O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse que a intenção do governo em desestatizar a Eletrobras será apresentada nesta quarta-feira (23) ao conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI). Ele voltou a citar, em coletiva nesta terça-feira (23), a Embraer e a Vale como exemplo de processos semelhantes, que também ocorreram em outros países.
"Trata-se de um movimento muito maior do que apenas a necessidade arrecadatória. Vamos entregar uma nova empresa muito mais ágil após esse processo, com capacidade de enfrentar os desafios em um cenário competitivo com empresas globalizadas", afirmou o ministro.
Coelho Filho elencou as dificuldades que a Eletrobras vem enfrentando, mas elogiou o atual comando da estatal. "Quando assumimos, a empresa valia R$ 9 bilhões e agora vale R$ 20 bilhões. A empresa teve prejuízos acumulados nos últimos anos, mas tivemos lucro nos dois primeiros trimestres de 2017, o que mostra a melhora da governança na empresa", completou.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, avaliou que o processo terá grande importância para o setor de energia e para o País, mas também para o mercado de capitais brasileiro. "A modelagem de venda ainda não está concluída. Isso é algo que ainda vamos discutir a partir de agora, considerando o que está previsto na lei de desestatização", disse Guardia. "Haverá total transparência em cada uma das fases do processo", completou.
Já o secretário-executivo do MME, Paulo Pedrosa, disse que a desestatização da Eletrobras irá gerar um ambiente propício para os investimentos no setor elétrico. "O nosso foco é dar eficiência para o mercado de energia, com transparência de custos", afirmou. "Esse movimento fortalece a Eletrobras como player de mercado", acrescentou.
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, disse que a privatização colocará a empresa em pé de igualdade com outras empresas de energia internacionais, que inclusive já estão presentes no mercado brasileiro. "No pé em que estamos, não teríamos essa condição", admitiu.
Ainda durante a coletiva, o ministro de Minas e Energia afirmou também que o governo
descarta incluir a a Eletronuclear e a Usina de Itaipu no processo de desestatização. No caso da empresa responsável pelas usinas nucleares, o motivo é constitucional. Já a usina hidrelétrica, que é binacional, dependeria de acertos com o Paraguai para a privatização.
A notícia da desestatização teve repercussão positiva nos mercados nacionais. Os juros e o dólar registraram baixa, enquanto a bolsa
superou os 70 mil pontos perto do meio-dia.