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- Publicada em 13 de Agosto de 2017 às 22:24

Poa Sem Bituca está parado por falta de apoio da população e da prefeitura

Após depredações, cerca de 50 recipientes estão em uso na Capital

Após depredações, cerca de 50 recipientes estão em uso na Capital


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Igor Natusch
Lançado há dois anos, o projeto Poa Sem Bituca foi, à época, divulgado pela prefeitura de Porto Alegre como uma iniciativa pioneira em escala nacional. Os resultados, porém, nunca chegaram a empolgar, e a instalação de recipientes específicos para a coleta de restos de cigarro, ao lado das cestas de lixo do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), está parada desde o começo do ano. Por vários motivos. "Falta de apoio, falta de interesse da população em apoiar, falta de conscientização dos fumantes", enumera Flávio Costa Leites, coordenador da Eco Prática, idealizadora do projeto e que contava com a parceria do DMLU no acordo original.
Lançado há dois anos, o projeto Poa Sem Bituca foi, à época, divulgado pela prefeitura de Porto Alegre como uma iniciativa pioneira em escala nacional. Os resultados, porém, nunca chegaram a empolgar, e a instalação de recipientes específicos para a coleta de restos de cigarro, ao lado das cestas de lixo do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), está parada desde o começo do ano. Por vários motivos. "Falta de apoio, falta de interesse da população em apoiar, falta de conscientização dos fumantes", enumera Flávio Costa Leites, coordenador da Eco Prática, idealizadora do projeto e que contava com a parceria do DMLU no acordo original.
No momento, apenas cerca de 50 bituqueiras estão em condições de uso na Capital. A previsão inicial, contudo, era muito maior, de até 10 mil equipamentos do tipo espalhados pela cidade. O percentual de resíduos recolhidos também é bem abaixo do projetado. Desde 2015, quando foi lançado o projeto, foram 4 milhões de bitucas recolhidas - um número quase irrisório, já que, por estimativa dos próprios organizadores, são gerados quase 5 milhões de resíduos do tipo na Capital, todos os dias.
Ainda assim, Leites garante, a iniciativa continua viva, e a ideia é retomar a instalação de bituqueiras até o fim deste ano na Capital. A empresa desenvolveu um modelo, feito de material reciclável, mais resistente que os equipamentos instalados até o momento, com o objetivo de resistir às constantes depredações. "Sempre perdemos para o vandalismo, que acaba danificando o material. Nós colocamos muitas na Redenção, no ano passado, e destruíram todas. As do Centro tivemos que retirar, pois estavam depredadas", lamenta.
Para diminuir os danos, o novo modelo impede a retirada das tampas, parte mais frágil dos equipamentos anteriores, e também modifica a forma de retirada dos resíduos. A ideia, segundo Leites, é instalar cerca de mil novas bituqueiras, a partir de parceria com entidades privadas, priorizando áreas de ampla circulação. "Gastamos muito no passado (repondo bituqueiras), mas, da maneira que vamos fazer, vamos conseguir viabilizar", anima-se.
Mesmo com o pouco sucesso obtido na Capital, o projeto está em fase de expansão para outros estados brasileiros - em outubro, uma iniciativa semelhante deve ser divulgada na cidade do Rio de Janeiro. Sem mais contar com a parceria da prefeitura de Porto Alegre para a instalação das bituqueiras, a ideia agora é pressionar o município para fiscalizar e multar as pessoas que não fazem o descarte adequado.
"A população não tem noção da gravidade do problema", diz o coordenador da Eco Prática. "Faremos muitas ações educativas e cobraremos da prefeitura a aplicação da multa. As pessoas vão ter que entender que bituca é lixo tóxico, que tem que ter um destino final adequado." Uma disposição que passa também pelas empresas que produzem e comercializam cigarros. "A prefeitura prefere fechar os olhos para o problema ambiental do que comprar briga com um grande gerador de impostos. Mas, se a indústria do tabaco é responsável por essa contaminação, tem que ser responsável por ajudar a resolver."
As baganas são levadas até o município de Nova Santa Rita, onde substituem o carvão mineral em fornos da indústria do cimento. Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb), a qual o DMLU está subordinado, confirmou que a iniciativa não está em andamento dentro da prefeitura e que as bitucas recolhidas pela varrição são destinadas ao aterro sanitário de Minas do Leão, sem passar por outros processos de reutilização.
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