A história recente da expansão das microcervejarias no Brasil se confunde com a trajetória da Cervejaria Borck, uma das mais tradicionais da região Sul do País. Criada em 1996 por Brunhard Borck, em Timbó, Santa Catarina, a empresa produz atualmente cinco variedades de cervejas que são comercializadas principalmente na região norte de Santa Catarina.
Brunhard foi funcionário do Banco do Brasil por 20 anos, até que em 1995 resolveu aderir ao Plano de Demissão Voluntária e abrir o próprio negócio. Ele viajou para a Hungria, onde comprou todos os equipamentos necessários e contratou a consultoria de um cervejeiro húngaro, que veio ao Brasil para instalar a fábrica e permaneceu com Borck no primeiro ano da produção. O empresário comenta que o apoio do Sebrae foi essencial.
"Entre as consultorias prestadas pelo Sebrae, podemos citar a implantação dos 5S, Programa de Alimentação Segura e estudo de um novo layout para a planta da cervejaria", destaca Borck. "As consultorias do Sebrae foram fundamentais para me auxiliar na estruturação do plano de negócio. Essas orientações nos ajudaram na precificação, na definição dos estoques e ainda com outras medidas estratégicas que precisávamos tomar no momento em que estruturávamos a empresa", comenta Borck.
"Nossa iniciativa foi pioneira, em um momento em que o brasileiro ainda não consumia cervejas artesanais e a própria oferta era quase inexistente. Nós começamos a produção com uma cerveja de alta fermentação, mas tivemos de nos adaptar aos hábitos dos consumidores e passamos a produzir uma cerveja Pilsen, mais ao gosto do público. Depois, com a evolução do mercado, fomos introduzindo novas variedades (escura, red lager, Ipa e trigo)", complementa.
Com o passar dos anos e a expansão do mercado consumidor das cervejas especiais, a produção da Borck passou dos 15 mil litros/mês para os atuais 30 mil litros/mês. "Nós temos registrado um crescimento de 25% a 30% ao ano e a nossa meta agora é mudar a fábrica para um local onde possamos continuar expandindo a produção", diz Brunhard.
O empresário também está otimista com a perspectiva de - em 2018 - voltar a inserir a empresa no Simples. Segundo ele, a empresa sofreu um duro golpe e quase fechou as portas quando, em 2001, as microcervejarias saíram desse modelo de tributação.