Realidade virtual ajuda a simular rotinas médicas

O uso da realidade virtual é a nova aliada para o treinamento dos futuros médicos. A startup paulista MedRoom desenvolveu um game que utiliza essa tecnologia para simular um ambiente realista, de forma que o usuário se sinta totalmente imerso na prática da saúde.

A ideia é recriar ambientes médicos, como uma sala de cirurgia e apresentar algum desafio para o médico resolver. Cada procedimento clínico caracteriza um módulo. No total, são 25 módulos, ou seja, 25 procedimentos médicos diferentes que todo aluno de medicina precisa praticar durante a graduação, como instrumentação, drenagem torácica, intubação orotraqueal, acesso venoso central, acesso venoso periférico, entre outros.

Além de melhorar a capacitação dos médicos por meio deste software, o game diminui os custos das aulas práticas dos cursos. "Funciona quase como um simulador de voo. Simulamos um ambiente real para que o usuário se sinta praticando de fato aquela atividade", explica Sandro Nhaia, um dos fundadores da MedRoom.

A startup possui nove funcionários e deve chegar a 15 pessoas até o final do ano. Um dos seus focos de atuação é a indústria, segmento para o qual o time desenvolve aplicações sob demanda voltadas a treinamentos e outros procedimentos para equipe de força de vendas. Recentemente, criou para a GE uma aplicação que está sendo usada pela gigante em eventos, para demonstração da evolução dos seus equipamentos médicos. Um exemplo foi o uso da realidade virtual para demonstrar um upgrade em uma máquina de ressonância magnética da marca - eles usaram o equipamento antigo e recriaram um upgrade da mesma, mostrando as novas funcionalidades possíveis.

Os projetos da MedRoom terão um reforço e tanto, já que a startup acaba de ser selecionada pelo Programa de Aceleração Health Plus, iniciativa com foco na área da saúde criada pela Grow Aceleradora Premium. Entre 229 startups inscritas com projetos de soluções com foco na telemedicina, saúde e bem-estar, vestíveis, robótica, saúde digital e assistência médica, a MedRoom é uma das cinco escolhidas que já estão recebendo aportes de até R$ 300 mil e investimento em smart money - que consiste em grande aporte de conhecimento, mentoria e networking para as startups.

O Business Development e um dos sócios da startup, Vinicius Gusmão, explica que o MedRoom possui alguns diferenciais importantes, e que fazem parte do tripé desenvolvimento, custo e experiência.

"Fazemos o nosso desenvolvimento de forma desacoplada. Criamos uma biblioteca de saúde e conseguimos recriar muitas situações diferentes usando a mesma base de dados. Isso aumenta a abrangência para treinamentos distintos e diminui custo de desenvolvimento", relata.

Outra situação é justamente a maior facilidade de uso por parte dos clientes, em função do investimento necessário. Para comprar os simuladores oferecidos pelo mercado, as empresas precisam desembolsar valores de aproximadamente R$ 1 milhão. O que a MedRoom oferece é uma solução de software, sob forma de licenciamento. Em termos de hardware, o cliente precisa comprar apenas um óculos de realidade virtual e um computador de cerca de R$ 7 mil. "É um economia de fato, além de oferecermos uma experiência de uso imersiva, que gera mais engajamento do usuários", acrescenta.