Trump volta atrás e diz acreditar que Moscou interferiu nas eleições

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mudou de postura em relação a uma suposta interferência russa nas eleições norte-americanas do ano passado e disse acreditar que Moscou realmente influenciou no processo.

O republicano, no entanto, voltou a questionar a perspicácia da comunidade de inteligência dos EUA, enquanto acusou o seu antecessor, o ex-presidente Barack Obama, de não fazer nada para impedir a intromissão.

"Eu penso que poderia perfeitamente ter sido a Rússia. Acho que também poderiam ter sido outros países. Não serei específico. Mas creio que muitas pessoas interferiram", disse. A questão veio à tona durante uma coletiva de imprensa junto com o presidente da Polônia, Andrzej Duda, em Varsóvia, e promete dar "pano pra manga", já que o líder norte-americano se reunirá com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante a cúpula do G-20, na Alemanha, nesta sexta-feira. Será a primeira reunião entre os dois desde que o republicano se tornou presidente.

Em maio, Trump demitiu James Comey, então diretor do FBI, enquanto este investigava a suposta interferência da Rússia nas eleições e um eventual conluio com a campanha republicana. Em nota, a Casa Branca alegou que o agente foi afastado do cargo pela forma como lidou com o inquérito conduzido sobre e-mails da democrata Hillary Clinton enviados por uma conta particular durante sua gestão como secretária de Estado.

As justificativas, no entanto, causaram desconfiança, em particular na oposição democrata. Muitos suspeitam de que a demissão estaria ligada a uma investigação do FBI sobre possíveis ligações entre a campanha eleitoral de Trump e a Rússia. O próprio Comey admitiu que, em conversa com o presidente, este teria "sugerido" que ele deixasse de lado tais investigações.