Cenário atual
Hoje, nosso País vive momentos difíceis, mas a iniciativa privada está sofrendo mais ainda. Há três longos anos, produzimos menos, e o desemprego é cada vez maior... A realidade mostra que o trem da economia anda em velocidade desigual comparativamente ao trem do setor público, pois, enquanto as empresas buscam concretizar vendas a fim de pagar suas contas, a máquina estatal emite títulos para quitar seus compromissos, o que aumenta estratosfericamente a dívida pública. Nós, empresários, com raras exceções de algumas grandes empresas, não dispomos desse mecanismo.
Silêncio indignado
Assumimos esse compromisso em respeito à legião de empreendedores que amarga o silêncio indignado por verem tantas injustiças cometidas, mas não têm tempo de abandonar o "chão de fábrica" e ir às ruas se manifestar, nem tempo para lotar as galerias dos legislativos nas demoradas votações que lá acontecem. Ficam nas fábricas, trabalhando, produzindo, gerando empregos e renda, pagando impostos, enquanto as minorias barulhentas tomam conta das avenidas e assembleias, se impondo muito mais pelo ruído do que por argumentos reais.
Desafios
Nesse contexto de completo desequilíbrio, o empresariado enfrenta uma lista sem fim de situações e imposições que, na sua sobreposição, beiram o absurdo: tributação elevada , normas ambientais mais rígidas do que as vigentes nos países desenvolvidos, enorme burocracia, eSocial, Sped fiscal, Bloco K - NR 12 , crédito seletivo e caro, juros elevados, discussão ideológica dos incentivos ao crescimento, diminuto investimento na infraestrutura e logística (aliás, quantos acidentes de trânsito poderiam ser evitados com a duplicação das rodovias?). Temos ainda a baixa qualidade da educação, que coloca o Brasil em posição constrangedora no cenário mundial. A tudo isso se soma a questão maior da falta de segurança pública, quando o direito de ir e vir das pessoas pode ser interrompido, a qualquer momento, por um assaltante na próxima esquina.
O papel do empresário
Os empresários devem ser entendidos pela sociedade como pessoas que contribuem para o desenvolvimento econômico e social de uma nação. Não podem ser vistos como exploradores, porque procuram auferir lucros em seus negócios. O lucro é a alavanca que faz surgir novos empreendimentos, que irão gerar novos empregos e recolher novos impostos. Sem empresas, não existem empregos. É importante que essa verdade permeie todos os agentes que interferem nas relações de trabalho.
Lava jato
A história da Fiergs - que, em agosto, completará 80 anos de fundação - autoriza afirmar categoricamente que os industriais do Rio Grande do Sul são a favor da legalidade em todos os âmbitos e atividades. Somos, sim, a favor da Operação Lava Jato. Sem caça às bruxas. Sob o império da lei. Não só pelo seu significado moral e ético, mas porque as suas ações são instrumentos de defesa econômica.