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Economia

- Publicada em 24 de Agosto de 2017 às 19:28

Juros do cartão crescem e acumulam 370,1% ao ano

Taxa do rotativo teve menor valor em abril, logo após nova regra

Taxa do rotativo teve menor valor em abril, logo após nova regra


/MARCO QUINTANA/JC
Em meio à queda da Selic e quatro meses após a implementação das novas regras para o crédito rotativo do cartão, as taxas de juros da modalidade chegaram a 370,1% ao ano em junho, segundo informou o Banco Central (BC) nesta quinta-feira. Em junho, a taxa foi de 333,4% ao ano.
Em meio à queda da Selic e quatro meses após a implementação das novas regras para o crédito rotativo do cartão, as taxas de juros da modalidade chegaram a 370,1% ao ano em junho, segundo informou o Banco Central (BC) nesta quinta-feira. Em junho, a taxa foi de 333,4% ao ano.
Desde o dia 3 de abril deste ano, ninguém pode ficar mais de 30 dias no crédito rotativo do cartão, por determinação do BC. Pelas novas regras, se, na data do vencimento, o cliente não tiver feito o pagamento total do valor da fatura, o restante terá que ser parcelado ou quitado. Em abril, a taxa sofreu uma redução e teve seu menor valor do ano, com 284%. Mesmo assim, de lá para cá, os números voltaram a subir gradualmente nos meses seguintes, e, agora, retornaram ao mesmo patamar de fevereiro, quando fechou o mês em 370,7%.
Os juros médios, por sua vez, avançaram a 46,6% em julho, sobre 46,2% em junho, voltando a subir após quatro quedas seguidas. No período, o spread bancário - diferença entre o custo de captação das instituições financeiras e a taxa efetivamente cobrada ao tomador final - teve alta de 1 ponto percentual, a 37,6 pontos percentuais.
A elevação da taxa média de juros, em movimento acompanhado pelos spreads, pode ser atribuída mais a fatores sazonais do que a uma reversão da tendência verificada nos meses anteriores, diz Fernando Rocha, chefe adjunto do departamento econômico do BC.
"Em períodos mais longos, a taxa de juros tem uma queda; não vemos indícios de que o movimento de queda de juros bancários tenha parado", afirma Rocha.
O mercado de crédito brasileiro iniciou o terceiro trimestre com retração de 0,6% no estoque total em julho sobre o mês anterior, a R$ 3,062 trilhões. No acumulado do ano, o estoque total apresenta retração de 1,4%.
Segundo Rocha, o saldo total de crédito em julho devolveu aumento de junho e redução decorreu principalmente do crédito livre, puxado por diferentes fatores. "Em termos de pessoas jurídicas, Plano Safra se encerra em junho; depois disso, nos outros meses, tem um desempenho mais normal com base anterior. Temos algumas modalidades de pessoas físicas com isso também. A impressão é que tenha a ver com ciclo. Nas férias de julho, as pessoas têm menos tempo para sacar recursos", apontou Rocha.
Os dados do BC mostraram ainda que, considerando apenas o segmento de recursos livres, a inadimplência foi de 5,6% em julho, repetindo a mesma taxa de junho.
O crédito para empresas continua em queda em um movimento de contração liderado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes). Apesar dessa trajetória, Rocha nota que há algumas operações para setores específicos que sinalizam alguma melhora.
Em julho, a concessão média de novos empréstimos para empresas caiu 21,9% na comparação com junho nas linhas de crédito com recursos livres - sem destinação específica, como capital de giro - e recuou 35,5% nas operações direcionadas - como o financiamento para investimentos.
Boa parte dessa tendência, avalia Rocha, é resultado da atuação mais restritiva do banco de fomento. "O Bndes está em tendência de redução do crédito, o que afeta todo o crédito pessoa jurídica", disse, ao comentar que a instituição é conhecida por operações direcionadas, mas também atua no crédito livre ao oferecer operações como o capital de giro.
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