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Porto Alegre, quinta-feira, 24 de agosto de 2017. Atualizado �s 10h42.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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EXPOSI��O

Not�cia da edi��o impressa de 24/08/2017. Alterada em 24/08 �s 10h43min

Sandro Ka: enigma em formas e cores

Sandro Ka abre mostra individual no Margs

Sandro Ka abre mostra individual no Margs


JONATHAN HECKLER/JONATHAN HECKLER
Caroline da Silva
Artista, designer e agente cultural, Sandro Ouriques Cardoso (ou Sandro Ka há 17 anos) tem duas de suas criações no acervo do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs) desde 2011 - as peças já foram vistas neste ano na mostra coletiva A fonte de Duchamp: 100 anos da arte contemporânea (Margs) e agora integram Queermuseu - Cartografias da diferença na arte brasileira, no Santander Cultural (junto a uma terceira, que é do acervo do MAC-RS). Hoje, Ka abre sua primeira individual no espaço mais importante das artes visuais do Estado, a partir das 19h. Para ele, esta etapa representa o reconhecimento da carreira.
Tanto barulho por nada tem cerca de 30 composições inéditas, criadas com objetos de 2013 a 2014, que traduzem seu repertório criativo: um universo temático e processual marcado pela presença de objetos e imagens advindos da cultura popular e da indústria cultural. As imagens de todas elas estão reproduzidas no catálogo da exposição, à venda na inauguração desta noite pelo preço promocional de R$ 20,00. Após, o libreto poderá ser encontrado na loja do museu.
Sandro Ka é um nome adotado no início da carreira, dos seus 20 anos. Nasceu em Porto Alegre, em uma família que todos tinham aptidão para desenhar. Sua graduação no Instituto de Artes da Ufrgs, de 2002 a 2007, foi nesta habilitação. Porém, foi na associação de diferentes objetos tridimensionais, trabalhando apropriação e justaposição, que foi tornando seu estilo como artista conhecido. Para ele, deslocar as imagens ou brinquedos de seu uso genuíno, familiar, provoca sentidos novos.
Ele conta que esta série partiu de um acaso. Já colecionava imagens de santos e, em uma caminhada na rua, encontrou um discman rosa da boneca Barbie. Chegando no ateliê, fez um encaixe dele em uma "escultura" de Nossa Senhora com o menino Jesus no colo: "Era como se aquelas duas peças sempre coexistissem. Alguma coisa aconteceu: que chave é essa? Passou um ano, trouxe esse enigma para investigar como projeto de graduação, porque queria entender o que tinha acontecido ali que aquele encaixe parecia tão perfeito e virava uma outra coisa". Depois, ela se transformou no trabalho Nossa Senhora do Relax.
Ele finalizou o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Ufrgs em 2015, tendo ingressado na mesma linha no doutorado no ano passado. Hoje, aos 36 anos, Ka apresenta ao público pela primeira vez uma nova coleção: telas com brincadeiras de associação de peças de quebra-cabeças de 13 imagens de estética kitsch - as estratégias de remontagem também são seu atual processo de pesquisa. "Enquanto artista, nós só disparamos, propomos somente. O que vem nunca é nosso, não controlamos mais, e esta é a riqueza", avalia.
A ironia e uma espécie de humor sarcástico são marcas da sua carreira - isso vem do Sandro Cardoso, não apenas do Ka: "Sou irônico, brincalhão, leonino, debochado. Isso perpassa meu cotidiano". Segundo ele, não há divisão entre o sujeito e o artista; é uma expressão, não só uma faceta. "Essas escolhas dizem muito de mim, do jeito de ser, de me apresentar, do alter-ego. Isso é uma performance também. É muito misturado com a vida." O agente cultural cita um exemplo: "Milito no movimento social LGBT, então essas questões de poder, hierarquia, gênero, sexualidade não estão aí por acaso".
Ka afirma que os títulos dos seus trabalhos são importantes e cumprem funções. "Tudo é uma chave de leitura da obra, uma espécie de triangulação: a própria forma, a bagagem que ela traz consigo e o que o título proposto dispara. Tanto barulho por nada é um enigma e uma brincadeira, jogar com esta ideia de estardalhaço, de imagem do artista."
A mostra Sandro Ka - tanto barulho por nada fica em cartaz nas Salas Negras do Margs (Praça da Alfândega, s/nº) até 24 de setembro, com visitação gratuita de terça-feira a domingo, das 10h às 19h. Amanhã, também com entrada franca, o artista recebe o público para um bate-papo sobre as obras.
Já no sábado anterior ao encerramento, 23 de setembro, às 10h30min, ocorrerá o Conversas no Museu. Com 70 vagas disponíveis por ordem de chegada no auditório do Margs, além de Ka, a atividade terá as presenças da crítica e doutora em Artes Visuais Ana Albani de Carvalho (orientadora do artista no doutorado na Ufrgs) e o gestor cultural Carlos Trevi - que faz o texto de apresentação da mostra.
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