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Economia

- Publicada em 07 de Agosto de 2017 às 22:00

Acionistas preparam saída da família Batista da JBS

Castro, que participou de seminário no Congresso, comentou a relação do banco com o grupo

Castro, que participou de seminário no Congresso, comentou a relação do banco com o grupo


GERARDO LAZZARI/DIVULGAÇÃO/JC
Thiago Copetti
A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da JBS, solicitada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) e marcada para o início de setembro, tem tudo para ser o primeiro passo da saída da família Batista da empresa. Questionado sobre o tema ontem, durante seminário da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em São Paulo, o presidente do banco, Paulo Rabello de Castro, se dividiu entre a defesa do negócio feito pela instituição (que, no passado, comprou 21,3% das ações da empresa) e explicações sobre o que considera ser o melhor caminho para a empresa. Apesar de o Bndes ser alvo de críticas e acusações de ter beneficiado a JBS ao longo dos últimos anos, Castro saiu em defesa do que foi feito no passado.
A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da JBS, solicitada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) e marcada para o início de setembro, tem tudo para ser o primeiro passo da saída da família Batista da empresa. Questionado sobre o tema ontem, durante seminário da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em São Paulo, o presidente do banco, Paulo Rabello de Castro, se dividiu entre a defesa do negócio feito pela instituição (que, no passado, comprou 21,3% das ações da empresa) e explicações sobre o que considera ser o melhor caminho para a empresa. Apesar de o Bndes ser alvo de críticas e acusações de ter beneficiado a JBS ao longo dos últimos anos, Castro saiu em defesa do que foi feito no passado.
O executivo alega que o Bndes estudou detalhadamente e de forma pormenorizada, desde 2007, a possibilidade de participar societariamente de várias atividades de armazenagem frigorífica e de abate em diferentes empresas, como fez com JBS, Marfrig, Bertim e Independência, e não apenas com a companhia de Wesley Batista. "Alguns desses grupos foram muito bem, como o JBS, independentemente do mal feito no campo político. No campo econômico, é preciso deixar bem separado o progresso que deixaram para o campo, apesar dessa consolidação e concentração que eu considero excessiva", reconheceu Rabello de Castro.
Em geral, defende o executivo, o Bndes teve uma boa aplicação desses recursos destinados à participação societária da empresa dos irmãos Batista, com ações compradas por valores de mercado e, às vezes, com pequeno ágio, diz Rabello de Castro, porque havia a presunção de que o grupo teria valorização no futuro. "O ágio é comum nesse tipo de operação de mercado. Portanto, o JBS teve zero de incentivo e zero de subsídio. O incentivo, por assim dizer, esteve na participação de um sócio relevante, que viabilizou uma operação que, de outra forma, ele teria de buscar esses recursos, por exemplo, no exterior", reconhece o executivo.
Ao avaliar se considera imprescindível a saída dos Batista do comando da empresa, porém, o presidente do Bndes disse que isso é "quase irrelevante", para, logo depois, fazer considerações em outra direção e indicar que o afastamento dos irmãos Batista do comando da empresa é praticamente certo e defender a necessidade de profissionalização da gestão.
"Não que o Bndes torça o nariz para a gestão familiar, mas, neste caso em particular, é relevante dizer que esse controlador não tem mais condições políticas de ser essa liderança. Essa é a única razão pela qual nós vamos avaliar os possíveis prejuízos causados pelo administrador à companhia com uso não autorizado de recursos da companhia para pagamento não corporativo", antecipou Rabello de Castro.
Reforçando a expetativa de saída de Wesley Batista do comando da empresa, em breve, há um cálculo feito pelo próprio presidente do Bndes. De acordo com ele, do grupo de acionistas, cinco seriam favoráveis a essa posição. E os outros quatro não são necessariamente contra a ideia de profissionalização do comando. A proposta é fazer um processo gradual, mas sem delongas para permitir que a empresa inicie um processo de recuperação e não precise mais se desfazer de ativos, como vem fazendo.
"A JBS já começou a fase de superação com recente acordo feito com os bancos e precisa de um espaço financeiro para que não cause mais apertos ao setor pecuário brasileiro. Para que o setor comece nesta entressafra a se recuperar e que a empresa comece a comprar com mais vivacidade", avalia o executivo.
Apesar de elogiar o passado de gestor de Wesley, o executivo não deixou de fazer críticas às ações recentes. Para o presidente do Bndes, no passado, Wesley foi um ativo CEO, que comandou a empresa com uma capacidade extraordinária de perceber oportunidades. Mas, à parte da trajetória corporativa, houve a "lambança política" que deve colocá-lo fora do jogo, como comparou Rabello de Castro o cenário a um jogo de futebol.
"Era, portanto, um jogador que fazia gols. Mas isso não significa que o técnico vai reescalá-lo no próximo jogo. Um bom jogador, às vezes, precisa, no mínimo, ser mudado de posição", compara o executivo.
A mudança, porém, não deve ser objeto de deliberação e decisão imediata, apesar de o presidente do Bndes reconhecer que já está sendo montado um comitê executivo de apoio ao novo CEO. Essa é a tendência, assegurou, mas eximindo o banco da responsabilidade por isso. "Se o que a Justiça, de certa forma, infelizmente, deixou de fazer ao dar a imunidade (a Joesley Batista), não serei eu que vou fazer a parte que não me cabe", desabafou o presidente do Bndes.
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