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- Publicada em 17 de Agosto de 2017 às 17:10

'Exemplo' que vem da Líbia

Caso o Congresso Nacional aprove a criação do Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FDD), o Brasil passará a integrar um pequeno grupo de países que bancam as suas campanhas eleitorais com recursos públicos.
Caso o Congresso Nacional aprove a criação do Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FDD), o Brasil passará a integrar um pequeno grupo de países que bancam as suas campanhas eleitorais com recursos públicos.
Entre 180 nações listadas pelo International Institute For Democracy (Idea), pouco mais de um terço (34%) usa financiamento público eleitoral para campanhas. É o caso, radicalmente, do Irã, da Líbia e do Afeganistão, por (mau) exemplo.
A proposta dos deputados brasileiros de criar o FDD e ainda manter o fundo partidário segue uma tendência da América Latina. A maioria dos países vizinhos conta com esses dois financiamentos.
Os recursos públicos brasileiros já financiavam as campanhas inicialmente chamadas de "horário político gratuito", depois rebatizado para "horário político obrigatório", com a renúncia fiscal, pela União, de R$ 600 milhões para que as emissoras de tevê e rádio transmitam a arenga. O fundo partidário, por sua vez, repassa às legendas cerca de R$ 800 milhões por ano.
Sem perspectiva de convencer os eleitores a fazer doações expressivas para bancar as campanhas, o FFD tem sido visto pelos deputados como uma saída após o STF proibir o financiamento por empresas em 2015. É a esse contingenciamento político que estamos sujeitos.

Gestão com celular

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), tenta reagir à pecha - alimentada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) - de que abandonou a prefeitura para se dedicar à campanha presidencial. Ele disse que cobra os secretários por meio de celular. "É como as pessoas modernas fazem à frente de suas empresas e de seus negócios. Já imaginou se o presidente de uma grande corporação não pudesse viajar?"
Que tal a presidente do STF, Cármen Lúcia, enviar por celular uma repetitiva mensagem semanal ao ministro Luiz Fux, via aplicativo WhatsApp, lembrando-o de pautar o julgamento da ação em que uma liminar, em setembro de 2014, criou o imoral "auxílio-moradia"?

Elas e elas

A partir de setembro, o sistema de Justiça do Brasil será dominado por quatro mulheres: além de Raquel Dodge, que chega ao comando da Procuradoria-Geral da República, as já notórias Cármen Lúcia (STF), Laurita Vaz (STJ) e Grace Mendonça (AGU).
Mas, ao mesmo tempo, só 7,7% das cadeiras em conselhos administrativos de empresas brasileiras são ocupados por mulheres, segundo pesquisa da Deloitte. O Brasil está em 44º lugar, à frente de países como Rússia, Coréia do Sul e Emirados Árabes Unidos.

Brasil 2017

Enquanto calcula quanto vai tomar dos brasileiros para cobrir o rombo nas contas públicas, o Estado esbanja e despeja. O governo federal contrata bufê para o avião presidencial, o Judiciário gasta com jardins, o Tribunal Regional do Trabalho da Bahia tentou criar um fitness judiciário para que suas excelências entrassem em forma...
Mais: o Tribunal de Justiça de Mato Grosso chega a pagar - sem prévia ação judicial, nem precatórios - de R$ 60 mil a R$ 500 mil num só mês, a magistrados - digamos - de sorte.

Maria da Penha invertida

Alegando que estava sendo perseguido e ameaçado pela ex-mulher, um homem tentou proteção na Justiça, com base na Lei Maria da Penha. O juiz da 2ª Vara Criminal de São Paulo (SP), porém, negou o pedido, "porque essa legislação visa garantir proteção a mulheres e não pode ser estendida aos maridos".
Conforme a petição inicial, o homem sente-se cada vez mais ameaçado, "pois a ex-mulher o persegue e ameaça, e ele teme por sua integridade física e até mesmo pela própria vida". O arremate: "por ter sido casado com ela, ele sabe do que ela é capaz". (Proc. nº 1036630-42.2017.8.26.0002).

