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Política

- Publicada em 08 de Julho de 2017 às 22:22

Betti está perplexo com a política e sugere: 'que tal se a gente não roubasse'

Patrícia Comunello
O ator Paulo Betti nunca escondeu suas opções políticas, seja em apoio ao PT antes e na presidência, principalmente no período Lula, ou ao declarar o voto ao candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSOL), em 2016. Mas ao passar por Porto Alegre no fim de semana passado, Betti se declarou perplexo com a situação política do País, que vive a indecisão sobre o futuro do atual presidente Michel Temer (PMDB), que entrou no cargo após o impeachment da petista Dilma Rousseff, há pouco mais de um ano.  
O ator Paulo Betti nunca escondeu suas opções políticas, seja em apoio ao PT antes e na presidência, principalmente no período Lula, ou ao declarar o voto ao candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSOL), em 2016. Mas ao passar por Porto Alegre no fim de semana passado, Betti se declarou perplexo com a situação política do País, que vive a indecisão sobre o futuro do atual presidente Michel Temer (PMDB), que entrou no cargo após o impeachment da petista Dilma Rousseff, há pouco mais de um ano.  
Em conversa com o colunista Ivan Mattos, para o quadro de vídeo Olha Só!, o ator disse "que agora nem tanto", respondendo à observação de Mattos de que Betti sempre foi uma personalidade com posições políticas muito firmes. "Estou numa expectativa, numa atenção e perplexidade total", afirmou um dos atores mais populares do Brasil, o blogueiro Téo Pereira, na novela Império, de 2014, além de dono de uma filmografia e teledramaturgia invejáveis. A última novela que contracenou foi Rocky Story, na TV Globo. No auge do Mensalão, na segunda metade dos anos 2000, Betti foi criticado ao dizer que "não se faz política sem sujar as mãos". 
"Acompanho tudo, as falcatruas, as propinas, as malas de dinheiro, os juízes com aquela sua soberba, com a sua empáfia, com aquele linguajar que duvido que alguém entenda e tão distante da gente", narrou o protagonista da peça Autobiografia Autorizada, que foi encenada no palco do Theatro São Pedro e que é baseada na infância de Betti. "Já tivemos momentos melhores em que acreditávamos no País. Uma vez vi uma placa (que dizia): 'que tal se a gente não roubasse'."
O ator também constata que a corrupção se instaurou entre os líderes políticos "de forma muito violenta". "Parece uma coisa que tem de ser expurgada, como um tumor, um cancro que precisa ser colocado para fora", ilustra o ator. Mesmo com a percepção, Betti diz que em "toda a crise há uma oportunidade para melhorar a situação". 
O colunista do Jornal do Comércio comentou que o ator é um político, ao que Betti admitiu que não estava se posicionando, pois "não estou conseguindo ter clareza e discernimento sobre o caminho a tomar". "Não sei o que fazer. Prefiro ficar quieto. Existem os políticos (esta classe...), os meios de comunicação, os comentaristas. Uma hora tomo um caminho. Ou na hora de votar no ano que vem, se deus quiser, ou antes até, de preferência (risos). Seria maravilhoso se pudesse votar logo daqui a pouco", declara, para titubear. "Não estou com firmeza para dizer se é Diretas Já, que seria uma boa, mas não tenho convicção absoluta."

Ator repassa etapas do filme a internautas 

Mattos abriu a entrevista lembrando que Betti esteve pela primeira vez na Capital gaúcha há 32 anos, para apresentar uma montagem inspirada no livro Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva, filho do deputado morto durante a ditadura militar Rubens Paiva. Mas em 1984 Betti estava no 'papel' de diretor. Agora ele está no centro do palco com a peça Autobiografia Autorizada, onde revela sua infância de família de descendência italiana. O ator mostrou simpatia, interação com o público antes e depois da sessão.
Betti também disse que está muito ansioso para ver se o filme A fera na selva, que dirige e contracena com a ex-mulher e atriz Eliane Giardini eé baseado no livro de Henry James, selecionado ao Festival de Gramado. "O filme afirma a importância do momento presente", define. Em Porto Alegre, quem foi ao São Pedro pôde presenciar uma das ações de Betti fora do palco e para promover o filme.
Ele apareceu em frente ao público no hall do teatro, antes de as pessoas terem a liberação para ingressar na plateia, e convidou todos para deixarem o nome e e-mail em um papel disponível na área. "Estou recolhendo os e-mails onde vou com a peça. A ideia é informar sobre os passos do filme, onde vai estar em cartaz, por exemplo. Vou enviar o roteiro adaptado, com isso as pessoas podem comprar o livro e comparar com o roteiro", descreve sobre os procedimentos. "É quase um curso de dramaturgia à distância."
Betti também disse que disponibilizará a quem o segue em redes sociais e deixou os contatos, de forma virtual, 40 minutos de gravação do filme que não foram usados na versão final da produção. "Para que vejam o que se joga fora na montagem."
Adepto declarado de redes sociais, o ator lembrou que entrou para a internet quando o sociólogo Herbert de Souza (o Betinho) lançou o primeiro provedor, o Alternex, em 1992 e ligado ao Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase). Betinho liderou a campanha Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. "Nem Nova Iorque tinha provedor", garante Betti, sobre aquele período.  
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