Atualizada às 11h15min de 11/8/2107
A planta da Celulose Riograndense, em Guaíba, vai interromper a produção até novembro devido a danos sofridos em uma das caldeiras ainda em fevereiro deste ano. A medida atinge a planta 2 - a mais nova - e está em
comunicado oficial da CMPC, companhia chilena que é dona da empresa, em seu site. A retomada da atividade produtiva é prevista em 11 de novembro, conforme o comunicado. Neste período, deixarão de ser produzidas 400 mil toneladas, que implicam em US$ 200 milhões a menos em fluxo de receitas, segundo a nota.
A planta destina mais de 90% de sua produção ao exterior. O principal mercado é o chinês. Além disso, é considerada uma das unidades com maior eficiência na relação produção e preço no mundo. Em 2015, a unidade quadruplicou sua capacidade, de 450 mil toneladas para 2 milhões de toneladas ao ano. Foram mais de R$ 5 bilhões em investimentos, o maior da história recente da economia gaúcha.
A empresa chegou a parar por 38 dias em fevereiro até março quando surgiu o dano na caldeira. Em julho, houve nova parada para manutenção e para resolver o problema, que acabou sendo estendida por mais 15 dias, conforme informação no site da empresa da celulose em 4 de agosto.
Mas nessa quinta-feira (10), a CMPC divulgou fato relevante, por ser companhia de capital aberto no Chile, explicando que a parada terá de ser estendida em função da extensão dos danos no equipamento. O custo para o conserto é de US$ 60 milhões, diz o comunicado. A CMPC acrescenta que a reparação do problema está coberto pelos contratos com seguradoras que já foram comunicadas da situação.
A planta vem passando por
novos investimentos mesmo após a conclusão da ampliação, cifra que inclui a ativação do porto de Pelotas para trazer madeira do Sul, por hidrovia, para a fábrica em Guaíba.
Empresa em Guaíba divulga nota
No fim da manhã, a CMPC Celulose Riograndense divulgou nota sobre a parada geral de manutenção realizada em julho, quando foram executadas inspeções adicionais em vários pontos da caldeira de recuperação da Linha 2. "Esta inspeção é uma ação decorrente do evento ocorrido em fevereiro deste ano e que gerou, na ocasião, uma parada de produção de 38 dias", explica a nota.
Segundo a empresa, o procedimento indicou duas saídas - operar a planta 2 de forma reduzida ou efetuar um plano de troca de partes de tubos da caldeira para retomar a capacidade nominal ou até superá-la. "Com o objetivo de retomar a capacidade plena, optou-se pela segunda alternativa", informou a empresa.
Durante a parada, as demais operações industriais - linha 1, com capacidade produtiva de 450 mil toneladas ao ano, plantas químicas e fábrica de papel, que produz 60 mil ton/ano, continuam operando. A CMPC explica que manterá contratos com fornecedores, "apenas ajustando o planejamento das atividades". Também descarta demissões ou redução do quadro de pessoal próprio ou de terceiros.