Minha casa, meus problemas

Vitrine dos governos Lula (PT) e Dilma (PT), construções do programa Minha Casa, Minha Vida apresentam defeitos como rachaduras e infiltrações.
O relatório da Controladoria-Geral da União é impressionante e desolador: 56,4% das unidades, Brasil afora, tem problemas.

Paisagem de outro mundo

Vista de Brasília e de outros "castelos" espalhados País afora - como se estivessem situados em outro mundo - a crise no Brasil, se existe... está restrita aos hospitais públicos, insegurança, falta de escolas, aulas que ainda nem começaram.
Essa gente que domina o Congresso Nacional não enxerga o desemprego, nem que oito em cada 10 brasileiros não ganham, em um ano, o valor embolsado mensalmente por privilegiados. Eles são políticos, magistrados, promotores, conselheiros de tribunais de contas etc., todos donatários de dezenas e centenas de salários adornados por penduricalhos.
E para não esquecer: a remuneração anual da grande massa de contribuintes está estacionada na faixa de dois a três salários-mínimos mensais.

'Me engana que eu gosto' (1)

Ulysses Guimarães: se 
vivo, se envergonharia

Ulysses Guimarães: se vivo, se envergonharia


CÉLIO AZEVEDO/ARQUIVO/AGÊNCIA SENADO/JC
Como "efeito orloff" da conjunção que é um simulacro de reforma política em gestação na Câmara dos Deputados, o PMDB prepara a sua propaganda enganosa. A pretexto de "reprogramar o presente", voltará a chamar-se MDB - Movimento Democrático Brasileiro.
Só que aquele MDB, que teve importante participação na redemocratização do País, tinha em suas lideranças Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro e Itamar Franco. E a cúpula do PMDB de hoje tem... Michel Temer, Renan Calheiros, Romero Jucá, Eliseu Padilha. Mais os etceteras...

'Me engana que eu gosto' (2)

Nos anos 1990, criada pelo compositor Marquinho Satã, surgiu uma musiquinha, que fez médio sucesso. Era assim:
"Me engana, me engana, me engana / Que eu gosto, eu gosto / Quem é brasileiro está satisfeito / Pois esse é o jeito.../ Pra que reclamar?
Se é bom o governo, é bom o prefeito / Cidade tranquila como esta não há / O meu capital está sempre sobrando / Não sei até quando ele vai ser assim / Por mais que eu gaste, está sempre aumentando / Por mais que eu gaste, nunca chega ao fim.
Eu gosto, eu gosto / Me engana, me engana, me engana / Que eu gosto, que eu gosto."

'Costela' cara

A empresa Casas Bahia foi condenada, pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) a pagar R$ 450 mil a um empregado, a título de horas extras, dano moral, integração dos valores pagos "por fora" a título de comissões e "gueltas" (prêmios pagos por fornecedores a empregados de terceiros a título de incentivo de vendas) e outras parcelas.
A reparação moral foi decorrente de "tratamento desrespeitoso por apelido". O vendedor era chamado - inclusive por seus superiores - pelo apelido de "Costela" ou "Costelinha", inclusive na frente dos clientes, o que o deixava constrangido.
O vulgo foi criado por conta de um desvio na coluna do trabalhador "que faz com que sua costela fique saliente como se fosse parte de sua barriga". (Proc. nº 00009592120145020447).

Soltem eles!

O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Paulo Rabello de Castro, queixou-se esta semana, numa palestra na Associação Comercial de São Paulo, de que "após a Operação Lava Jato não sobraram empreiteiras para tocar as grandes obras de infraestrutura no País".
E deixou preceitos assustadores: "É preciso ensinar economia aos procuradores. Eles têm que saber que da caneta deles saem o desemprego e o fechamento de empresas. O empresário está preso, ao invés de voltar à sua empresa e ele deveria ter permissão para trabalhar e voltar às obras e pagar as multas do acordo de leniência".