na empresa de transporte naval CBO e foi sócia da elétrica Equatorial até 2015, quando vendeu a participação por cerca de R$ 700 milhões. Com dinheiro em caixa, a gestora quer aproveitar a oferta de negócios no mercado.
"O número de oportunidades de ativos disponíveis hoje é muito grande e vai aumentar ainda mais", afirma o sócio da gestora José Guilherme Souza. Segundo ele, o setor elétrico deverá ser o carro-chefe da empresa nesse novo ciclo de investimentos. O apetite já foi demonstrado no primeiro leilão de linhas de transmissão que a empresa participou neste ano. A gestora arrematou sozinha um lote de 198 quilômetros de linhas no Nordeste, com investimentos de R$ 271 milhões.
Na área de geração, um dos focos serão os projetos de energia eólica e solar. Mas, como há muita oferta de empresas e projetos à venda no setor, a companhia avalia as oportunidades pontualmente. No segmento de distribuição, fontes do setor comentam que a Light, que exigiria desembolsos de até R$ 6 bilhões, também pode estar no radar da empresa, que prefere não comentar sobre a concessionária. Outro setor na lista da companhia é o de gás natural. Executivos da Vinci viajaram para o Canadá nesta semana para negociar parcerias para a formação de um consórcio que vai avaliar a Transportadora Associada de Gás (TAG), da Petrobras. O ativo reúne a infraestrutura de gasodutos nas regiões Norte e Nordeste do País.