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Crise no Planalto

- Publicada em 25 de Julho de 2017 às 18:48

Temer está ligando para deputados indecisos

Michel Temer apresenta sua defesa e diz que é inocente

Michel Temer apresenta sua defesa e diz que é inocente


ANTONIO CRUZ/ABR/JC
A uma semana da votação da denúncia por corrupção passiva na Câmara dos Deputados, o presidente Michel Temer (PMDB) acredita que as ligações que fez a parlamentares apresentando sua defesa resultaram na redução de 80 para 60 do número de deputados indecisos, afirmou ontem o vice-líder do governo na Casa, Beto Mansur (PRB-SP).
A uma semana da votação da denúncia por corrupção passiva na Câmara dos Deputados, o presidente Michel Temer (PMDB) acredita que as ligações que fez a parlamentares apresentando sua defesa resultaram na redução de 80 para 60 do número de deputados indecisos, afirmou ontem o vice-líder do governo na Casa, Beto Mansur (PRB-SP).
Desde segunda-feira, Temer está ligando para deputados indecisos. Na conversa, o presidente apresenta sua defesa e pede que os parlamentares a leiam. Diz ainda que é inocente e ressalta que é importante que deputados votem com consciência, convencidos de que ele não cometeu crime.
Para barrar a denúncia, o governo federal precisa de, no mínimo, 172 votos. Mansur diz que o Palácio do Planalto já contabiliza cerca de 280 votos.
Temer, contudo, quer rejeitá-la com um placar maior, de 300 deputados, para dar uma demonstração de força política contra esta e futuras denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
No esforço para angariar mais apoio ao governo, Mansur disse que o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), convocará uma reunião de líderes da base aliada para fazer uma contagem de votos. O encontro, disse, está previsto para amanhã. A votação da denúncia no plenário está marcada para a próxima quarta-feira.

Nível de reprovação do presidente atinge novo recorde de 94%

O nível de reprovação dos brasileiros em relação ao presidente Michel Temer (PMDB) atingiu novo recorde, aponta pesquisa feita pela
Ipsos Public Affairs. Levantamento feito na primeira quinzena de julho, antes mesmo do aumento de PIS/Cofins sobre combustíveis, mostrou que 94% dos entrevistados reprovam a atuação de Temer à frente do governo, um ponto percentual a mais que na pesquisa realizada um mês antes.
"Identificamos que os efeitos da crise política e da delação premiada de Joesley Batista ainda se mantêm. Esse quadro tende a se manter nos próximos meses com a pauta do aumento de impostos", comenta Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs, responsável pelo Pulso Brasil.
Além disso, foram analisadas a popularidade de 33 nomes listados entre políticos e personalidades públicas. Os mais populares são o juiz Sérgio Moro (64%); o apresentador Luciano Huck (45%); o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (44%); o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (29%); a presidente do STF, Cármen Lúcia (28%); e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot (24%).
Na contramão, os mais impopulares são o próprio Michel Temer (94%); o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB), que está preso (93%); o senador do PSD Aécio Neves (90%); o senador do PMDB Renan Calheiros e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) empatados com 80%, e o senador do PSDB José Serra (75%).
A pesquisa aponta também que, para 95% dos brasileiros, o País está no rumo errado. O nível se manteve em relação ao levantamento feito um mês antes. Com margem de erro de 3 pontos percentuais, a pesquisa da Ipsos realizou 1.200 entrevistas presenciais em 72 municípios brasileiros.

Às vésperas da votação, Temer nega estar constrangido com denúncia

A poucos dias da votação da denúncia por corrupção na Câmara, o presidente Michel Temer (PMDB) negou ter "dificuldades" ou estar "constrangido". Em posse de Sérgio Sá Leitão como ministro da Cultura ontem, Temer sugeriu que a equipe econômica avalie atender a pleitos da pasta. Contudo, na quinta-feira, o governo federal subiu o imposto de combustíveis e cortou R$ 5,9 bilhões do orçamento.
"Muitas e muitas vezes, presidente Sarney, eu vejo que as pessoas acham que nós podemos ficar combalidos, constrangidos, inadequados, perturbados, com dificuldades. E, ao contrário, esses desafios nos vitalizam", declarou o presidente. Na próxima quarta-feira, o plenário da Câmara deve votar se o processo criminal contra Temer por corrupção passiva deve seguir adiante. O peemedebista ainda é investigado no STF por organização criminosa e obstrução de Justiça. Falando ao novo chefe da Cultura, Michel Temer sugeriu que ele enviasse o discurso aos ministros Henrique Meirelles e Dyogo Oliveira, do Planejamento.