Meses depois do anúncio de que pretendia deixar o Brasil, a Fnac vai mudar de mãos. Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, a Livraria Cultura informou que comprou as operações da rede francesa no Brasil. São 12 lojas e sete estados no País, além de um site de e-commerce. Em Porto Alegre, a única loja da rede fica no BarraShoppingSul. A Livraria Cultura tem 70 anos no mercado e uma rede de 18 lojas, entre elas, uma na capital gaúcha, no Bourbon Country. O valor da transação não foi divulgado.
Segundo comunicado, "a união entre os dois grupos criará valores e sinergias, compartilhando culturas similares e o comprometimento com a promoção da cultura no Brasil, e permitirá que a Livraria Cultura diversifique seus negócios adicionando novas linhas dos produtos e serviços".
Desde o ano passado, a Fnac vinha tentando reestruturar suas operações no Brasil. Em fevereiro passado, em comunicado, o grupo informou que "começou um processo ativo para buscar um sócio que dê lugar à retirada do País".
A rede francesa trocou discretamente a direção do negócio aqui, indicando Cláudia Elisa Soares para presidir a operação local. Com passagens por varejistas como Pão de Açúcar e Via Varejo, além da Votorantim Cimentos, ela foi contratada para reestruturar os negócios da rede, desde o portfólio das lojas à sua operação on-line.
Sem conseguir reverter a queda nas vendas, que já tinham recuado 7,5% em 2015, em janeiro deste ano, a matriz da rede francesa contratou Arthur Negri, que já foi presidente da Blockbuster, para substituir Cláudia, numa transição rápida e novamente feita sem alarde.
O Brasil representa menos de 2% das vendas totais. A distribuidora francesa desembarcou no Brasil em 1998, com a compra do Ática Shopping Cultural, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. No ano seguinte, 1999, o ponto seria reinaugurado como a primeira loja Fnac no País.
O lucro líquido ajustado do grupo, em 2016, foi de € 54 milhões, um aumento de 37% em relação ao ano anterior, segundo o comunicado. Em 2016, a rede cresceu tanto na França ( 2,1%) quanto em sua operação internacional.